Box 4-5-9, Fev. Mar 1983 (pág. 1-2) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar83.pdf
Título original: “¿Encontramos a Los Principiantes ‘Dónde Ellos Están’?”.
As
necessidades que tem o alcoólico recém recuperado que vem de um presidio, de um
hospital ou de uma instituição de tratamento, são as mesmas que tem um
principiante “comum” ? Se é assim, de
que maneira?
No Fórum Regional do Oeste
do Canadá, em Winnipeg, Manitoba, Phil C., Delegado de Manitoba, falando desta
questão fundamental, disse: “Acredito que
necessitam a mesma paciência, amor, compreensão, exemplo e informação que
qualquer outro participante”. Entretanto, fez notar: “É possível que alguns tenham passado tanto tempo numa instituição que
agora não possam pensar por si mesmos e devemos ajuda-los a ‘dar os
primeiros passos’ da mesma maneira que
faríamos com uma criança.
Na maioria dos casos, o alcoólico recém-saído de uma instituição toma
remédios – Antabuse (*) ou outro medicamento, e possivelmente esteja em
um programa de terapia para doentes não internos. É possível que a paciência e
a compreensão do padrinho sejam postas a prova até o limite. Ouvi alguns
veteranos teimosos dizer ‘não falarei com você enquanto estiver tomando
Antabuse’. Ou tratam de agir como
psiquiatra, psicólogo ou feiticeiro; ou os três”.
Em consequência disso,
disse Phil, os principiantes continuam duvidando entre seguir os conselheiros,
com quem estabeleceram uma linha de comunicação e que lhes haviam recomendado
A.A., e os AAs que lhes dizem: “Esqueça
tudo que lhe disseram; nós temos a resposta correta”.
A
sugestão de Phil: “Devemos mostrar
tolerância, cooperar com os conselheiros e não trabalhar em sentido contrário.
Mais tarde, quando os principiantes tenham começado a assimilar o programa de
A.A., haverá tempo de sobra para sugerir discretamente que A.A. pode
oferecer-lhes soluções para outros problemas, não apenas os do seu alcoolismo,
mas também os problemas normais da vida cotidiana e para sugerir que é possível
que aqueles problemas desapareçam na medida em que progride a sobriedade e eles
aplicam os princípios de A.A.”.
Webb
J., Delegado da Columbia Britânica, Yukon, destacou também a necessidade de
tolerância e de apadrinhamento sensível. “Fiz
parte do Comitê da Conferencia de Centros de Tratamento durante os dois últimos
anos, e percebi quantos alcoólicos que não bebem são enviados a nós com um
programa abreviado. É imperioso que nossos Grupos recebam estas pessoas com um
pouco de tolerância, enquanto lhes mostramos, através do nosso exemplo, que
cinco Passos em 28 dias não é tudo”. Recomendou que fossem fornecidas às
instituições e centros listas de padrinhos dispostos a servir para ajudar os
principiantes a encontrar Grupos-base; e que os Comitês locais organizem
reuniões de A.A. nas instituições quando seja possível.
Ken
T., Delegado de Alberta, falou de levar a mensagem aos alcoólicos presos;
observou que há mais de 1.100 Grupos de A.A. nos EUA/Canadá (em 1983).
Disse
ao auditório que a maioria das vezes, os AAs são bem vindos nas instituições
correcionais. Mas advertiu que “estas
instituições tem que zelar pela segurança, e temos que respeitar isto se formos
trabalhar numa instituição - e não ir pode implicar em que alguém não receba a
mensagem. Então, fiquei sabendo que sempre irá haver coisas que a direção faz
com as quais não concordo; isso não é assunto meu. Estou ali unicamente para
levar a mensagem ao alcoólico sob custódia”.
Enquanto
aos problemas particulares dos presídios para mulheres, Ken observou que alguns
membros “tratam de identificar-se usando
palavras pitorescas ou o jargão da rua. Não temos que nos transformar em
outros. As mulheres querem conhecer nossa experiência – como fizemos a viagem
de volta e como elas podem fazê-lo também. Iram-nos amar por quem somos, não
pelo que fizemos ne porque já cumprimos uma pena na prisão”.
Um
aspecto fundamental do trabalho nos presídios, disse Ken, é entrar em contato
com os presos a primeira noite que saem da prisão e leva-los a uma reunião.
Indicou outros meios pelos quais membros de A.A. podem ajudar os apenados:
podem recolher exemplares da Grapevine (Vivência, no Brasil), para distribuição
nos Grupos institucionais; formar parte dos comitês institucionais; escrever
aos presos, através do Serviço de Correspondência com Instituições do ESG;
escrever artigos para a Vivência ou boletins locais a respeito do trabalho de
A.A. em centros de custódia.
(*)
N.T.: Antabuse => (anti-abuso em inglês).
Nome comercial de uma droga a base de enxofre (em latim súlfur) cujo princípio ativo é o dissulfiran e é usada como inibidora do uso de bebidas alcoólicas
(no Brasil também é conhecida como “Tira-álcool”). A droga, em forma de pó,
pode ser adicionada à comida ou a líquidos não alcoólicos e provoca o acúmulo
de acetaldeído, um produto
extremamente tóxico.
Seus efeitos, se ingerido álcool,
são extrema vasodilatação e consequente queda de pressão arterial, taquicardia
e cefaleia, além de um gosto horrível de enxofre (sulfiran-like). O paciente rejeita o álcool por associação aos
efeitos relatados.
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