Box 4-5-9, Out. Nov. 2005 (pag. 3 a 5) =>http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov05.pdf
Título original: “Los Archivos Históricos de A.A. cumplen 30 años”
Se aos visitantes do Escritório de Serviços Gerais lhes fosse perguntado
o que gostariam de ver em primeiro lugar, a grande maioria diria os Arquivos
Históricos. Os AAs estão cada vez mais fascinados com a história da Irmandade.
Assim como percebemos a importância de manter fresca a lembrança da nossa vida
pessoal, também percebemos a necessidade de conhecer e compreender o nosso
passado coletivo para poder assegurar nosso futuro.
Na entrada, os
visitantes se deparam com uma galeria recheada com dúzias de fotografias de
pessoas e lugares importantes da história de A.A. Têm a oportunidade de ver
tesouros tais como a carta que o famoso psiquiatra, o Dr. Carl Jung, escreveu a
Bill em 1961, exemplares de todas as
impressões das quatro edições do Livro Grande (nosso Livro Azul), o Premio
Lasker, outorgado a A.A. em 1951, e
o sofá original do escritório de Bill. Uma das coisas favoritas dos visitantes
são os livros de recortes de artigos da imprensa a respeito da Irmandade
publicados na época dos seus primórdios a partir de 1939. A primeira arquivista
do ESG, Nell Wing – não alcoólica, os descreveu como sendo tesouros de “valor inestimável, não apenas porque nos
oferecem uma visão panorâmica dos acontecimentos de A.A., mas também porque nos
revelam como o público em geral e os repórteres viam o alcoolismo e a Irmandade
e o que diziam a respeito ao longo dos anos”.
De vez em quando, os
visitantes se mostram obviamente comovidos e inclusive choram de emoção ao
descobrir aspectos de suas histórias pessoais. Agora que a Irmandade tem 70
anos de existência (2005), há
membros de segunda e terceira geração e não é estranho que alguns encontrem
alguma referencia aos seus pais e até aos seus avós que receberam ajuda dos
membros fundadores. Pessoas de outros países encontram coisas que ativam lembranças
comovedoras dos primeiros dias de A.A. nos seus países, como por exemplo, a
chaleira utilizada nas primeiras reuniões ou um prato feito a mão enviado por
um membro polonês quando A.A. estava na sua infância na Polônia.
Mas estes artigos, embora tenham grande
significado, constituem apenas um capítulo da história dos Arquivos. Judit
Olah, arquivista não alcoólica, diz que durante os últimos anos colocou-se uma
forte ênfase em fazer com que os AAs não considerem os Arquivos apenas com um
armazém de coisas colecionáveis, mas como um depósito de coisas de grande
importância histórica. Ela e o seu pessoal ajudante junto com o Comitê de
Arquivos Históricos dos Custódios, estão-se concentrando em disponibilizar da
maneira mais fácil possível a vasta coleção para os membros da Irmandade e dos
pesquisadores científicos interessados em A.A. Fizeram um trabalho de
preservação de áudio, digitalizando materiais de áudio das décadas dos anos de 1950 e 1940; Conferências de Serviços Gerais anteriores, palestras de alguns
dos nossos primeiros Custódios, etc. Também está sendo melhorada a organização
de cartas e folhetos criando bases de dados para que cada vez estejam mais
disponíveis. No decorrer dos cinco últimos anos foi implementado um sistema
computadorizado de escaneamento.
Com
a mesma finalidade, e de acordo com o recomendado pela Conferência, foi mudada
a perspectiva editorial do boletim Markings;
de um intercâmbio entre os arquivistas locais e de Área, passou a ser uma
reflexão sobre temas que servem para aprofundar nossa familiaridade com as
raízes da Irmandade. O novo enfoque foi iniciado com um número dedicado às
filosofias e os movimentos precursores de A.A.; e foram publicados outros dois
números: um a respeito da relação de A.A., no seu começo, com o mundo dos
negócios e outro a respeito dos membros do clero e da medicina que tiveram
influencia nas primeiras etapas do desenvolvimento de A.A. Ademais, os Arquivos
estão disponibilizando gradualmente para a Irmandade vários recursos de áudio
dos primeiros tempos: alguns CD´s com breves anedotas narradas por Bill W. e
palestras de alguns dos primeiros Custódios, foram apresentados na Conferencia
e em vários Fóruns Regionais em 2004.
Fez-se cada vez mais necessária a utilização de
tecnologias mais sofisticadas na medida em que os pedidos de informação por
parte da Irmandade foram-se incrementando a passos gigantescos. Devido à
generalização do uso do correio eletrônico por parte dos membros, por exemplo,
e o esforço do Escritório para ajudar os AAs a encontrar a informação que
procuram o pessoal sempre está muito atarefado. Junto com Judit, o pessoal é
composto pelas seguintes muito trabalhadoras pessoas não alcoólicas: Michelle
Mirza, arquivista ajudante, Noella Jordan e Maureen Carthers, pesquisadoras
assistentes e dois ajudantes temporários. Judit informa que recebe 100 correios
eletrônicos a cada semana, e o restante do pessoal responde aos pedidos que
chegam, a maioria dos quais supõe que se realizem pesquisas antes de poder dar
uma resposta.
Uma das responsabilidades do pessoal dos Arquivos
Históricos é a de cuidar e preservar os arquivos dos primeiros Grupos, as
histórias das Áreas, manuscritos originais, livros, folhetos e jornais. O papel
das velhas cartas, por exemplo, pode ser muito frágil devido ao alto conteúdo
de ácido. Primeiro é necessário retirar o ácido destes documentos, depois são
colocadas em pastas livres de ácido; algumas são cobertas com Mylar para mais
proteção (N.T.: Mylar é a marca
registrada de uma forte película de poliéster
que tem resistência térmica
e propriedades de isolamento. O Mylar é utilizado em fitas magnéticas,
dielétricos do capacitor, empacotamentos, blueprints
e em baterias magnéticas). Por motivos de segurança, muitos documentos estão
armazenados fora desse lugar, e os Arquivos ampliaram sua capacidade de
armazenamento fazendo uso do espaço do porão do prédio onde o Escritório de
Serviços Gerais – ESG tem os escritórios, e em outros espaços em Nova Jersey e
nas Catskills (N.T.: serie de montanhas localizadas a 100 km ao
norte-noroeste da cidade de Nova York). Estes documentos podem ser disponibilizados
aos pesquisadores conforme se fizer necessário.
A abundância e a variedade dos recursos são
extraordinárias e ainda mais se levarmos em consideração seu começo precário.
Nell Wing, a secretária de Bill durante muitos anos, frequentemente contava a
história de seus esforços para assegurar que fossem guardados e preservados os
documentos de grande importância histórica. Seu trabalho, não oficial, como
arquivista começou já em 1955,
quando Bill estava considerando a possibilidade de escrever uma historia de
A.A. Ele, Nell e Ed. B., um escritor contratado para ajudar a realizar o
projeto, reuniam-se nos fins de semana em Stepping Stones (a casa de Bill e
Lois em Westchester, Nova York) para
os trabalhos preliminares de investigação e redação. Numa entrevista com vários
membros do pessoal da Grapevine, Nell
disse: “A Ed não lhe parecia necessário
guardar todo esse material. Na medida em que ele ia revisando os folhetos e as
cartas, a maioria deles era jogada no lixo; e eu lhe dizia: ‘Ed, não podemos
jogar tudo isso no lixo. Eu sabia por experiência que cada carta continha pelo
menos cinco boas ideias. Mas, Ed acreditava que grande parte daquele material
já não tinha importância alguma. Assim, deixei de discutir com ele. Mas quando
Ed ia embora depois da sessão, eu apanhava o material jogado no lixo e voltava
a coloca-lo no seu lugar. Se não tivesse feito assim, posso lhes assegurar que
se teriam perdido muitos materiais. E também de interesse que, nos fins da
década de 1980, por não dispor de muito espaço, um dos gerentes do escritório
decidiu jogar fora tudo que tínhamos acumulado nos últimos dois anos. Protestei
com veemência. Disse a ele: ‘Traga-os para mim e eu verei o que pode ser
feito’. Senão, quem sabe? Mas, as pessoas
do nosso país não aprecia a importância dos arquivos históricos. Somos pessoas
do agora; não pensamos no futuro. Isso é o que Bill tinha de extraordinário, o
reconhecer com tanta clareza a importância do passado”.
De acordo com Nell, “Bill percebeu a necessidade de preservar os documentos de A.A. desse
quase o começo da Irmandade. No começo dos anos de 1950, Bill viajou a Akron, Cleveland e Chicago com um gravador para
entrevistar os membros pioneiros e os amigos não alcoólicos”. O objetivo
imediato era recolher uma seleção de histórias para uma proposta segunda edição
do Livro Grande, mas a vantagem em longo prazo foi criar uma base para uma
biblioteca histórica no ESG. Numa carta escrita em 1954 com a finalidade de pedir histórias orais, Bill disse: “Peço-lhes que façam uma gravação das suas
experiências e lembranças dos primeiros dias... Podem fazer um bom começo
contando sua historia pessoal... Espero que entrem em detalhes a respeito das
dificuldades desses dias assim como do estado de humor, e relatem tantas
anedotas quanto lhes seja possível. Não é difícil preparar uma lista de dados.
O difícil é captar o ambiente onde tudo acontecia, e os materiais anedóticos
irão fazer com que essas experiências ganhem vida”.
Bill sempre teve uma compreensão profunda da
história e acreditava que os Arquivos de A.A. eram necessários “... para assegurar que a informação seja
correta e que o mito não prevaleça sobre os fatos no que se refere à história
da Irmandade”. Infelizmente, como contou Lois, a mulher de Bill, na
cerimónia de abertura dos Arquivos, grande parte da correspondência e outros
documentos dos primeiros anos não foram guardados “porque estávamos muito ocupados tratando de levar ajuda aos alcoólicos
e as suas famílias”. Bill sempre percebeu a importância teórica dos
Arquivos, disse Lois, “mas não era muito
bom na hora de coloca-lo em prática”. E Tom S., antigo Custódio, lembra-se
de ter ido visitar Bill no escritório num dia em que ele estava procurando
alguma coisa em seus arquivos e não conseguindo disse “sou um desastre”.
Tais experiências motivaram a Tom S. e ao seu
companheiro Custódio George G., a recomendar enfaticamente que fossem
estabelecidos os Arquivos Históricos. No começo da década de 1970, um incêndio no edifício onde
então se encontrava o ESG, serviu para chamar a atenção dos Custódios de forma
dramática, sobre os perigos de perder documentos e artigos de vital importância
histórica. Foi formado o Comitê de Arquivos Históricos dos Custódios em 1973, e no outono de 1975, foi celebrada a abertura oficial
dos Arquivos localizados em três salas do oitavo andar da 468 Park Avenue South de Nova York, onde se encontrava
o Escritório de Serviços Gerais – ESG. George G., coordenador do Comitê de
Arquivos Históricos, presidiu a cerimonia, e Lois, Tom S., e o então presidente
da Junta de Serviços Gerais, o Dr. John L. Norris pronunciaram algumas
palavras.
Uma das primeiras responsabilidades do Comitê dos
Custódios foi a de aumentar a coleção de experiências gravada dos membros
pioneiros. Ao mesmo tempo, Nell Wing ia recolhendo histórias dos Grupos,
escrevendo aos Grupos perguntando-lhes como tinham começado e quem foram seus
fundadores (*) “como cresceram, quais pessoas ajudaram, datas, anedotas a respeito
das pessoas e eventos, cooperação com a comunidade, problemas dos Grupos –
qualquer coisa que pudessem ter guardada na memória”. As histórias dos
Grupos também são um importante recurso para os muitos arquivos locais e de
Área que surgiram por toda a Irmandade nas últimas décadas. A grande maioria
das Áreas tem agora seus próprios Comitês de Arquivos Históricos e muitos
publicaram a história das suas Áreas.
Os princípios espirituais de acordo com os quais
vivemos, foram evoluindo ao longo de anos de provação. Nossos fundadores
cometeram todos os erros possíveis e milagrosamente aprenderam com eles para
criar um conjunto de tradições que nos podem ajudar a superar qualquer tipo de
dificuldade na atualidade. Os Arquivos Históricos desempenham um papel vital
nas nossas vidas, preservando as lições do passado e colocando-as à nossa disposição,
lembrando-nos não apenas o que aconteceu, mas também porque aconteceu.
Num artigo no número de maio de 1995 do Box 4-5-9, Frank M., arquivista anterior, comentou sobre o papel da história na vida de
A.A.: “Não é uma questão de venerar
cegamente o passado, mas de apreciar a importância que o passado tem no
presente. Na atividade de colecionar as lembranças de A.A. percebe-se um forte
elemento de competição. Vivemos numa sociedade materialista, e as coisas ‘colecionáveis’ – seja figurinha de jogadores de beisebol
ou folhetos de A.A., chegaram a ser muito cobiçadas. Temo que tenhamos começado
a idolatrar as coisas e perder de
vista o conteúdo. Os Arquivos
Históricos têm outro propósito – o de esclarecer a importância que o passado
tem para as nossas vidas e de aprofundar nossa gratidão por aquilo que nos foi
dado. Não tem a ver com as coisas, mas, sim com a gratidão”.
(*)PARA
SABER MAIS:
Material
de Serviço do Escritório de Serviços Gerais (EUA/Canadá)
COMO PESQUISAR A HISTÓRIA DOS GRUPOS DE A.A.
Reproduzido com autorização: www.aa.org/assets/es_ES/smf-169_sp.pdf
Título
original: “Cómo investigar la historia
de los grupos A.A.”
O departamento de Arquivos do Escritório de Serviços Gerais recebe com
frequência perguntas a respeito de como os Grupos de A.A. podem escrever a
história de seu Grupo. Abaixo, seguem algumas das perguntas mais habituais que
o Departamento de Arquivos utiliza ao escrever a história de um Grupo. É
sugerido que os Grupos tentem responder estas perguntas e, se necessário, se
ponham em contato tanto com os Arquivos do Escritório de Serviços Gerais como
com seus Arquivos locais para obter informação. Se os Grupos estão
desenvolvendo uma história oral, os Arquivos do ESG disponibilizam um Kit de História Oral que pode ser
utilizado como guia. A experiência demonstrou que muitos Grupos acham ser esta
ferramenta de grande utilidade. O Kit de História Oral está disponível dos
Arquivos no sítio web do ESG de A.A. em www.aa.org.
- Quem ou quais foram os fundadores do Grupo?
- Onde e quando foi realizada a primeira reunião?
Na ordem cronológica, enumere onde foram realizadas as últimas reuniões.
Inclua cidade, Estado, prédio, residência, igreja, clube, etc.
- O Grupo já estava inscrito no ESG quando os
membros se reuniram pela primeira vez?
- Qual é o nome do Grupo? O nome do Grupo foi
modificado ao longo dos anos?
- O fato que deu origem às reuniões: ... foi o
desmembramento de um Grupo de origem; uma divisão causada por desavenças
ou simplesmente a decisão de alguns membros de A.A. de começar um Grupo na
sua localidade, etc.
- O que fizeram os membros fundadores para
informar à comunidade que se estava formando uma nova reunião de A.A.?
- Quantos membros assistiram à primeira reunião
do Grupo?
- Descreva a composição dos membros, por exemplo,
somente homens, mulheres, jovens, etc.
- Como o Grupo foi crescendo ao longo dos anos?
- São feitos frequentemente inventários do Grupo,
e têm sido úteis?
- Quem ou quais foram os primeiros servidores do
Grupo? Indique, por exemplo, RSG, Contato do Grupo, Coordenador/a,
Secretário/a do Grupo, etc.
- O Grupo criou um Comitê de Serviço?
- Algum membro do Grupo já teve participação no
Distrito, na Área ou outro serviço da Irmandade?
- Qual é a frequência das reuniões e como foi
modificada ao longo dos anos?
- Que tipo de reuniões o Grupo celebra: fechadas,
abertas, de debate, etc.
- Descreva os conflitos e controvérsias que foram
surgindo durante o crescimento do Grupo.
- Como o Grupo celebra os aniversários de
sobriedade de seus membros?
- Como o Grupo celebra o aniversário da sua
própria fundação?
- Descreva como o Grupo colabora com as entidades
profissionais (assinando fichas ou cartões emitidos por Tribunais,
apoiando reuniões de caráter institucional, colaborando com os plantões
telefônicos nos Escritórios de Serviços Locais, etc.)
- O Grupo tem participado de eventos de A.A.
especiais, locais ou regionais, tais como Convenções, Conferências, Ciclos
de Estudo, Seminários, Fóruns, Oficinas, etc.?
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