Box 4-5-9, Fev. Mar. / 2009 (pág. 7-8)
Título original: “¿Por qué tenemos una
Declaración de Unidad?”
Em julho de 1970, onze mil membros de Alcoólicos Anônimos reunidos em Miami
Beach, Florida, EUA, fizeram a seguinte promessa em onze idiomas diferentes:
“Uma Declaração de
Unidade:
O
futuro de A.A. depende de ser colocado em primeiro lugar, o nosso bem-estar
comum, a fim de manter a nossa Irmandade unida. Da unidade de A.A. dependem as
nossas vidas e as vidas daqueles que virão”.
A aceitação desta declaração na Convenção
de 1970 selou a aprovação final à
campanha iniciada por Bill W. algumas décadas atrás, para estabelecer como
prioridade a preservação da unidade para assegurar o futuro de A.A. Vinte anos
antes, na primeira Convenção Internacional, em Cleveland, mais de três milhares
de membros de A.A. votaram pela aceitação das Doze Tradições que Bill havia
redigido e proposto com o propósito específico de assegurar a sobrevivência de
A.A. como sociedade. A aceitação oficial da Declaração de Unidade serviu para
reforçar isso.
Por que foi necessário fazer essa
declaração? Quase desde os primórdios de A.A., Bill havia colocado como foco a
importância de manter a unidade da Irmandade. Trabalhando juntos poderemos
alcançar e manter a sobriedade que não pudemos encontrar quando estávamos
sozinhos. Mesmo quando A.A. não tinha mais de cem membros, em sua maioria
concentrados em Akron e Nova York, Bill e o Dr. Bob tinham a visão de uma
irmandade unificada que poderia alcançar os alcoólicos em todas as partes da América
do Norte e inclusive do mundo. Bill W., nas suas palestras e artigos, sempre
destacou a necessidade de preservar a unidade para que nós mesmos pudéssemos
manter a sobriedade e preservar A.A. para “os
milhões que ainda não nos conhecem”.
Ao apresentar as Tradições, Bill escreveu:
“Enquanto os vínculos que nos unem
demonstrem ser mais fortes que as forças que pudessem nos dividir, tudo irá
bem...estaremos seguros como movimento; nossa unidade essencial continuará a
ser algo seguro”.
Quais eram as forças que poderiam nos
dividir? Ele mencionava com frequência a luta pela propriedade, o poder e o
dinheiro. Sentia ser absolutamente necessário que A.A. como sociedade teria que
evitar as controvérsias sobre a política e a religião. Também acreditava que o
anonimato era um fator decisivo para manter a unidade e que a ajuda de A.A.
deveria estar disponível para todos sem favoritismos nem prejuízos.
Bill descreveu as Doze Tradições como
sendo “Doze pontos para assegurar o nosso
futuro”. Ele as considerava tão essenciais para a preservação da sociedade
quanto os Doze Passos para a recuperação do membro individual. Escreveu que o
mais urgente e estimulante interesse de A.A. era “preservar entre nós, os AAs, uma unidade tão sólida que nem as
debilidades pessoais nem a pressão e discórdia desta época turbulenta possam
prejudicar nossa causa comum. Sabemos que Alcoólicos Anônimos tem que
sobreviver. Se assim não for, exceto contadas exceções, nós e nossos
companheiros alcoólicos em todas as partes do mundo recomeçaríamos nossa
desesperada viagem rumo ao esquecimento”.
Bill estava doente e lhe restava menos de
um ano de vida quando foi adotada oficialmente a Declaração de Unidade. Mesmo
assistindo à Convenção numa cadeira de rodas e fazendo uma breve aparição no
palco, não pode fazer a longa palestra que costumava fazer nas Convenções
anteriores. Porém, certamente deveu sentir um merecido orgulho ao ver aprovada
esta declaração por parte da convenção, da mesma maneira que a Convenção
Internacional de 1965, em Toronto,
emitira a declaração do Termo de Responsabilidade.
De acordo com informação encontrada nos
Arquivos Históricos de A.A., o autor do texto da declaração provavelmente foi
Al S., o mesmo membro de A.A. e assessor que tinha redigido o Termo de
Responsabilidade. Também reflete os esforços do Comitê que organizou e
trabalhou na Convenção Internacional de 1970
– 35º aniversário de A.A. O lema da Convenção, apropriadamente, foi “A unidade dentro da nossa Irmandade”.
Na cerimônia de sábado à noite, o então
gerente geral do ESG, Bob H., convidou para subir ao palco vários antigos
delegados e membros de ultramar para participar da adoção da Declaração;
dizendo que, “a unidade de A.A. é a
qualidade especial que faz com que nossa Irmandade seja única. É o cimento que
mantém unida nossa sociedade, a plataforma que faz possível o ‘Serviço’ de A.A. É mais que um acordo sobre os
princípios básicos, mais que a liberação da discórdia destrutiva. É um vínculo
criado pela experiência compartilhada, como a que compartimos aqui, nesta
noite. A unidade é nossa mais prezada posse, nossa melhor garantia para o
futuro de A.A. Que todos a valorizemos e a preservemos, hoje e todos os amanhãs
que estão por vir”.
Bob H. pediu então a todos os
participantes que se encontravam no palco que recitassem a Declaração de
Unidade, que foi iniciada pelo Dr. John L. Norris, o diretor clínico da Eastman
Kodak e amigo e Custódio não alcoólico durante muitos anos.
Conforme informação disponível, devido ao
agravamento da saúde, Bill não pode assistir a essa cerimônia. Porém, conseguiu
subir ao palco na manhã seguinte para proferir um brevíssimo discurso de quatro
minutos, que foi acolhido com uma grande ovação com todos os presentes em pé.
Isto, nos últimos meses de vida de Bill, foi uma comovedora lembrança do também
breve discurso do Dr. Bob na primeira Convenção Internacional, em julho de 1950, em Cleveland, quando instou a
todos a ter presente que os Doze Passos se reduzem a amor e serviço, sua última
mensagem antes de morrer em novembro daquele ano.
Que passagem linda de nossa história !
ResponderExcluirMe emocionei imaginando o sentimento de Gratidão de Bill ao saber que onze mil membros proferiram essa promessa .
Obrigada!