Box 4-5-9, Out. Nov./2004 (pág. 7-8)
=>http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov04.pdf
Título original: “(Casi)
todo lo que quieren saber acerca de las Tradiciones”
Costuma-se dizer que as Doze Tradições são para a
harmonia e sobrevivência do Grupo o que os Doze Passos são para a recuperação
individual de cada membro. Porém, muitos AAs, incluindo os membros para os
quais os Passos são uma forma de vida, consideram as Tradições como “uma coisa de serviço” no que diz
respeito a eles pessoalmente. Inclusive àqueles um pouco mais familiarizados
pode lhes parecer um enigma: Por que há uma forma curta e outra forma integral?
Qual foi a primeira? Por que em alguma Tradição a forma curta é mais longa que
na forma integral? E, por que em outros casos são iguais?
A comunicação em A.A. sempre esteve carregada com a
linguagem do coração. Por isso não é de surpreender que a ideia básica das
Tradições fosse originada nas dificuldades experimentadas pelos membros
pioneiros, diferentes em quase tudo exceto em seu vínculo comum com os
alcoólicos, para chegar a um acordo ou consciência de Grupo. Já em 1945, a pilha de correspondência na
Sede- agora Escritório de Serviços Gerais, estava cheia de pedidos de ajuda
para solucionar os problemas dos Grupos. Também é importante mencionar que os
Grupos também informavam sobre seu sucesso.
Um amigo não identificado de Bill W., sugeriu que
toda essa experiência coletiva poderia ser unificada em uma serie de princípios
que oferecessem soluções provadas; Bill e seus “ajudantes” no escritório puseram-se a trabalhar. Foi assim que
nasceu a forma integral das Tradições como se conhecem hoje. Depois de ouvir ideias
e opiniões de membros de A.A. e de fora, foram publicadas na edição de abril de
1946 da recém criada revista
Grapevine, à época com apenas dois anos de existência.
Um ano mais tarde, as Tradições foram resumidas
para a forma curta que conhecemos hoje. Isso foi feito por sugestão de Earl T.,
fundador do primeiro Grupo de Chicago, aparentemente para que as Tradições
tivessem a mesma altura dos Passos. Más, também foram resumidas porque, embora
poucos membros colocaram objeções às ideias expressadas na forma integral,
muitos acreditavam que os enunciados eram muito longos e difíceis de lembrar. O
rascunho final da forma curta foi aprovado na primeira Convenção Internacional
de Cleveland, Ohio, em julho de 1950,
e nessa forma apareceram também na Grapevine e assim continuam até hoje.
Se por vezes as Tradições podem parecer pouco
coerentes, não é para se surpreender. Elas representam a experiência coletiva
de milhares de membros de A.A. e seus Grupos. Quando Bill chamou A.A. uma “anarquia benigna”, era exatamente o que
queria dizer por que estava utilizando a palavra no seu melhor sentido: “Quando tivemos que nos colocar em ação para
funcionar como Grupos, percebemos que era preciso nos converter numa
democracia... Todas as ações propostas pelos Grupos tinham que ser aprovadas
pela maioria. Isso queria dizer que ninguém poderia se autonomear para atuar em
nome de seu Grupo ou de A.A. em seu conjunto. Nem a ditadura nem o paternalismo
seriam bons para nós”.
Alguns exemplos de falta de coerência: a forma
integral da Segunda Tradição diz: “Para o
nosso propósito coletivo, só há uma autoridade final: um Deus extremoso, na
forma que se manifesta em nossa consciência coletiva”, é mais curta que a
forma curta, que acrescenta “Nossos
líderes são apenas servidores de confiança; não têm poder para governar”. E
a forma curta da Quinta Tradição “Cada
Grupo é animado de um único propósito primordial: o de transmitir sua mensagem
ao alcoólico que ainda sofre”, é quase idêntica à forma integral, que diz “Cada Grupo de Alcoólicos Anônimos deve ser
uma entidade espiritual com um único propósito básico: o de levar sua mensagem
aos alcoólicos que ainda sofrem”.
É interessante observar que a forma curta da Décima
Primeira Tradição diz que, “Nossas
relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção”; na forma
integral acrescenta “Nunca há necessidade
de elogiarmos a nós mesmos. Achamos melhor que nossos amigos nos recomendem”.
A forma integral das Tradições pode ser encontrada
no Livro Azul, Doze Passos e Doze Tradições, o Manual de Serviços de A.A. e o
livreto O Grupo de A.A... A forma curta encontra-se nos mesmos livros e em
outros exemplares da literatura de A.A.
Ao fazer considerações a partir da distância de
mais de meio século, a visão dos fundadores e dos pioneiros de A.A. é
reconhecida hoje pelos AAs de todas as partes do mundo que expressam sua
gratidão através de cartas enviadas ao ESG. A importância destes princípios
fundamentais está resumida mais acertadamente no livro “Alcoólicos Anônimos atinge a maioridade”, em “Unidade: o Segundo Legado”: “... A nossa não é uma história rotineira
de sucessos; é mais bem a história de como pela graça de Deus, surgiu de nossa
fraqueza uma fortaleza insuspeitada; de como, sob as ameaças de desunião e de
colapso, foi sendo forjada uma unidade e uma fraternidade universais. No
decorrer desta experiência, desenvolvemos uma série de princípios tradicionais
pelos quais vivemos e trabalhamos unidos e nos relacionamos como Irmandade com
o mundo que nos rodeia. Estes princípios se chamam as Doze Tradições de
Alcoólicos Anônimos. Representam a destilação da experiência do nosso passado,
e confiamos nelas para nos conduzir em unidade através dos obstáculos e perigos
que o futuro possa nos proporcionar”.
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