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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

2.13. Todo Grupo de A.A. tem o direito de errar


Box 4-5-9, Ago. Set./1986 (pág. 4-5) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept86.pdf
Título original: “Todo Grupo de A.A. Tiene el Derecho de Equivocarse”

Frank M., diretor dos Arquivos Históricos de A.A. colocou à nossa disposição um valiosa intercâmbio de correspondência entre o cofundador Bill W. e  Katie W., membro de A.A. de Shaker Heights, Ohio. Estas cartas, escritas em 1963, confirmam o refrão que diz “Não há nada de novo sob o sol”. Quanto aos problemas dos Grupos de A.A., e as soluções que continuam sendo aplicadas, o dito manifesta a pura verdade. “Durante 15 anos” escreve Katie, “o ‘Grupo de Mulheres da Sexta-feira à Tarde’, floresceu sob os lemas ‘Vá com Calma’ e ‘Mantenha-o Simples’, com uma atitude de gratidão e o sentimento de que a harmonia sempre prevalece porque Deus reina... Agora nos encontramos lutando com a nossa primeira dúvida”.
            O problema, como explica Katie, derivou do fato de que “mulheres vestidas de várias cores, desejam se tornar membros do nosso Grupo fechado. Algumas são apenas alcoólicas (um número que com o tempo vai diminuindo); algumas têm problemas com a bebida e com as pílulas; algumas são alcoólicas que têm problemas mentais; outras não têm problemas com a bebida, mas apenas psiquiátricos; outras mais têm problemas unicamente com drogas. Algumas pararam de beber mas, ainda se encontram sob os efeitos de sedativos”.
Katie cita dois casos: A Sra. A. “canta elogios a A.A.; assiste assiduamente às reuniões; serve como madrinha; coordena; fala quando não deve; e toma pílulas”. A Sra. B., que foi paciente num hospital psiquiátrico, deixou a bebida, mas continua tomando medicamentos, “Não apenas dorme durante a reunião, mas também ronca. Deve-se aguardar até que possa manter-se acordada para assistir às reuniões?”.
            Katie se preocupa principalmente com “o bem-estar do Grupo. Percebemos claramente que qualquer um que o diga é membro de A.A.; a questão está em saber se estas pessoas têm o direito de assistir às reuniões se, como consequência de ingerir demasiados medicamentos, incomoda aos demais”.
            Diz que se sente perplexa, oprimida, desanimada. “Podemos ajudar o alcoólico porque podemos identificar-nos”, responde Bill. “Mas, não podemos ajudar quando se trata de uma pessoa com problemas mentais ou problemas com pílulas”. Depois, se faz uma pergunta: “Devem assistir às nossas reuniões fechadas aqueles que precisam de ajuda, mas que não são alcoólicos?”. E encerra a carta com as palavras “Nossa gratidão pela sua contínua sobriedade...”.
            Ao responder, Bill observa que “Em geral, A.A. tem que tratar com alcoólicos não importando quaisquer complicações que possam ter. Certamente você admitirá o fato de que não existe alcoólico que não tenha alguma ‘complicação’ emocional. Assim, a questão se reduz a isto: Deve A.A. tratar de ajudar aos que têm graves problemas mentais e de adição conquanto sejam alcoólicos? A resposta é , ‘Sim’, devemos tratar”.
            Entretanto, como Bill assegura a Katie, “esta caridade não quer dizer que não possamos excluir aqueles que perturbam as reuniões ou que interferem seriamente no funcionamento do Grupo. A estas pessoas lhes podemos pedir que se acalmem ou vão embora – ou que voltem quando sua condição lhes permita participar das atividades”.

            Não pode haver uma “resposta preparada”, diz Bill. “Como você sabe, cada Grupo de A.A. tem inclusive o direito de errar”. Entretanto, “A.A. nunca foi de utilidade alguma para os drogadictos e assemelhados que não são alcoólicos. Não podem identificar-se conosco nem nós com eles. Tentar trazê-los e incluí-los como membros de A.A., seria desviar-nos do nosso objetivo primordial, a obtenção da sobriedade. Embora alguns AAs, individualmente, com frequência possam ajudar estas pessoas, os Grupos de A.A. pouco podem fazer além de lhes permitir que assistam a suas reuniões abertas, sempre e quando não causem complicações”. Finalizando a carta, Bill aconselha a Katie “improvisar sobre a marcha. Não tenha medo de errar. O método das tentativas, segundo as circunstâncias, provavelmente é o melhor”.

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