Box 4-5-9, Out. Nov./ 1987 (pág. 5 a
7) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov87.pdf
Titulo original: “Lo
Acontecido a los Washingtonianos nos Invita a Ceñirnos a lo Nuestro”.
Muitos
AAs já têm conhecimento da história do nosso precursor imediato, o Grupo de
Oxford, que contribuiu para que muitos alcoólicos nos EUA alcançassem a
sobriedade durante os ano 1930 e 1940, e que logo depois infelizmente
sucumbiu às tentações do profissionalismo e da política mundial (http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar87.pdf
=> Box 4-5-9 - Fev. Mar./1987,
pág. 6-7). Menos conhecida é a história do Movimento Washingtoniano que,
durante sua breve existência na quarta década de 1800, estabeleceu muitos dos pontos ideológicos nos que atualmente
se baseia a Irmandade de A.A. No que se parecem estes Grupos? E, mais
importante, no que se diferenciam? São as diferenças o suficientemente grandes
como para assegurar que a força presente e a unidade de A.A. irão resistir às
incertezas do futuro, dia após dia?
Estas importantes perguntas foram
analisadas num estudo comparado do Movimento Washingtoniano com A.A. feito por
Milton A. Maxwell, Ph. D., antigo presidente não alcoólico da Junta de Serviços
Gerais, e anteriormente professor de sociologia da Universidade Estadual de
Washington. Antes de se aposentar em 1975,
trabalhava na mesma disciplina no Centro para Investigações sobre o Alcoolismo
da Universidade de Rutgers, em New Brunswick, Nova Jersey. Com frequência nos
recomendam, como membros de A.A., dar uma olhada atrás “mas, sem fixações”. A informação que segue e os estratos adaptados
do Dr. Maxwell, podem nos ajudar a fazer exatamente isso – chegar a um
entendimento sobre os Washingtonianos dentro do contexto da sua época, apreciar
os pontos fortes que nos legaram, e evitar as debilidades que motivaram seu rápido
declive.
Até 1840, o ano em que nasceu a Sociedade de Temperança Washington, de
acordo com o Dr. Maxwell, a opinião que prevalecia era a de que nada podia ser
feito pelos alcoólicos, embora de vez em quando um bêbado “se reformava”. O movimento de temperança que o precedeu e que
floresceu entre os anos 1826 e 1836 tinha como único objetivo evitar
que o não alcoólico se convertesse em alcoólico. Esta implícita indiferença com
os alcoólicos talvez tivesse sua mais clara expressão nas palavras de um zeloso
defensor da temperança que disse: “Mantenha
abstêmios os abstêmios; os bêbados logo irão morrer; e o país será libertado”.
“Assim, foi preparado o terreno para o
nascimento do Movimento Washingtoniano”, diz o Dr. Maxwell.
Da mesma maneira que A.A. foi iniciada
por bêbados que se ajudavam uns aos outros, assim foi o Movimento
Washingtoniano, que teve sua origem numa taverna de Baltimore. Uma noite de
abril do ano 1840, seis companheiros
de copo – um carpinteiro, um ourives, um fabricante de carroças e dois ferreiros,
decidiram de brincadeira, desafiar um movimento de temperança que naquele
momento já estava em declínio - “um bando
de hipócritas”, conforme um deles, e formaram sua própria sociedade.
Imediatamente, celebraram uma reunião, escolheram uma diretoria, fixaram uma
cota de 25 centavos de dólar por membro e acordaram que cada um levasse mais
uma pessoa na reunião seguinte.
Os novos membros pediram ao
presidente para redigir um termo de compromisso, o qual seria assinado por
todos no dia seguinte. O compromisso: “Nós,
os que subscrevemos, desejosos de formar uma sociedade para o nosso benefício
mútuo, e para nos proteger de um costume pernicioso que prejudica nossa saúde,
nossa posição e nossas famílias, prometemos, como cavalheiros, que não iremos
beber nenhuma bebida espirituosa ou de malte fermentado, cerveja, vinho ou
sidra”.
A sociedade de Temperança
Washington, como esse pequeno grupo se autonomeou, continuou se reunindo no
lugar de costume, a Taverna Chase, até que a mulher do proprietário chamou sua
atenção devido à perda cada vez maior de clientes. Então, começaram a se reunir
na casa de um dos membros até que o grupo se tornou maior e a casa já não
comportava mais; foram então para a carpintaria, e finalmente alugaram seu
próprio salão. A sociedade foi crescendo tão rapidamente, diz o Dr. Maxwell,
que na comemoração do seu primeiro aniversário reuniram-se uns mil bebedores
reformados, junto com outros cinco mil membros e amigos.
O movimento se estendeu até Nova
York, Boston, Pittsburgh e lugares mais remotos, e alcançou o pico de sua
atividade em 1943, quando, de acordo
com um cálculo aproximado, tinha entre cem mil e seis centos mil “bêbados reformados como membros”. Outro
acontecimento notável foi a organização de mulheres na Sociedade Martha
Washington, cujos membros apoiavam os Washingtonianos, trabalhavam para “resgatar as intemperadas” e também
faziam obras de caridade dando “alimento
aos pobres e roupa aos necessitados”.
Entretanto, embora o movimento
continua-se se expandindo por todo o país, já começava a se perceber um
pronunciado declínio. Na Cidade de Nova York, diz o Dr. Maxwell, os Filhos da
Temperança, uma irmandade que preconizava a abstinência completa e que foi
fundada com a ajuda e a aprovação dos Washingtonianos; em 1842 começou a contar com muitos membros vindos dos próprios
Washingtonianos. Em menos de três anos, o eminente clérigo Lyman Beecher,
escreveria a respeito do “ressurgimento
da maré de licor”. Disse que, “embora
os Washingtonianos aguentassem e trabalharam bem, suas forças estão acabadas”.
O Dr. Maxwell explica que esta “transferência de membros e lealdade” foi
favorecida não apenas pelos Filhos da Temperança, mas também por outras
irmandades de temperança que foram criadas naquele tempo. Entretanto, o
Movimento Washingtoniano declinou principalmente porque “seus membros, objetivos e ideologia acabara por se misturar com os dos
outros movimentos de temperança, e, portanto, o movimento se tornou algo que no
começo não tinha intenção de ser: um ressurgimento do próprio movimento de
temperança que eles lá no começo ironizavam. O resultado foi um reforço da
ideia de abstinência completa e o recrutamento de milhões de pessoas para a
causa da temperança. Más, o propósito original de reabilitar alcoólicos foi
perdido de vista”.
Ao comparar o Movimento
Washingtoniano com Alcoólicos Anônimos, o Dr. Maxwell sugere que aquele, mesmo
parecido com A.A. enquanto ao seu propósito e foco iniciais “não tinha uma ideologia o suficientemente
distintiva como para evitar sua dissolução”.
Para ilustrar sua tese indica os
pontos comuns dos dois programas: os alcoólicos se ajudam uns aos outros; fixam
sua atenção nas suas próprias necessidades e interesses independentemente da
diversidade de seus membros, através do predomínio numérico deste grupo;
celebram reuniões semanais; compartilham suas experiências; têm disponibilidade
constante do grupo ou de seus membros; dependem de um poder Superior, e se
abstém completamente do álcool.
Depois, o Dr. Maxwell detalha as
diferenças, as quais descrevemos de forma abreviada a continuação:
1) Exclusivamente
para alcoólicos-. Diferentemente dos Washingtonianos, que
misturam a temperança com a recuperação do alcoolismo, A.A. se centra
unicamente na reabilitação dos alcoólicos.
2) Unicidade
de propósito. - “A.A.
não está filiada a nenhuma seita religiosa, partido político, organização ou
instituição; não deseja entrar em controvérsias; não apoia nem combate causa
alguma. Nosso objetivo principal e mantermo-nos sóbrios e ajudar outros
alcoólicos a alcançar a sobriedade”. Embora entre os Washingtonianos tenham
sido feitos grandes esforços para minimizar as diferenças teológicas, políticas
e sectárias, o movimento, conforme o Dr. Maxwell, “viu-se envolvido na mesma controvérsia dos outros movimentos de
temperança. Além do mais, os Washingtonianos acabaram por naufragar na questão
da alternativa ‘persuasão moral / ação legal’”. O que tinham conseguido
utilizando unicamente o amor e a bondade para reabilitar os alcoólicos fez crer
aos washingtonianos e a outras pessoas que se devia empregar o mesmo método
para tratar com os fabricantes e comerciantes de bebidas. Seu enfoque chocou-se
com o sentimento geral dos movimentos de temperança que favoreciam a “ação legal” e que consideravam que a
ênfase que os Washingtonianos deram à “persuasão
moral” como “um indício de loucura
sensibilizadora”. O número de seus membros ia diminuindo, e os
Washingtonianos encontravam-se apanhados em suas próprias redes políticas.
3) Um
programa de recuperação apropriado e bem definido. -
Ao invés de considerar o alcoolismo como uma questão moral – como um mal que
deve ser eliminado, A.A. o considera uma doença, o sintoma de um transtorno de
personalidade. “Seu programa foi
concebido para atacar o problema central; quer dizer, para efetuar uma mudança
de personalidade. Quando comparado com a partilha de experiências nos grupos
Washingtonianos, o programa de A.A. está enriquecido notadamente pela
penetração psicológica que a literatura de A.A. leva aos seus Grupos... O
aspecto espiritual do programa está mais claramente definido, inclusive
considerando-o como uma condição indispensável para a recuperação”.
4) O
anonimato. - Os opositores dos Washingtonianos se
valeram alegremente das “recaída” de
membros eminentes do movimento, aproveitando-as ao máximo para prejudica-lo, e
a confiança do público foi diminuindo. O anonimato protege A.A. da crítica
pública, não apenas nas recaídas, mas também dos fracassos e das tensões
internas.
5) Tradições
que evitam armadilhas. - A.A. diferencia-se
decisivamente do Movimento Washingtoniano por ter conseguido desenvolver um
conjunto de Tradições relativamente uniforme para evitar os perigos e abusos
que as organizações, de forma geral, têm que enfrentar. De especial importância
é a Tradição de manter a autoridade incorporada nos princípios e não em funções
ou personalidades.
A tradição da autossuficiência completa
dos Grupos e a atividade de A.A. através das contribuições voluntárias de seus
membros, evita os perigos inerentes às cotas fixas, taxas, arrecadações
públicas, etc., e conduz à independência e à dignidade. Reduzindo ao mínimo a
preocupação com o dinheiro, consegue elevar ao máximo o sentimento de
companheirismo. A Tradição que diz que “qualquer
propriedade considerável de bens de uso legítimo para A.A. deve incorporar-se e
ser administrada em separado”, também é importante porque evita que os
Grupos se envolvam com problemas de acúmulo de dinheiro além do mínimo
necessário para seu funcionamento.
Estas três últimas Tradições sugere o
Dr. Maxwell, “podem ser resumidas como
uma forma de prevenir-se da tendência comum de esquecer que o dinheiro, a
propriedade e a organização são unicamente meios – e que os meios encontram seu
lugar apropriado apenas quando se tem uma visão clara do fim a ser alcançado.
Para
A.A., estas Tradições devem manter a atenção dos Grupos fixada em seu objetivo
primordial: ajudar os alcoólicos a se recuperar. As Tradições e a sua clara
expressão, são vantagens que o Movimento Washingtoniano nunca teve”.
À luz dos conhecimentos atuais, o
Dr. Maxwell conclui dizendo, “Não existe
razão alguma pela qual A.A. não possa continuar existindo indefinidamente.
Quanto tempo irá sobreviver, dependerá do apego dos membros ao programa e aos
princípios e do grau de atividade que tenham com outros alcoólicos, da sua
diligência em praticar o restante do programa e da sua boa vontade para
guiar-se pelas Tradições estabelecidas”.
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