Box 4-5-9, Out. Nov. 1989 (pág. 7-8) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov89.pdf
Título original: “Apadrinamiento temprano evita que los principiantes
se pierdan ‘entre las rendijas’”.
Muitos
reingressantes nas instituições de tratamento contam porque não conseguiram
manter a sobriedade em A.A. a primeira vez que tentaram. Suas experiências
indicam que um dos fatores decisivos nas primeiras etapas da recuperação é o de
estabelecer uma conexão sólida com os padrinhos na sua primeira reunião de A.A. ou, ainda melhor, antes. De fato, os conselheiros experientes disseram
que as maiores desistências ocorrem durante as primeiras 72 horas depois de
sair da instituição.
È isso que nos informa
Bert J., um membro que está há 30 anos em A.A. e trabalha como conselheiro no
Brunswick House, de Amityville, Nova York. Num artigo titulado “Through the Cracks” –
Através
das Rachaduras, estuda varias razões pelas que alguns egressos não
chegam em A.A. ou, mesmo chegando não conseguem manter-se sóbrios. “Está claro que muitíssimos nunca voltam.
Continuam bebendo e morrem como alcoólicos ativos. Acredito que algumas destas
tragédias poderiam ser evitadas se os AAs e os conselheiros alcançassem uma
melhor compreensão a respeito do que podem fazer para ajudar”.
Nas suas conversas com os
reingressantes nas instituições de tratamento, Bert descobriu uma coisa que
todas as histórias tinham em comum: a falta de apadrinhamento no início. Um
indivíduo disse: “Encontrei a sala de
reunião e entrei, mas ninguém falou comigo. Fiquei até o encerramento e fui
embora. Tudo que tinha ouvido de como os AAs ajudavam os principiantes
pareceu-me fumaça de lenha verde. Voltei para a minha casa muito irritado, mas
voltei outra vez à reunião e obtive o mesmo resultado. Passadas duas semanas
estava bêbado”. Outra pessoa comentou: “Encontrei
a igreja, subi até a entrada principal, mas a igreja estava escura e a porta
estava fechada com chave. Rendi-me e comprei uma garrafa”.
Em contraposição, os AAs que se
mantiveram sóbrios depois do tratamento, contam histórias muito diferentes.
Alguns tinham sido bem orientados a respeito de A.a. antes da sua primeira
reunião pelos conselheiros das instituições de tratamento ou pelos AAs que
visitavam a instituição. Na sua primeira reunião, padrinhos temporários se
propuseram a acompanha-los nos primeiros tempos. Outros chegaram a Grupos que
tinham membros encarregados de identificar e dar as boas-vindas aos
recém-chegados. Foram apresentados aos veteranos iniciando-os assim no programa
de A.A., além de lhes indicar contatos temporários.
Bert comenta que desde faz já muito tempo, a
Junta de Serviços Gerais de A.A. percebeu a importância do apadrinhamento para
facilitar a transição das instituições de tratamento e correcionais, e fez
recomendações detalhadas aos Escritórios Centrais do mundo todo a respeito da
criação de um Programa de Contatos Temporários. Entretanto, ainda há um grande
vazio para preencher.
“As
atitudes dos AAs e dos conselheiros bem intencionados representam o fator
principal no processo de recuperação e, às vezes suas atitudes podem contribuir
mais para o problema que para a sua solução. Por exemplo: ‘Ele não estava
pronto’... ‘Se querem a minha ajuda, apenas têm que me pedir’... ‘Pode
levar a mensagem, mas não pode levar o alcoólico’. É possível que estas avaliações, em alguns casos, sejam acertadas;
mas o que importa aqui é que o primeiro contato seja bom. Neste ponto, colocar
a culpa no alcoólico seria contraproducente”, concluiu Bert.
As visitas que fazia aos Grupos onde
aas pessoas não o conheciam, permitiram a Bert “penetrar ainda mais no problema. Diferente das partes pouco povoadas
do país, onde assisti reuniões pequenas de A.A., as áreas metropolitanas e suas
periferias, com frequência tem reuniões grandes. Assim, é difícil identificar
os recém-chegados, principalmente se passaram por um período de internação numa
instituição de tratamento sem beber”.
Oito das dez reuniões que Bert
assistiu “não tinham nenhum sistema para
identificar os recém-chegados. Apenas um Grupo tinha servidores encarregados de
dar as boas-vindas. Quando perguntei como identificavam os principiantes, de
modo geral respondiam: ‘Uma pessoa que tem tantos anos em A.A. como eu,
sempre pode identificar alguém recém-saído de uma bebedeira’. E quando fiz a pergunta: ‘E as pessoas
que vem de uma instituição de reabilitação ou desintoxicação?’ A resposta mais comum foi, mais ou menos:
‘Bom, eles já percebem que devem fazer sua própria apresentação’”.
Depois de discutir este assunto
tanto com AAs experientes como com os profissionais empregados em instituições
de tratamento que também são membros de A.A., Bert conseguiu formular algumas
sugestões práticas sobre o Decimo Segundo Passo que os Grupos poderão
aproveitar ao levar a mensagem:
- Afixar
um cartaz de A.A. na entrada do local ou da sala de reunião.
- Adotar
um Programa de Apadrinhamento por Contatos Temporários recomendado pela
Junta de Serviços Gerais. As diretrizes estão disponíveis no Escritório de
Serviços Gerais – ESG.
- Disponibilizar
servidores do Grupo próximos à entrada da sala de reunião para das as
boas-vindas a todos que não reconheçam.
- Realizar
regularmente “reuniões de
apadrinhamento” com a finalidade de ressaltar a importância do
apadrinhamento e de incentivar os membros a se oferecerem como padrinhos
voluntários.
- Indicar
padrinhos temporários a todos os principiantes até que possam escolher
seus padrinhos permanentes.
- Destacar
a mensagem: ¨Quando qualquer um,
seja onde for, estender a mão pedindo ajuda, quero que a mão de A.A.
esteja sempre ali. E por isto: Eu sou responsável”.
Bert
conclui dizendo: “Preencher o vazio entre
o tratamento e uma sólida conexão com A.A., irá evitar que uma multidão de
alcoólicos se percam nas rachaduras. A construção desta ponte é uma
responsabilidade conjunta dos profissionais, os AAs e os alcoólicos que
começaram recentemente sua recuperação”.
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