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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

4.3. Círculos de sobriedade na Convenção dos Nativos Americanos


Box 4-5-9, Ago. Set. / 1998 (pág. 1-2) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept98.pdf
Título original: “Círculos de sobbriedad cada vez más amplios caracterizan la Convención Nativoamericana

“Comecei bebendo com os índios, ri muito com os índios, desesperei-me com os índios. Agora é apropriado me recuperar com os índios – o círculo está completo”.
            Estas palavras se destacavam na nota que um membro pôs na mão de um orador na cerimónia de abertura da Sétima Convenção Internacional dos Nativos Americanos em A.A. (NAI-AA). O evento, celebrado em Reno, Nevada entre os dias 9 e 12 do passado mês de outubro (1997) atraiu mais de 300 membros de A.A. e Al-Anon dos EUA e Canadá e foi organizado por membros das tribos Paiute, Washoe y Shoshone. O objetivo, segundo expressado pelo Comitê da Convenção, era oferecer aos Nativos Americanos a oportunidade de participar da sua própria sobriedade, praticando os Doze Passos de A.A. para que “todos possamos levar a mensagem aos nossos povos e aos que ainda sofrem da doença do alcoolismo”.
Kenneth "Ken" S., um Lakota de South Dakota, coordenador do Comitê de Oradores, disse: “Ouvi muita gente dizer que tinha encontrado na Convenção algo que haviam buscado durante toda sua vida. Foi muito impressionante ver neste lugar tantos índios sóbrios em A.A. Acredito que desde o ponto de vista espiritual, um dos aspectos mais importantes da Convenção foi que facilitou a identificação dos índios de todas as tribos”. Juan V., da Califórnia, antigo coordenador da Convenção, comentou: “Neste círculo da vida todas as criaturas aportam alguma coisa. Tenho muito respeito e gratidão por Bill W. e pelo Dr. Bob por fundar A.A. que salvou minha vida. E tenho os mesmos sentimentos para com a minha cultura e a minha herança”.
Um dos oradores, Jack B., de Erhart, Minnesota, mencionou que nas reuniões ou Convenções de A.A que tinha assistido ao longo dos anos, de vez em quando alguém comentava: “vejo que no auditório se encontram alguns nativos que alcançaram a sobriedade. È muito bom vê-los aqui”. Daí seu comentário, “Vejo que no auditório se encontram alguns amigos não nativos. É muito bom ver que alcançaram a sobriedade”, que provocou risadas.
Ken diz: “por ter-me criado em uma cultura que era hostil aos índios e vivido tantos anos ocultando minha identidade por medo à rejeição e à violência e de repente entrar em uma Convenção NAI-AA e experimentar a tremenda sensação de celebração por reclamar essa parte de nós que tivemos reprimida por tanto tempo... foi uma experiência muito emocionante. Muitos voltaram às suas raízes e dedicaram-se a reaprender os costumes e idiomas de suas tribos que tinham-se perdido durante gerações de alcoolismo. Para muitos esta foi a peça que faltava no quebra-cabeças da sua sobriedade”.
Acrescenta que “a pergunta mais ouvida na Convenção era ‘são bem-vindos os que não são índios?’ Quero reforçar que a Convenção NAI-AA está aberta a toda família mundial de A.A. Todos são bem-vindos”.
Entre as diversas atividades foram incluídas reuniões tipo maratona, danças, "powwows" sociais, (N.T.: um pow-wow [também powwow ou Pow Wow] é uma reunião dos povos nativos da América do Norte. A palavra powwow deriva do Narragansett, e significa "líder espiritual". Um moderno pow-wow é um tipo específico de evento em que os americanos nativos e não-nativos se reúnem para dançar, cantar, socializar e homenagear a cultura indígena americana) e mesas redondas de discussão para homens e mulheres que ofereciam a oportunidade de falar sobre o que o Programa da Convenção descrevia como “inquietações sociais e assuntos de intimidade”. No sábado à noite foi celebrado um banquete onde foram servidas especialidades do Sudoeste e comidas típicas das tribos. A oradora, Rosa Y., de Alberta, Canadá, falou de sua longa experiência de levar A.A. às Instituições Correcionais. Insistiu na “responsabilidade que temos de cuidar dos nossos jovens: ‘Quero que a mão de A.A. sempre esteja ali, e por isto, sou responsável’”.
O domingo, último dia da Convenção, as atividades começaram com uma reunião espiritual de oradores e terminaram com a Cerimónia de Clausura a qual culminou com uma contagem regressiva do tempo de sobriedade dos presentes, desde alguns meses ate 45 anos de recuperação.
            Caracterizada e a unidade, a Convenção foi uma evidência tangível dos esforços que A.A. tem feito durante mais de uma década para alcançar os Nativos Americanos. Com essa finalidade, a Conferência de Serviços Gerais de 1985 recomendou que fosse recolhida informação a respeito deste setor da população. Para isso, o ESG realizou duas pesquisas, uma dirigida aos Delegados de Área e outra a 600 profissionais do campo do alcoolismo. Responderam 55% das 91 Áreas; delas, 45% informou que tinham pouco ou nenhum contato com os Nativos. Os resultados indicaram também que há em uso centenas de idiomas e dialetos usados por essa população. Nos anos de 1990 cada vez mais americanos nativos dos EUA e Canadá chegaram em A.A. e ficaram. Entretanto, diz Ken, “não havia onde se reunir para contar a historia da viagem que estavam fazendo”. Então, faz quase oito anos, um jovem índio da tribo Paiute, Earl L., de Bishop, Califórnia, sonhou com uma grande assembleia dos povos nativos, com o tema central da sobriedade. Sentindo-se muito emocionado e também inquieto, recorreu ao pajé que lhe disse que o sonho tinha sido uma visão do que o futuro poderia estar reservando. Earl sentiu-se animado e, na próxima assembleia de Área anunciou que no outono de 1991 iria acontecer uma reunião nacional/internacional de nativos americanos sem ter a menor ideia do que supunha organizar um evento.
            Armado de inspiração e determinação e com a ajuda de amigos entusiastas de A.A. de outros lugares, Earl conseguiu converter seu sonho em realidade: a primeira Convenção NAI-AA em Las Vegas, Nevada, atraiu centenas de participantes, e na medida em que as vozes foram correndo, as Convenções seguintes foram cada vez maiores. Depois das três primeiras Convenções em Las Vegas, decidiram mudar de lugares e no futuro poderiam ser celebradas nas diversas comunidades indígenas mais densamente povoadas de outras partes do país com a finalidade de atrair aqueles que não pudessem custear a viagem ate Las Vegas todos os anos. A quarta e a quinta convenções ocorreram em Rapid City, South Dakota, pra onde se pode viajar facilmente de carro desde as reservas indígenas de Montana, Minnesota, Nebraska, Iowa, Wyoming e os Dakotas; a sexta Convenção foi realizada em Seattle, Washington pela sua proximidade com mais de cem tribos indígenas do Noroeste. Somente no Estado de Washington há 21 tribos que vivem em 22 reservas.
            Nessas primeiras Convenções NAI-AA, diz Ken, que ingressou em A.A. em 1986, “por fim me sentia como se estivesse no coração de Alcoólicos Anônimos: um lugar onde os índios tinham a oportunidade de falar sobre suas vidas a pessoas que os ouviam com respeito e que podiam relacionar as histórias com a sua própria experiência. A.A. tem uma solução universal para um problema muito antigo. Não foi fácil para os nativos americanos confiar no programa e aceita-lo. Costumava-se acreditar que para ter sucesso em A.A. era preciso trair a própria cultura. Agora, os índios percebemos que em A.A. há lugar para todos os povos”.
A Oitava Convenção NAI-AA acontecerá no Hotel e Casino Flamingo Hilton de Reno, Nevada, do dia 29 de outubro até o 1º de novembro de 1998. Para mais informações ou inscrições ver homepage da NAI-AA (http:/www.nai.aaconvention.org ).
Atualizando:
22ª Convenção Internacional dos Nativos Americanos em A.A.
Nos dias 13-14-15 -16 de setembro de 2012
Radisson Fort McDowell Casino and Resort - Scottsdale, Arizona
Este é um evento de A.A. Todos os membros são bem-vindos

Mais informações: www.nai-aa.com/

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