Oak
Park, Illinois, 03 de março de 1881
Akron,
Ohio, 01 de junho de 1949
A.A.
Grapevine, junho 1950
Editorial
De
alguma forma, acredito que a amada Anne do Dr. Bob prefira esta homenagem
simples, mas agradecida, a uma contendo linguagem extravagante e alardeando
frases que somente serviria para ocultar uma vida com um significado profundo.
É de se
duvidar que, agora, apenas um ano após sua morte, que o verdadeiro significado
da vida de Anne Smith tenha-se realizado. Certamente, o calor de seu amor, o
charme da sua personalidade e a força da sua humildade ainda estão muito
presentes naqueles de nós que a conhecemos.
Anne Smith era muito mais do que uma graciosa dama.
Ela foi uma das quatro pessoas escolhidas por uma entidade mais elevada para
realizar um serviço para a humanidade. O quão grandiosa foi sua contribuição,
somente o tempo e uma inteligência além do entendimento humano poderão
determinar. Junto com o Dr. Bob, Lois e Bill W., Anne Smith entra para a
história, não como uma heroína, mas como alguém disposto a aceitar a vontade de
Deus e pronto para fazer o que precisava ser feito.
Sua cozinha era seu campo de batalha e, enquanto
Anne servia café preto estava sendo travada uma batalha que levou à salvação da
minha vida. Foi ela, talvez, quem primeiro compreendeu o milagre que aconteceu
entre Bill W. e o Dr. Bob. E, nos anos que se seguiram, foi ela que teve a
certeza divina de que o que tinha acontecido em sua casa iria acontecer em
outras casas de novo, de novo, e de novo.
Anne compreendeu a simplicidade da fé. Talvez seja
por isso que Deus a escolheu para nos ajudar. Talvez por isso Anne nunca tenha
pensado em si mesma como “uma mulher
predestinada” e foi por isso que conduziu seu trabalho em silêncio. Talvez
por isso, quando ela dizia a uma esposa em desespero por causa do alcoolismo do
marido, “venha, minha querida, você está entre amigos agora – amigos que a
compreendem”, o medo e a solidão desapareciam. Talvez por isso Anne sempre se
sentava no fundo da sala nas reuniões, para que pudesse ver os recém chegados
como eles vinham, tímidos e inseguros... E dar-lhes as boas-vindas.
Assim, da maneira mais simples que
conhecemos, e falando pelos AAs de todos os lugares, dizemos apenas “Obrigado, Dr. Bob, por tê-la partilhado
conosco”. Sabemos que ela agora faz parte de um grupo lá no alto, sentada
bem atrás, olhando para os recém chegados, ouvindo seus nomes e dando-lhes as
boas-vindas.
http://www.barefootsworld.net/aa-annesmith.html
N.T.:
Em seu tributo a Anne, Bill W. escreveu: “...Anne
era a esposa do Dr. Bob, cofundador de Alcoólicos Anônimos. Era, literalmente,
a mãe de nosso primeiro Grupo, o Número Um de Akron.
Seu conselho bom e sábio. Uma
insistência em antepor o espiritual com relação a tudo o mais, seu apoio
constante ao Dr. Bob em todos os seus trabalhos – todas essas eram as virtudes
que nutriram a insegura semente que chegaria a se converter em A.A. Somente
Deus poderá calcular o valor de semelhante contribuição. Nós podemos dizer
somente que era magnífica e inapreciável. Ela foi, no sentido mais amplo da
palavra, um dos fundadores de Alcoólicos Anônimos”.
Página 415 de “A Linguagem do Coração”, Junaab,
código 104.
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