Box 4-5-9, Fev. Mar. 1989 (pág. 5) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar89.pdf
Título original: “En la ‘anarquía benigna’ de A.A. la conciencia de grupo informada es nuestra última autoridade”
Ao cofundador Bill W., comparar A.A. com uma “anarquia benigna”, com razão, A.A. é um movimento espiritual e,
como diz claramente a Segunda Tradição, nossa última autoridade “é um Deus amantíssimo que se manifesta em
nossa consciência coletiva”.
Mas, o que é exatamente
a consciência de Grupo? No que se diferencia de uma opinião de Grupo ou de uma
votação majoritária? E, qual é a melhor maneira de alcançá-la?
De maneira geral tem-se
entendido que a consciência de Grupo busca a unanimidade através do
esclarecimento espiritual e o apego aos nossos Passos Tradições e conceitos. Ao
tratar assuntos delicados, o Grupo trabalha lentamente – evitando apresentar
moções (*) formais até que apareça uma definição clara do ponto de vista
coletivo. Antepondo os princípios às personalidades, o Grupo se previne contra
as opiniões dominantes. Ouve-se a sua voz quando o Grupo bem informado chega a
uma decisão. O resultado dessa decisão está fundamentado em algo mais que uma
simples contagem de votos “sim” ou “não” – precisamente porque é a
manifestação espiritual da consciência do Grupo.
O falecido Dean K., que serviu um período como
delegado do interior da Califórnia e
depois como diretor do Escritório Central de Seattle, disse que há duas
maneiras de chegar à consciência de Grupo.
“A maneira competitiva permite a quem tem a voz mais alta promover sua ideia,
pedir votos e chegar a uma decisão ‘majoritária’. Isto não é a consciência de Grupo esclarecida. A forma cooperativa
permite ao Grupo reunir-se com confiança mútua para tomar uma decisão de Grupo
que não é a vitória pessoal de um único indivíduo”.
A fórmula de Dean para uma consciência de Grupo
cooperativa e esclarecida requer que se apresentem os fatos desde todos os
ângulos ao tratar de qualquer questão. Enfaticamente, Dean disse: “Não se abre à discussão geral. Isso
permitiria aos membros mais barulhentos dominar o debate. Sugere-se que o
coordenador peça a cada membro dar sua opinião durante um tempo de dois
minutos. Ninguém deveria ter uma segunda oportunidade de falar até que todos
tenham falado; assim, inclusive o membro mais calado terá a mesma oportunidade
de se manifestar. O coordenador não dá sua opinião até que todos demais tenham
manifestado a sua.
È
importante ouvir sempre a voz da minoria; entretanto, é preciso ter em mente o
fato de que a voz minoritária, embora às vezes tenha razão, pode frequentemente
não tê-la. A não ser que seja muito convincente, deveria ser considerada como o
que é – ou seja, uma voz minoritária. Permitir que a minoria sempre
influenciasse a maioria é permitir que o rabo mova o cachorro”.
Para além do nível de Grupo, A conferência de
Serviços Gerais de A.A. tem a responsabilidade de atuar como a consciência de
Grupo coletiva da Irmandade. A Conferência, a entidade de A.A. mais parecida
com a voz coletiva, produz opiniões a respeito de assuntos importantes de
política que podem afetar A.A. na sua totalidade; aprova a seleção de alguns
dos candidatos à Junta de Serviços Gerais e elege outros. Entretanto, nem a
Conferência nem a Junta podem dar ordens a nenhum Grupo ou membro de A.A.
Nem sempre bem compreendido como conceito, a
consciência de Grupo esclarecida, tal como está expressada na Segunda Tradição,
é uma poderosa ideia espiritual que torna possível a indivíduos dos mais
diversos temperamentos e procedência, superar a ambição pessoal e unir-se para
realizar nosso propósito comum: mantermo-nos sóbrios e estender a mão de A.A.
ao alcoólico que ainda sofre.
(*) N.T.: Moção => Do
inglês e do francês motion. Proposta. Proposta, em uma assembleia, acerca
do estudo de uma questão, ou relativa a qualquer incidente que surja nesta
assembleia.
Moção em
A.A.: Ocorre nas assembleias e nas tomadas de consciência
dos Grupos quando um membro apresenta uma proposta (moção), normalmente divergente, como alternativa àquela que está
em pauta ou sendo votada. Também pode ser uma proposta complementar. A proposta
é aprovada se conseguir a aprovação de dois terços dos presentes, seja através
de votação secreta ou de mãos levantadas.
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