Box 4-5-9, Fev. Mar. / 1987 (pág. 6-7)
=>http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar87.pdf
Título original: “El Grupo Oxford, Precursor de A.A.”.
Um piloto o descreveu como “uma
maravilha que transforma pessoas em seres humanos”. Um jornalista escreveu:
“Não é uma instituição nem uma opinião;
incentiva a revolução do próprio ser”. Falaram do Grupo de Oxford, o
principal precursor de A.A.
O fundador, ou “Iniciador” como se classificou a si
próprio, era um homem alto, trajado impecavelmente, caráter reservado,
expressão grave; a muitas pessoas parecia-lhes um profeta improvável.
Nascido na Pensilvânia
em 1889, Frank Buchman iniciou ali sua carreira como ministro luterano.
Depois de uma serie de desilusões pessoais, tornou-se um “transformador de
homens” e iniciou o Grupo de Oxford entre os anos 1916 e 1920. O
Grupo estabeleceu normas éticas muito elevadas para seus membros,
incentivando-os a que aspirassem aos quatro absolutos: sinceridade absoluta,
pureza absoluta, amor absoluto e desprendimento absoluto. Estes conceitos eram
utilizados como unidades de medida do progresso individual.
Talvez o elemento mais
importante da vida deste Grupo fosse a confissão ou o “compartilhamento”. Os primeiros dias do desenvolvimento do Grupo
caracterizaram-se por experiências onde os membros ficavam em pé diante de um
auditório para descrever a história dos seus fracassos.
Buchman conseguiu
atingir a alta sociedade da época, e seus discípulos estavam cheios de devoção
a ele, devida, em parte, ao seu talento para a comunicação. Costumava expressar
sua mensagem utilizando metáforas simples, fáceis de compreender: “Se alguém tem uma doença num olho, de que
adianta colocar-lhe remédio desde um terceiro andar?” e “Não coloque o feno tão alto que o burro não possa alcançar”.
Já nos anos de 1930
o Grupo de Oxford conseguiu atrair muitos alcoólicos; e alguns conseguiam se
manter sóbrios. Por volta da metade dessa década, Bill W., entrou em contato
com o Grupo de Oxford da Igreja Episcopal do Calvário, em Nova York, que
dispunha de um serviço para alcoólicos. Quando foi a Akron, em viagem de
negócios, foi tomado por uma grande vontade de beber: na sua luta para resistir
à tentação, decidiu procurar outro alcoólico que talvez estivesse passando pela
mesma dificuldade. Conheceu o Dr. Bob que, por coincidência, estava associado
ao Grupo de Oxford.
Enquanto estes dois
homens compartilhavam suas experiências, conseguiram reconhecer o valor dos
princípios espirituais, da solidariedade e do vínculo em comum que tinham
através do seu alcoolismo. Progredindo da fraqueza para a força, ocorreu-lhes a
ideia de que talvez pudessem ajudar outros que estivessem lutando contra o
alcoolismo, e assim nasceu Alcoólicos Anônimos.
Entretanto, o Grupo de
Oxford começou a se reunir em grandes assembleias substituindo-as pelas
pequenas e intimas reuniões de anos atrás. Em 1938 mudou o nome para
“Rearmamento Moral” e começou a trabalhar cada vez mais com assembleias
mundiais. Alguns dos primeiros discípulos retiraram-se do movimento,
descontentes com a mudança de ênfase do indivíduo para a massa. O principal
lema de Buchman naquele então era “Transformar
o mundo, transformando a vida”, e isto conduziu o movimento à sua
derrocada.
Na metade dos anos de 1930,
Buchman tratou de se entrevistar com Adolf Hitler, convencido de que ele
poderia ser tocado e transformado pelo poder de Deus. Não foi bem sucedido, mas
insistiu em alcança-lo através de seus partidários. Por este fato, foi rotulado
de pro-nazista.
Os fundadores de A.A.
aprenderam uma lição da grandeza e decadência do Grupo de Oxford. Não é apenas
uma coincidência que o Preâmbulo diga: “A.A.
não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum movimento político, nenhuma
organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não
apoia nem combate quaisquer causas”.
Outro contraste
significativo tem a ver com o anonimato. Nos primeiros dias, Buchman insistiu
em que fosse mantido o anonimato a nível público; mais tarde descobriu e o uso
do nome fazia parte do depoimento, e que poderia ser utilizado para conquistar
outros membros. Com um toque de Madison Avenue (*), acreditou que os
depoimentos poderiam ser utilizados para vender um modo de vida gratificante,
para incentivar o trabalho em equipe nas empresas e promover a espiritualidade.
Entretanto, a pesar
destas diferenças, Bill nunca se furtou a reconhecer a profunda influência do
Grupo de Oxford no desenvolvimento de A.A. Falando na reunião do vigésimo
aniversário da Irmandade (a segunda Convenção Internacional de A.A., e Saint
Louis, Missouri, em 1955), disse “...A.A.
retirou os preceitos de autoexame, reconhecimento dos defeitos de caráter,
reparação de danos e o trabalho com os outros, do Grupo de Oxford, e,
diretamente de Sam Shoemaker, seu ex-líder na América, e de nenhum outro
lugar”.
(*), A
Madison Avenue é uma grande
avenida que corre pela cidade de Nova Iorque,
distrito de Manhattan,
correndo num sentido norte-sul. É uma via pública de sentido único. Veículos
podem transitar apenas para o norte. É uma avenida arterial de Nova Iorque, e
uma das mais movimentadas da cidade. Está nomeada em homenagem a James Madison,
o quarto presidente dos Estados Unidos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Madison_Avenue
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