Box 4-5-9, Abr. Mai. / 1986 (pág. 4 a 6) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may86.pdf
Título original: “¿Cómo
Podemos Hacer que los A.A. Mayores de Edad Sigan Viniendo?".
Como os jovens
em A.A. já observaram, o alcoolismo não é uma idade; é uma enfermidade. E assim
como os jovens em A.A. se deparam com problemas característicos da sua idade,
também os idosos encontram os seus.
A maioria dos AAs idosos quer
participar ativamente nas reuniões, mas, com frequência o processo natural do
envelhecimento – as doenças, a crescente debilitação, os escassos recursos
econômicos, a menor mobilidade e independência, constituem obstáculos
intransponíveis, e aos poucos deixam de participar.
“O
alcoolismo é bastante abrangente entre os idosos” diz Rick D., coordenador
de C.C.C.P. da assembleia da Área do sul da Califórnia. “Não se trata apenas dos alcoólicos muito ‘veteranos’; num extremo da escala se encontram os
alcoólicos que se mantiveram sóbrios já faz muito tempo, e no outro as pessoas
que abusaram do álcool durante muito pouco tempo. A raiz é a depressão. Talvez
tenham perdido um ser querido – uma perda maior do que se possa suportar;
sentem-se sozinhos e vulneráveis. Perdem-se na depressão, no álcool e nas
drogas. É a síndrome de ‘esperar a morte’, que infelizmente impera nos nossos
dias”.
Na sua Área, como diz Rick “o Comitê de C.C.P. está ampliando seu
programa de Contato de A.A., já estabelecido, que facilita o apadrinhamento
temporário a pessoas que receberam alta em hospitais e instituições de
tratamento, para incluir também as pessoas enviadas tanto pelos programas de
assistência aos empregados como pelas instituições para idosos e por
profissionais que prestam serviços a essas pessoas – geriatras, assistentes
sociais e conselheiros”.
Com o objetivo de entrar em contato
com esses profissionais, o Comitê de C.C.P. formou “grupos de apresentação”. “Nossos
trabalhadores vão diretamente às clínicas, às instalações de lazer pessoas de
idade avançada, e às casas de repouso para aposentados, e ali distribuímos o
Cartão de Contato com A.A. àqueles que manifestem o desejo de chegar à
Irmandade, mas que não tenham uma ideia clara de como fazê-lo. O pequeno
cartão, dobrado, cabe no bolso do peito. Explica o que A.A. pode fazer e o que
não pode, e contem um número de telefone para contato. Com isso, os alcoólicos
têm um ponto de partida. O telefone está conectado a um equipamento de
atendimento automático, o qual conferimos com assiduidade. Embora o programa
seja novo, já começamos a receber chamadas por parte dos idosos”.
O Programa de Contato de A. é facilitado pelo
apoio que começa nos Grupos. Nas reuniões os RSG´s pedem aos membros que se
ofereçam para servir como padrinhos – principalmente aquele que tem bom
conhecimento das Doze Tradições. Os membros dos comitês de hospitais e
instituições, trabalhando em equipes de quatro ou cinco AAs fornecem informação
sobre o programa a todas as instituições do sul da Califórnia. Os servidores
destes comitês coordenam estas ações tanto com o Escritório de Serviços Gerais
– ESG, como com os Escritórios Centrais de Serviço em Los Angeles.
“Nem sempre foi assim”,
acrescenta Rick “Por muito tempo, os
esforços para coordenar o trabalho de contato feito com essas entidades eram,
como muito, esporádicos. Agora, em grande parte devido ao trabalho de Ann G.,
temos feito grandes progressos para encontrar formas de cooperação mais
eficiente e coloca-las em prática. E continuamos progredindo”.
A
C.C.C.P. do sul da Califórnia não é a única entidade de A.A. que se esforça
para alcançar os alcoólicos de idade avançada. Em Nova York, o Comitê de
Instituições do Intergrupo realizam uma reunião semanal na clínica local do
Bronx – depois de superar algum ceticismo por parte do pessoal, e estão
tratando de iniciar outra. A experiência do comitê faz destacar a importância
de estabelecer uma comunicação contínua com as instituições para pessoas da
terceira idade – a fim de ajuda-las a compreender como A.A. pode servir de
salva-vidas para o alcoólico de idade avançada.
Gerry
G., coordenador da C.C.C.P. da Área de Washington, DC, informa que um
questionário cujo objetivo principal era determinar as necessidades de um grupo
especial para surdos, converteu-se num instrumento para reunir informações
sobre as instalações e o aparato de auxilio disponíveis para os que sofrem de
qualquer outro impedimento físico, inclusive as pessoas com idade avançada. O
questionário, que foi enviado a 330 Grupos da Área pelo Comitê de Serviços
Especiais, faz perguntas como: Quantos degraus precisa subir para chegar à sala
de reunião?... Há banheiro no mesmo andar onde se celebram as reuniões? Há
estacionamento? Há reuniões separadas para fumantes e não fumantes?
Até
a data, diz Gerry, aproximadamente sessenta Grupos responderam o questionário
e, “continuamos pedindo a participação e
compilando os resultados. Anotamos os dados recebidos em cartões de 3,5x1,3cm e
os arquivamos conforme o código postal deixando-os à disposição dos Escritórios
de Serviços Locais – ESL´s.”. Munidos destas informações, podem conduzir
com mais facilidade aos idosos e aos que têm impedimentos físicos, a reuniões
onde estas limitações são reconhecidas.
Em
San José, Califórnia, Dave C. encontrou uma maneira de ajudar os idosos. “Iniciei um Grupo de veteranos que se reúne
semanalmente na casa de uma senhora que, devido à sua doença, não pode sair. A
mais recente reunião assistiram nove AAs (com tempo de sobriedade entre 26 e 37
anos), e três veteranos de Al-Anon. De todos eles apenas quatro podem conduzir
veículos, inclusive um membro de Al-Anon cujo marido é cego, e por isso
adotamos algumas disposições a respeito do transporte”. Os membros diferem
tanto em idade como em condições físicas. Todos já fizeram muito trabalho de
Décimo Segundo Passo. Um fator que também contribui para a evidente
popularidade destas reuniões é que nelas encontram “uma oportunidade de socialização. A solidão é um problema com o que se
defrontam muitos AAs de idade avançada”.
Faz algum tempo, no boletim Golden News, da Área de San José, um
membro de A.A. com 82 anos de idade e 29 de sobriedade, compartilhou suas
ideias a respeito dos problemas enfrentados pelos AAs da terceira idade:
·
“Embora
um idoso disponha de recursos econômicos que lhe permitam ter um carro, pode
encontrar dificuldades em dirigir à noite, por exemplo. Seria muito bom se
alguém me chamasse e me levasse a uma reunião”.
·
“Às
vezes os jovens estão tão ocupados com seus próprios assuntos que,
involuntariamente, excluem os idosos do seu compartilhamento, antes e depois
dar reuniões. Algumas vezes considerei não assistir às reuniões porque me
sentia excluída”.
·
“Aos
membros idosos de A.A. parece-nos que os temas das reuniões estão-se
distanciando cada vez mais dos princípios de A.A. Nós também temos problemas
emocionais, embora sejam ligeiramente diferentes dos das pessoas mais jovens. A
necessidade que temos de compartilhar e participar nunca desaparece; talvez a solução
se encontre nos Grupos ‘Anos Dourados’ ou naqueles apenas para maiores de 62 anos”.
Muitos
membros de A.A. idosos se ajustam de uma maneira criativa às mudanças e às
perdas que fazem parte da experiência do envelhecimento. Marion B., de Manson,
Iowa, escreve: “Sofro de enfisema
pulmonar e, durante mais de um ano não pude assistir às minhas reuniões devido
ao fato de que as salas estão cheias de fumaça e também porque tenho que subir
uma escada para chegar a elas. Estive a ponto de abandonar tudo. Mas, pela
graça de Deus e através do LIM (Reuniões de Solitários e Internacionalistas),
tenho mais reuniões do que nunca, no boletim do LIM e nas cartas que me chegam
de todos os lugares do mundo. Como costuma se dizer: se tem uma dificuldade,
procure ajuda”.
De
outro membro do LIM, Lily P., de Albuquerque, Novo México, uma mulher de 80
anos, conhecida por alguns de seus amigos como “Caracas Lil”, nos chega uma manifestação de gratidão: “Embora tenha passado muito tempo, não
esqueci meus amigos do LIM. Estive gravemente doente sofrendo de uma
complicação cardíaca e de outros problemas físicos; mas agora estou de novo em
casa, tratando diligentemente de recuperar-me. Agradeçamos a Deus as pequenas
graças que nos concede. Estou viva, posso pensar e posso manipular uma caneta –
embora me leve muito tempo para escrever uma carta breve”.
Milhares
de AAs idosos têm uma rica experiência de vida em sobriedade que podem
compartilhar. Em troca, é possível que eles precisem da mão de A.A. para
emprestar-lhes um pouco dessa força que os membros mais jovens dão por suposta.
Quando
falemos da velhice, devemos ter presente que falamos do nosso próprio futuro.
Estamos dispostos a nos contentar com a simples sobrevivência quando podemos
alcançar muito mais?
Como
milhares de membros de A.A., Betsy M., de Chicago, faz tudo o possível para
ajudar, pessoal e individualmente, aos membros idosos de A.A. “Tenho 43 anos agora. Se chegar à terceira
idade e fico doente ou debilitada pelo passo dos anos, vou precisar da mão de
A.A. O trabalho do Décimo Segundo Passo que faço agora é na verdade um
depósito, um investimento para o meu próprio futuro”.
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