Box 4-5-9, Natal / 1988 (pág
10-11) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday88.pdf
Titulo original:
“Respecto
a colocar en primer lugar la tradición
de anonimato”.
Recentemente, em uma reunião de Grupo
celebrada em Nova Jersey, um dos participantes propôs uma modificação de grande
monta na literatura de A.A. Provocou alguma comoção.
A proposta era que a Décima Segunda
Tradição, também conhecida como a tradição do anonimato, fosse “elevada” da última da lista para ser
dali em diante a Primeira Tradição.
Um dos temas tratados nessa reunião, foi
como reativar a consciência interna da Irmandade a respeito da importância do
anonimato para o futuro desenvolvimento e sucesso de A.A. O membro em questão
usou o seguinte argumento: Se o anonimato é de primeira importância para o bem
estar de A.A. – e certamente é, então a tradição do anonimato deve ser a primeira
e não a última e por conseguinte deve encabeçar a lista.
Considerando o mal compreendido que
devem estar o significado e o propósito por parte dos membros em geral, esta
sugestão parecia ter seu mérito. Efetivamente, esta nova lógica quase nos
estava gritando que o “álcool” e o “anonimato” eram as palavras-raízes do
nome da Irmandade. Portanto, já que o “álcool”
e o tema e o impulso principal do primeiro dos Doze Passos, não seria justo e
apropriado que “anonimato”, com a
mesma importância no que diz respeito à Irmandade, fosse o tema e o impulso
principal da primeira das Doze Tradições?
Parece fazer sentido. Mas, realmente o
tem?
Alguns dias depois dessa reunião em Nova
Jersey, o subcomitê de Informação Pública dos Custódios foi informado desta
proposta – e seguiu-se uma discussão muito instrutiva da qual surgiu, aliás,
com grande rapidez, evidência incontrovertível de que a Decima Segunda
Tradição, a tradição do anonimato, é a décima segunda e última porque assim
deve ser. De acordo com a exposição do membro do comitê, na mente da maioria
dos principiantes – inclusive na de grande parte de membros com vários anos de
sobriedade, e com certeza para a maioria das pessoas de fora da Irmandade, “anonimato” equivale a “vergonha” ou “medo”, e praticar o anonimato é esconder-se. Esta é, de fato, a
impressão provocada pela palavra “anonimato”
quando não é devidamente explicada, principalmente no que se refere aos membros
de A.A.
Se o mero ou
simples anonimato, não explicado, fosse o tema da Primeira Tradição, não iria
ser convidativo para o leitor explorar as outras onze, nas que se baseia a
tradição do anonimato. Pelo contrário, poderia causar repulsão e, portanto
privá-lo, talvez para sempre, de um dos verdadeiros tesouros de A.A.
Portanto, os
motivos do anonimato estão explicados cuidadosa e individualmente nas onze
tradições que lhe precedem, com a finalidade de que o membro de A.A. ao chegar
à Décima Segunda tenha plena consciência das lições que aprendeu, assim como o
consolo, a tranquilidade e outros benefícios derivados da prática do anonimato.
De acordo com o
comitê, ninguém propôs que o Décimo Segundo Passo, que começa dizendo “Tendo experimentado um despertar
espiritual, por meio destes Passos...” – quer dizer, os onze anteriores,
deveria mudar de lugar na série, passar do último para o primeiro. De forma
semelhante, as lições, os objetivos e os benefícios descritos nas primeiras
onze tradições estão resumidos e consumados na Decima Segunda Tradição que diz “O anonimato é o alicerce espiritual das
nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios
acima das personalidades”.
Teria algo de
ruim (ou “anti-programa”) pôr em
dúvida a colocação da tradição do anonimato e depois dedicar uma séria
discussão ao assunto? Definitivamente, não. Desde tempos remotos, quando a
literatura básica de A.A. começou a ser publicada, sempre houve membros que
encontraram palavras ou locuções que, no seu modo de ver, deveriam ser mudadas.
Talvez algumas frases inteiras deveriam ser riscadas ou alguns parágrafos
suprimidos, ou reorganizados – ou removê-los para outro lugar. Por muito
acertada que possa parecer alguma correção ao primeiro olhar, uma consideração
mais aprimorada demonstra, a maioria das vezes, que, com relação ao que precede
e segue, o conteúdo é precisamente o que deve ser e está onde deve estar sem
possibilidade de “melhorá-lo”. Aos
que propuseram a mudança, assim como aos demais, a discussão lhes ensinou o
raciocínio original que colocou a tradição do anonimato como a décima segunda e
última, e ainda deu a este raciocínio uma nova e viva força.
Nenhum comentário:
Postar um comentário