Box 4-5-9, Out. Nov. / 1987 (pág.
2-3) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov87.pdf
Título original: “Más Acerca
del Copyright del Libro Grande”
Justamente depois do
encerramento da muito produtiva Conferência de Serviços Gerais de 1985, foi confirmado que o livro
Alcoólicos Anônimos, considerado por muitos nossa “bíblia”, já não era
na sua versão em inglês propriedade única da Irmandade. Na realidade, pertencia
ao mundo todo.
Ademais, o erro
persistiu ao deixar passar a data da renovação dos direitos autorais da Segunda
Edição em 1983, sem adotar as
medidas necessárias – já havia sido publicada a Terceira Edição em 1976. O resultado foi que a alma mesma
do Livro Azul, suas primeiras 164 páginas era, em 1985, tinha sido, desde 1967,
e ainda é de domínio público.
Entre as principais
preocupações decorrentes desta situação contava-se a de que, uma vez que
qualquer um poderia publicar o Livro Azul, a integridade da mensagem de A.A.
como nós a conhecemos, fosse distorcida. Além do mais, devido ao fato de que
naquele tempo existia uma dependência insana dos ingressos da empresa editora
para compensar a deficiência das contribuições dos Grupos, qualquer esforço em
grande escala feito para conseguir uma casa editora alheia a A.A. poderia
causar graves repercussões na estabilidade financeira da Irmandade.
Portanto, a junta
corporativa do A.A.W.S. (Serviços Mundiais de A.A.), viu-se não apenas no
direito (o “Direito de Decisão” do Terceiro Conceito), mas também na
responsabilidade inevitável de realizar algumas ações para melhorar a situação,
até receber orientação da Irmandade na sua totalidade na Conferência de
Serviços Gerais de 1986, cuja
reunião seguinte iria ser quase um ano depois. É claro, a Junta de Serviços
Gerais participava regularmente nas consultas.
Foi necessário adotar algumas medidas
imediatamente. Primeiro, foi contratado um advogado competente, especializado
na matéria, para tratar de tudo que se referisse a direitos autorais e marcas
registradas. Ao mesmo tempo, teria que voltar a se rever o convênio sobre os royalties
(pagamento por direitos autorais) assinado em 1963 entre Bill W. e A.A.W.S. Parecia que os interessados
compartilhavam a responsabilidade de efetuar as renovações dos direitos
autorais. A preocupação de A.A.W.S. de tratar equitativamente todos os
interessados, apoiada por sábios conselhos legais, facilitou a solução. Foi
feita uma emenda ao convênio, já aplicada a Lois Wilson, viúva de Bill W.,
dispondo que nenhuma parte interessada responsabiliza-se a outra pela perda dos
direitos autorais; e que os pagamentos continuassem, exatamente como se
houvessem sido renovados os direitos autorais na data apropriada.
Outro assunto que
demandou a atenção imediata do A.A.W.S. foi que uma editora alheia à Irmandade,
localizada em Ohio, havia anunciado a publicação de um fac-símile (cópia ou
reprodução que apresenta uma grande semelhança com o original) da Primeira
Edição de Alcoólicos Anônimos, inclusive com o desenho original da
primeira capa (vermelho, amarelo e preto), para coincidir com a Convenção
Internacional do 50º aniversário. Neste caso, a questão legal residia em que,
embora o conteúdo do Livro Azul fosse de domínio público (ao menos o das
Edições Primeira e Segunda), a lei federal de “fair-trade” (comercio
justo), nos protege contra os comerciantes que pretendem vender um produto parecido
com um produto nosso. Os nossos advogados adotaram as medidas cabíveis. (Um
ponto relacionado: em 1986, alguém
tratou de vender no Canadá uma edição em miniatura do livro Alcoólicos
Anônimos, publicada em Hong Kong. Este assunto foi tratado como uma
violação de direitos autorais, uma vez que A.A.W.S. ainda detém a propriedade
dos direitos autorais sobre a Primeira Edição do livro no Canadá).
Enquanto foi possível,
A.A.W.S. empreendeu um estudo de mercado detalhado e, baseado neste estudo fez
algumas recomendações ao Comitê de Literatura da Junta de Custódios, para que
fosse publicado o Livro Azul em outros formatos. A Junta De Serviços Gerais,
por sua vez, submeteu estas recomendações ao Comitê de literatura da
Conferência. O resultado deste esforço foi a publicação do Livro Azul em
brochura, muito popular na Irmandade.
No inicio foi
considerada a possibilidade de pedir uma ação extraordinária do Congresso, que
fosse prolongada a proteção dos nossos direitos autorais pelo menos até a data
em que deveríamos ter renovado. Por coincidência, justo no momento em que se
estavam iniciando as pesquisas para esse fim, o Tribunal Federal do Distrito de
Washington, DC, recusava uma lei muito parecida com a que nós pretendíamos. A
decisão original ainda está sendo considerada no Tribunal de Apelações, e é
possível, independentemente do resultado, que a parte perdedora leve o pleito
ao Supremo Tribunal. De acordo com os nossos conselheiros legais, postergamos i
os nossos esforços até que se chegue a uma decisão final a respeito, o que pode
demorar anos.
Entretanto, a
experiência nos tem ensinado muito. É obvio que a lealdade da Irmandade é
incorruptível. É provável que os AAs continuem comprando nossa literatura sem
se importar com o que façam as editoras alheias a nós – queremos ter a
segurança de que nossa mensagem é completa, sem alterações ou emendas, até que
decidamos muda-la. Chegamos também á conclusão de que são muito poucas as editoras
que podem publicar o Livro Azul por um preço competitivo, principalmente se
levarmos em consideração a lealdade anteriormente citada. Ademais, como
resultado de um projeto independente e sem relação com o assunto dos direitos
autorais, o Projeto de Autossuficiência, nossa dependência do superávit da
nossa editora para apoiar os serviços de grupo, está diminuindo num ritmo que
excede as expectativas mais otimistas. Vemo-nos em condições de poder baixar o
preço da nossa literatura em inglês – tornando-nos assim, mais competitivos.
Como muitos de nós sabemos por nossa própria
experiência, quando podemos adotar uma atitude positiva, a aparente adversidade
converte-se num desafio com o qual podemos aprender muito. <= Fim da
transcrição.
IMPORTANTE: Os direitos autorais do livro Alcoólicos Anônimos (Livro Azul)
publicado pela Junaab, em português no Brasil, continuam a pertencer a A.A.W.S.
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