Box 4-5-9, Ago. Set./1986 (pág. 4-5) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept86.pdf
Título original: “Todo Grupo de A.A. Tiene el Derecho de Equivocarse”
Frank M., diretor dos Arquivos Históricos de A.A. colocou
à nossa disposição um valiosa intercâmbio de correspondência entre o cofundador
Bill W. e Katie W., membro de A.A. de
Shaker Heights, Ohio. Estas cartas, escritas em 1963, confirmam o refrão
que diz “Não há nada de novo sob o sol”.
Quanto aos problemas dos Grupos de A.A., e as soluções que continuam sendo
aplicadas, o dito manifesta a pura verdade. “Durante
15 anos” escreve Katie, “o ‘Grupo
de Mulheres da Sexta-feira à Tarde’, floresceu
sob os lemas ‘Vá com Calma’ e ‘Mantenha-o
Simples’, com uma atitude de gratidão e o
sentimento de que a harmonia sempre prevalece porque Deus reina... Agora nos
encontramos lutando com a nossa primeira dúvida”.
O problema, como explica
Katie, derivou do fato de que “mulheres
vestidas de várias cores, desejam se tornar membros do nosso Grupo fechado.
Algumas são apenas alcoólicas (um número que com o tempo vai diminuindo);
algumas têm problemas com a bebida e com as pílulas; algumas são alcoólicas que
têm problemas mentais; outras não têm problemas com a bebida, mas apenas
psiquiátricos; outras mais têm problemas unicamente com drogas. Algumas pararam
de beber mas, ainda se encontram sob os efeitos de sedativos”.
Katie cita dois casos: A Sra. A. “canta elogios a A.A.; assiste assiduamente
às reuniões; serve como madrinha; coordena; fala quando não deve; e toma
pílulas”. A Sra. B., que foi paciente num hospital psiquiátrico, deixou a
bebida, mas continua tomando medicamentos, “Não
apenas dorme durante a reunião, mas também ronca. Deve-se aguardar até que
possa manter-se acordada para assistir às reuniões?”.
Katie se preocupa
principalmente com “o bem-estar do Grupo.
Percebemos claramente que qualquer um que o diga é membro de A.A.; a questão
está em saber se estas pessoas têm o direito de assistir às reuniões se, como
consequência de ingerir demasiados medicamentos, incomoda aos demais”.
Diz que se sente
perplexa, oprimida, desanimada. “Podemos
ajudar o alcoólico porque podemos identificar-nos”, responde Bill. “Mas, não podemos ajudar quando se trata de
uma pessoa com problemas mentais ou problemas com pílulas”. Depois, se faz
uma pergunta: “Devem assistir às nossas
reuniões fechadas aqueles que precisam de ajuda, mas que não são alcoólicos?”. E
encerra a carta com as palavras “Nossa
gratidão pela sua contínua sobriedade...”.
Ao responder, Bill
observa que “Em geral, A.A. tem que
tratar com alcoólicos não importando quaisquer complicações que possam ter.
Certamente você admitirá o fato de que não existe alcoólico que não tenha
alguma ‘complicação’ emocional.
Assim, a questão se reduz a isto: Deve A.A. tratar de ajudar aos que têm graves
problemas mentais e de adição conquanto sejam alcoólicos? A resposta é , ‘Sim’, devemos tratar”.
Entretanto, como Bill
assegura a Katie, “esta caridade não quer
dizer que não possamos excluir aqueles que perturbam as reuniões ou que
interferem seriamente no funcionamento do Grupo. A estas pessoas lhes podemos
pedir que se acalmem ou vão embora – ou que voltem quando sua condição lhes
permita participar das atividades”.
Não pode haver uma “resposta preparada”, diz Bill. “Como você sabe, cada Grupo de A.A. tem
inclusive o direito de errar”. Entretanto, “A.A. nunca foi de utilidade alguma para os drogadictos e assemelhados
que não são alcoólicos. Não podem identificar-se conosco nem nós com eles.
Tentar trazê-los e incluí-los como membros de A.A., seria desviar-nos do nosso
objetivo primordial, a obtenção da sobriedade. Embora alguns AAs,
individualmente, com frequência possam ajudar estas pessoas, os Grupos de A.A.
pouco podem fazer além de lhes permitir que assistam a suas reuniões abertas,
sempre e quando não causem complicações”. Finalizando a carta, Bill
aconselha a Katie “improvisar sobre a
marcha. Não tenha medo de errar. O método das tentativas, segundo as
circunstâncias, provavelmente é o melhor”.
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