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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

7.27. Membros de A.A. que trabalham no campo do alcoolismo

Box 4-5-9, Abr. Mai.1986 (pág. 10-11) http://www.aa.org/ newsletters/es_ES/sp_box459_april-may86.pdf
Título original:Miembros de A.A. Empleados en el Campo del Alcoholismo”.

Os membros de A.A. que trabalham no campo do alcoolismo enfrentam problemas e por vezes são assediados por dilemas pouco comuns em outras profissões. É possível que as práticas profissionais pareçam se contrapor à maneira de fazer e aos princípios de A.A. Por exemplo, é possível que alguma instituição de tratamento envie às reuniões de A.A. pacientes que, embora dependentes de substâncias químicas, não sejam alcoólicos. O conselheiro, tendo consciência da unicidade de propósito de A.A. e sabendo que para se tornar membro de A.A. o único requisito “é o desejo de parar de beber”, deve pedir que para ser desincumbido desta função?
Ao assistir a reuniões de A.A., o conselheiro recuperado pode ser confrontado com outros dilemas. Com alguma frequência é possível que seus companheiros de A.A. não vejam com bons olhos os alcoólicos recuperados que fazem dinheiro “à custa dos demais alcoólicos” ou aqueles que os demais membros consideram como “espertos em alcoolismo e em outros problemas da vida”. Ademais, o “Guia de A.A. para os Empregados no Campo do Alcoolismo”, indicam que é preferível que os AAs que trabalham em uma instituição de tratamento não assistam às reuniões que se celebram dentro da mesma nem façam parte de suas atividades.
Em uma esfera em que existem muitos casos de “esgotamento profissional” é conveniente que o indivíduo não confunda seu programa pessoal com sua vida profissional. Jack C., diretor do “Programa para Empregados Alcoólicos” de uma empresa, mantém a regra pessoal de não ocupar encargo algum no Grupo enquanto está aconselhando profissionalmente os alcoólicos. “Preciso as reuniões para recuperar forças. Durante o dia entrego minha energia aos demais; assim, à noite, quando assisto às minhas reuniões me encontro como uma esponja, com a necessidade de absorver tudo para repô-la”. Jack não se incomoda nem se reprime à hora de compartilhar, mesmo que um cliente se encontre na mesma sala de reunião – a outros conselheiros, entretanto, estas situações parecem-lhes difíceis.
Há uma quantidade de perguntas diferentes: Deve o AA recuperado revelar seu alcoolismo quando aconselha seus pacientes? Se o faz, é sempre apenas para o benefício do próprio paciente? Esta revelação altera sutilmente a natureza da relação terapêutica? Esta revelação transforma a relação profissional numa relação de Décimo Segundo Passo? O conselheiro deve considerar todas estas questões. É uma tarefa difícil para a qual se requer muita compreensão e frequentemente muita paciência.
Jim A., membro do Comitê de Custódios de Instituições de Tratamento, também é conselheiro profissional e acredita que as soluções para estes e outros problemas com os que nos deparamos no campo do alcoolismo, podem depender da aceitação dos limites pessoais de cada um. “Um conhecimento de si mesmo, de seu próprio trabalho, de Alcoólicos Anônimos e um reconhecimento da própria capacidade para levar a bom termo a tarefa designada, podem contribuir muito para aliviar os problemas da vida, o trabalho, a saúde e a recuperação pessoais. O essencial e saber de qual deles se trata”. Acima de tudo, fazer a cada dia o Decimo Passo, ajudará muitíssimo o conselheiro recuperado a manter seu equilíbrio. “Pode ser útil assistir reuniões de A.A. onde os membros não conheçam sua ocupação ou não se importem”, acrescenta Jim. “É um bom conselho manter diferenciadas, dentro do possível, as práticas profissionais e seu programa pessoal.
Quando as exigências profissionais pareçam se contrapor aos princípios de A.A., discuta-os com outros profissionais da matéria que tenham problemas parecidos. Faça-o no dia-a-dia”.
Também é conveniente se associar a organizações profissionais, tais como associações de conselheiros, que são úteis não apenas para se manter atualizado nos assuntos relacionados com o alcoolismo, mas também como válvulas de segurança, oferecendo a oportunidade de compartilhar com outros.
Bernie L., membro de A.A. e diretor de um “Programa para Empregados Alcoólicos”, fundou, faz alguns anos, um Grupo composto por AAs. Empregados no campo do alcoolismo. “No final dos anos de 1970”, disse Bernie, “começamos a perceber que, devido às pressões da profissão, os conselheiros começavam a cair como moscas. Precisavam alguém com quem poder falar; de um fórum para os problemas que tinham em comum”. Os membros deste Grupo – pessoal dos programa para empregados alcoólicos, trabalhadores nos programas dos Tribunais e da Família, conselheiros e outros, celebram suas reuniões em jantares mensais onde se discutem assuntos como a tensão, o esgotamento profissional, a espiritualidade e os princípios de A.A. Duas vezes por ano fazem um retiro para relaxar, compartilhar e realizar reuniões de A.A.
Muitos AAs sentem a necessidade de assistir a mais reuniões quando começam a trabalhar profissionalmente no campo do alcoolismo; outros, ao contrário, assistem a menos reuniões. A um membro de A.A., que atende em consultório particular, lhe parece que, embora não assista a muitas reuniões como antigamente, tem maior necessidade de desenvolver a espiritualidade.
Jim conclui dizendo: “O objetivo de todo conselheiro é equilibrar as exigências profissionais e o serviço A.A. Para alcançar este objetivo devemos dispor tanto dos meios que o programa nos oferece como dos nossos recursos profissionais. Fazendo uso de alguns destes procedimentos simples, o conselheiro pode evitar mais facilmente os perigos e dilema lhe permitindo assim, ‘estar ali quando qualquer um estender a mão pedindo ajuda’”.

PARA SABER MAIS:
Ver: “Guia de A.A. para os Empregados no Campo do Alcoolismo”,
http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smg-10_foraamembers.pdf



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