Box 4-5-9, Ago. Set. /
1986 (pág. 7-8) =>
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept86.pdf
Título original: “...Un ejemplo que no olvidaremos nunca”.
Todos que assistiram a abertura da
Convenção Internacional do 50º Aniversário de A.A. em Montreal no ano passado (1985). Ficaram em pé para ovaciona-la
enquanto era presenteada com a copia cinco milhões do Livro Grande. A multidão
que participou na mesa de trabalho dos Arquivos Históricos, nunca irão esquecer
o emocionante discurso que ela fez nessa ocasião. Todos têm na memória a imagem
de uma mulher bonita, vivaz e cordial, que não aparentava a idade que tinha.
Ruth
Hock tinha 24 anos quando, em 1937,
respondeu o anuncio de um jornal e foi contratada como secretária de uma
empresa de nome Honor Dealers, que ficava no número 17 da Rua William, em
Newark, Nova Jersey. Não fazia nem ideia da aventura a que se estava lançando –
porque os proprietários da empresa eram Bill W. e Hank P., este, o primeiro
bêbado novayorquino a alcançar a sobriedade depois de Bill. Logo descobriu que
o escritório tinha mais a ver com ajudar alguns bêbados anônimos do que
realmente fazer os trabalhos típicos de um comércio.
Bill
começou a trabalhar no Livro Grande em março ou abril de 1938. Ruth, que datilografou o manuscrito, lembrou que Bill
costumava chegar ao escritório com um bloco de papel amarelo (à esquerda), onde
tinha feito um rascunho de cada capítulo do livro. “Aquelas anotações eram fruto de muitas reflexões depois de haver
discutido os prós e os contra durante muitas horas com qualquer um que tivesse
interesse no assunto”. Bill ditava enquanto ela datilografava na máquina de
escrever. Justamente antes de terminar o manuscrito (de acordo com o que Bill
conta no livro “A.A. Atinge a Maioridade”), estourou no escritório mais uma das
muitas batalhas que o texto suscitava. Encontravam-se presentes Fitz M., Hank
P., Ruth e Bill e estavam discutindo os Doze Passos. A ênfase em “Deus” e, noutro lugar do texto as
palavras “ficar de joelhos”, ofendiam
a Hank, quem se referiu ademais às palavras de Jimmy B. Os dois estavam
convencidos de que essas palavras iriam afugentar milhares de alcoólicos. “Bill não cedeu. Não quis mudar nenhuma
palavra”. E Fitz o apoiou, Ruth, adotando uma posição intermediária “tratando de refletir a opinião dos não
alcoólicos” recomendou-lhes que fossem mais transigentes e manifestou-se
favorável a colocar “menos fraseologia
doutrinal”. E assim concordaram em usar a frase “Um Poder superior a nós mesmos”, e acrescentar as palavras “Deus como cada um o conceba”. Foram
suprimidas as palavras “de joelhos” e
colocou-se a frase introdutória “Eis os
passos que demos, e que são sugeridos como um programa de recuperação”
(Livro Azul, pág. 88/3/1, Junaab, código 102).
Ruth
Hock aparecia numa das fotos de grupo que foram usadas para ilustra o artigo de
Jack Alexander publicado na Saturday Evening Post, e depois ajudou a organizar
os voluntários que responderam a grande avalanche de pedidos de ajuda em
consequência do artigo. Despediu-se do escritório em 1942 para se casar, mas através das décadas manteve contato por
correspondência e fazendo visitas esporádicas. O que Bill escreveu a respeito
de Ruth no livro “A.A. Atinge a
maioridade”, poderia ser tomado como o mais eloquente obituário:
“Ruth Hock foi a moça não alcoólica
dedicada que escreveu ao ditado um monte de páginas, trabalhando durante meses
na maquina de escrever enquanto o livro Alcoólicos Anônimos estava em preparação, com frequência sem
salário recebendo em substituição ações da Works Publishing, que, naquele
então, não tinham valor algum. Com profunda gratidão, lembro como seu conselho
sábio, seu bom humor e sua paciência contribuíram para resolver as
intermináveis disputa sobre o conteúdo do livro. Muitos veteranos, também com
gratidão, lembraram as calorosas cartas que ela escrevia quando estavam
sozinhos lutando para manterem-se sóbrios... Despediu-se de nós levando consigo
os melhores votos de milhares de membros. Deu-nos um exemplo que não
esqueceremos nunca”.
Lendo o texto, entendemos porque Bill dedicou à Ruth, uma mensão no Livro A.A. atinge a maioridade. Como "ele" mesmo afirmou: A.A. surgiu através de muitas mãos", inclusive as de Roth.
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