Box 4-5-9, Natal – 2008 (pág. 6) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday08.pdf
Titulo original: “¿’Promesas exageradas’? No lo
creemos”.
O conjunto de promessas que aparece
nas páginas 83-84 do Livro Grande (no
Livro Azul estão na pg. 112, capítulo VI, Entrando em Ação) chegou a representar para algumas
pessoas em recuperação, uma espécie de “Declaração
de Direitos” do alcoólico, uma coleção de expectativas e recompensas da
sobriedade. Qual alcoólico não desejaria ter tão magníficas recompensas? Desde
conhecer “uma liberdade e uma felicidade
novas”, até se dar conta de que “Deus
está fazendo por nós o que por nós mesmos no poderíamos fazer”.
Alguns membros inclusive enumeram
estas promessas e as elevam ao estatus dos Doze Passos e das Doze Tradições.
Entretanto, por muito práticas e poderosas que sejam, não há evidencia que
apoie a ideia de que foram concebidas como um conjunto independente de
expectativas.
De fato, por aparecer integradas no
texto do Passo Nove, parece que estão relacionadas com um grupo específico de
ações em vez de ser uma coletânea geral de promessas para a sobriedade em si
mesmo. As promessas seguem-se a uma frase introdutória que diz: “Se nos esmeramos nesta fase de nosso
desenvolvimento, nos surpreenderemos com os resultados antes de chegar à metade
do caminho”, referindo-se ao Nono Passo, a fase de recuperação em que
fazemos reparações.
Já faz tempo que a questão das
promessas e seu estatus em A.A. (são “oficiais”
ou não?), têm intrigado aos membros e aos Grupos de A.A. No começo deste ano (2008), o Escritório de Serviços Gerais
(GSO), recebeu um pedido de informação por parte um Grupo de Dawson Creek, na
Columbia Britânica, referente a este assunto. Depois de fazer algumas investigações
e falar com a arquivista do GSO, a responsável pela Comissão de Literatura
respondeu essa pergunta da seguinte maneira: “Alcoólicos Anônimos nunca intentou codificar promessas nem criar uma
lista ‘oficial’ de promessas. Ao largo das décadas, desde que Bill W. escreveu
o Livro Grande, muitos AAs encontraram outras promessas nas páginas do livro
além das mencionadas nas páginas 83-84. Não temos provas nem constância para
corroborar que Bill W. tinha intenção de apresentar doze promessas da mesma maneira
que apresentou os Passos e as Tradições. Sabemos que alguns grupos e membros
fazem referencia às ‘doze promessas’ – porém, este costume não teve origem na
consciência coletiva de A.A.”
Também, para responder a uma pergunta
semelhante feita por um membro de A.A., a ajudante da arquivista do GSO sugeriu
que esse costume “poderia ter-se
originado em algum grupo local durante os primeiros anos da Irmandade e desde
então, vários grupos foram elaborando diferentes versões das promessas. Porém,
não temos nenhuma informação em nossos arquivos que documente essa faceta da
nossa história”.
Também disse “podemos-lhe dizer que em muitas ocasiões, quando são feitas citações
separadamente de certas seções do Livro Grande, o significado da seção nem
sempre está o suficientemente claro. Nosso Livro Grande descreve a evolução de
nosso programa e as palavras que precedem às promessas têm a mesma importância
das que lhe seguem”.
Quanto à sugestão de que há muitas
outras promessas contidas no Livro Grande, além das citadas nas páginas 83-84,
um membro de A.A. enviou ao GSO uma lista contendo 238 outras promessas
identificadas por ele.
Uma promessa que não figura nessas
listas e que se ouve em reuniões no mundo todo: “Se você não tomar o primeiro gole, não irá ficar bêbado”.
Para
entender melhor:
N.T.:
As tais “promessas” foram publicadas
como artigo na revista Grapevine e se
espalharam mundo afora, existindo Grupos que as emparelham ao lado dos quadros
dos Doze Passos e das Doze Tradições e até Juntas de Serviços Gerais de Países-membros
que as colocam no seu sitio oficial na Web, passando a impressão de que elas
têm significado por si próprias e ignorando que seu texto faz parte de um
contexto maior e mais amplo. O texto em questão encontra-se no Livro Azul,
(quarta edição) na página 112 ou, páginas 83/84 do Big Book, onde diz:
“Se formos cuidadosos, nesta fase
de nosso desenvolvimento, ficaremos surpresos antes de chegar à metade do
caminho. Estamos a ponto de conhecer uma nova liberdade e uma nova felicidade.
Não lamentaremos o passado nem nos recusaremos a enxergá-lo. Compreenderemos o
significado da palavra serenidade e conheceremos a paz. Não importa até que
ponto descemos, veremos como nossa experiência pode ajudar a outras pessoas.
Aquele sentimento de inutilidade e de auto piedade irá desaparecer. Perderemos
o interesse em coisas egoístas e passaremos a nos interessar pelos nossos
semelhantes. O egoísmo deixará de existir. Todos os nossos pontos de vista e
atitudes perante a vida irão se modificar. Perderemos o medo das pessoas. O
medo da insegurança econômica nos abandonará. Saberemos, intuitivamente, como
lidar com situações que costumavam nos desconcertar. Perceberemos, de repente,
que Deus está fazendo por nós o que não conseguíamos fazer sozinhos.
Então, alguém, certamente num momento de
enlevo e tomado pelo espírito de colaboração, adaptou ajeitou as frases acima
para que dessem um número de doze e assim classificou “As Doze Promessas de
Alcoólicos Anônimos”:
1-.
Se
formos cuidadosos nesta fase de nosso desenvolvimento, ficaremos surpresos
antes de chegar à metade do caminho.
2-.
Estamos
a ponto de conhecer uma nova liberdade e uma nova felicidade.
3-.
Não
lamentaremos o passado, nem nos recusaremos a enxergá-lo.
4-.
Compreenderemos
o significado da palavra serenidade e conheceremos a paz.
5-.
Não
importa até que ponto descemos, veremos como a nossa experiência pode ajudar
outras pessoas.
6-.
Aquele
sentimento de inutilidade e auto piedade irão desaparecer.
7-.
Perderemos
o interesse em coisas egoístas e passaremos a nos interessar pelos nossos
semelhantes.
8-.
O
egoísmo deixará de existir.
9-.
Todos
os nossos pontos de vista e atitudes perante a vida irão se modificar.
10-. O medo das pessoas e da insegurança econômica
nos abandonará.
11-. Saberemos, intuitivamente, como
lidar com situações que costumavam nos desconcertar.
12-. Perceberemos, de repente, que Deus
está fazendo por nós o que não conseguíamos fazer sozinhos.
O estrato do Livro Azul que é
apresentado como sendo “As Doze Promessas
de A.A.” faz parte do texto básico de A.A.. Principalmente o parágrafo que consta
nas págs. 83/84 do Big Book , ou 112 no Livro Azul (capítulo VI, Entrando em
Ação), está retocado como segue para criar “As
Doze Promessas de A.A.”
·
O parágrafo saiu do contexto específico
do Nono Passo. Este contexto é essencial às noções “esta fase de nosso desenvolvimento” e da “metade do caminho”.
·
Foi acrescentado um título: “As Doze Promessas de A.A.”,
comprometendo a Irmandade inteira: “A.A.
lhe promete isto”. O que é falso. Independentemente do contexto específico
à pratica do Nono Passo, A.A. não faz promessas.
·
O número “12” no título justifica-se pelo fato de que as frases deste
parágrafo foram habilitadas para ser numeradas de 1 a 12. As frases
simplesmente são separadas umas das outras e numeradas.
Isto não impede, de maneira alguma, que “cada Grupo é livre de estabelecer seus
próprios costumes e de celebrar suas reuniões da maneira que melhor lhe
parecer, desde que não o faça em detrimento de outros Grupos ou da Irmandade em
seu conjunto”. (Quarta Tradição).
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