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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

5.5. O anonimato diante do público


Box 4-5-9, Fev. Mar. / 2004 (pág. 8-9)  => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar04.pdf
Título original: “El anonimato ante el público”.

Uma figura de muita visibilidade do cinema se interna em um centro de tratamento; sai e aparece em um programa de televisão falando em termos elogiosos de “minha nova vida em A.A.” Poucos meses mais tarde sai publicada a noticia de que “novamente foi encontrado embriagado”. Um político apanhado em maus lençóis protesta, “o álcool me fez atuar desse jeito, porém agora assisto reuniões de A.A.” Ou, um escritor, bem intencionado, mas excessivamente entusiasmado, fala de sua “cura em A.A.” e promete publicar a sua história para “ajudar outros iguais a mim”. Passados seis meses aparece a noticia da sua “recaída”.
O que faz a Irmandade frente a quebras de anonimato como estas e outras que acontecem a cada ano às centenas? O que fazem individualmente os membros de A.A. para ajudar? E, a quem cabe a responsabilidade? Como se percebe claramente nas cartas enviadas ao Escritório de Serviços Gerais, ESG, muitos membros de A.A. estão realmente preocupados, e de fato, alguns ficam com raiva devido a essas rupturas da Tradição do anonimato, à qual Bill W., chamava “a chave de nossa sobrevivência espiritual”. Entretanto, muitos desses companheiros desconhecem o que faz o ESG a respeito, nem como eles próprios podem ajudar e contribuir para um efeito decisivo.
A cada ano o Comitê de Informação ao Público da Junta de Custódios envia uma carta aos representantes dos meios de comunicação para lhes explicar a Tradição do anonimato de A.A. perante o público. Muito apropriadamente em nossa época de computadores, e diferentemente da primeira missiva um tanto verbal enviada em 1949, o texto, que aparece que aparece no sítio de A.A. – www.aa.org, é breve e conciso. No entanto, apesar das ligeiras revisões cosméticas feitas ao longo dos anos, a mensagem não mudou. Primeiro, há uma expressão de gratidão “pela ajuda que nos deram nossos amigos dos meios de comunicação que nos ajudaram a salvar inumeráveis vidas”. Logo pedimos às agências de mídia que continuem nos ajudando, apresentando os membros de A.A. unicamente por seu nome no registro civil sem divulgar fotos em que o membro possa ser reconhecido. “O anonimato tem uma importância fundamental para nossa Irmandade e oferece aos nossos membros a segurança de que sua recuperação será um assunto confidencial. Com frequência, o alcoólico ativo evita qualquer fonte de ajuda que possa revelar sua identidade”.
A carta de anonimato mais recentemente redigida, em fevereiro de 2004, como de costume será publicada em três idiomas – inglês español e francês, e enviada a aproximadamente 10.000 jornais periódicos e emissoras de rádio e televisão nos EUA e Canadá, com a esperança de que os editores gerentes, repórteres, apresentadores de rádio e TV e muitos outros que trabalham nesse campo, especialmente os entrevistadores e que fazem reportagens sobre celebridades que são membros de A.A., a vejam, a leiam e a levem em conta. À carta e juntado um cartão de resposta com porte pago e outro cartão com informações básicas de A.A. Em muitas Áreas o Comitê de Informação ao Público local fazem copias do texto em papeis com seu timbre e as enviam aos representantes dos meios de comunicação locais.
Embora façamos todo o possível para informar os meios de comunicação sobre nossa Décima Primeira Tradição, normalmente não mantemos contato direto com os profissionais que fazem suas reportagens baseados em informações fornecidas por membros de A.A. No folheto de A.A., “Compreendendo o anonimato”, nos é lembrado que não é da responsabilidade dos meios de comunicação manter nossas Tradições; é nossa responsabilidade pessoal. Portanto, quando o ESG toma conhecimento de uma quebra de anonimato diante do público, a Conferência de Serviços Gerais recomendou que o membro do pessoal locado do escritório de informação pública comunique o fato ao Delegado da área onde o incidente aconteceu. Dessa maneira, um membro local pode entrar em contato com o companheiro cujo anonimato foi violado para falar-lhe amigavelmente sobre a importância da Décima Primeira Tradição.
O modelo de carta que se ajunta à nota dirigida ao Delegado diz o seguinte: “Talvez esta quebra de anonimato tenha ocorrido sem o seu consentimento ou sem você saber; entretanto, se for entrevistado no futuro, ficaremos muito gratos se tiver a gentileza de mencionar nossas Tradições de anonimato aos profissionais de mídia. Às vezes não as compreendem, mas, quase sempre as respeitam”.

Ao final das contas, a experiência de A.A. indica que os que têm maior probabilidade de proteger nossas Tradições são os Grupos e os membros individuais. Cada vez que um Grupo realiza uma reunião focada nas Tradições, o cimento que mantém unida nossa Irmandade, ou lembra aos participantes ao abrir a reunião “o que aqui é dito, não sai daqui”, o conceito que vamos formando do anonimato diante do público vai ficando mais forte. A cada vez que um padrinho reforça ao iniciante a importância do anonimato diante do público, explicando-lhe, com palavras da Décima Primeira Tradição, que “a ambição pessoal não tem lugar em A.A.”, se torna mais forte o nosso anonimato coletivo. Talvez seja este o nosso meio principal para antepor a tudo nosso bem-estar comum.

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