Box 4-5-9, Inverno (Dez.) 2012 (pág. 7 a9) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday12.pdf Título original: “Acerca de esos problemas del
grupo de A.A.”
Um pouco mais à frente da metade do folheto “O Grupo de A.A. ...onde tudo começa” (Junaab, cód. 205, R$ 10,00),
no final da seção “Princípios acima das
personalidades”, o membro de A.A. pode encontrar alguns curtos parágrafos
sob o título “Sobre os problemas do
Grupo de A.A.”. Essa seção, na página 38, começa dizendo aquilo que a
mais de um membro – a primeira vista, lhe pareceu ser uma declaração um tanto
quanto estranha “Os problemas do Grupo
são evidência de uma saudável e desejável diversidade de opiniões entre os
membros do mesmo”.
Quer dizer então, que os problemas do Grupo são bons e
desejáveis? Como isso pode ser? Esse parágrafo continua dizendo “Eles nos dão a chance, nas palavras do
Decimo Segundo Passo, para ‘praticar estes princípios em todas as nossas
atividades’”.
Também lemos que “Os
problemas do Grupo podem incluir questões comuns em A.A. como: O que deveria
fazer um Grupo quanto aos membros que voltam a beber? Como poderíamos estimular
o comparecimento às reuniões? Como podemos ter mais pessoas para ajudar nas
tarefas rotineiras do Grupo? O que podemos fazer sobre a quebra do anonimato de
um membro ou alguma tentativa de interesse romântico de novatos? Como podemos
nos desviar daqueles veteranos que dizem que sabem o que é melhor para o Grupo?
E, como podemos estimular esses veteranos a compartilharem mais suas
experiências para resolver dilemas do Grupo?”.
Quase todos os problemas do Grupo podem ser solucionados
através do mecanismo de uma consciência de Grupo esclarecida. Em alguns Grupos
o RSG ou MCD podem ser de grande ajuda. Vale citar que o senso de humor, tempo
para se acalmar, paciência, cortesia e disposição para ouvir e esperar – além
do senso de equanimidade e confiança num “Poder
superior a nós mesmos”, resultaram ser mais eficazes que os argumentos
legalistas ou acusações pessoais.
Consciência
de Grupo esclarecida
e Reunião
de Serviço
Então, se “quase
todos os problemas do Grupo podem ser solucionados através do mecanismo de uma
consciência de Grupo esclarecida”, o que é exatamente esse mecanismo e no
que se diferencia de uma Reunião de Serviço? Talvez não surpreenda que na mesma
seção de “Princípios acima das
personalidades”, do folheto “O Grupo
de A.A. ...onde tudo começa” se incluam títulos como “O que é uma consciência de Grupo esclarecida? - página 35, “Reuniões de Serviço de A.A.” - página
37, separados por outro título “Inventário
do Grupo”, na página 35.
A experiência compartilhada no folheto e na correspondência que chega ao
escritório de Serviços Gerais – ESG sugere que as práticas dos Grupos variam
amplamente. Alguns Grupos consideram que uma reunião de consciência de Grupo e
uma Reunião de Serviço são a mesma coisa. Outros Grupos celebram Reuniões de
Serviço para os assuntos cotidianos dos Grupos tais como: a rotatividade dos
servidores de confiança; orçamentos para as despesas do Grupo – aluguel,
literatura, café, etc.; distribuição de fundos do Grupo para ajudar a levar a
mensagem de A.A. e contribuições aos Órgãos de Serviço – Distrito, ESL, Área,
ESG. Para decidir estas questões cotidianas pode-se recorrer a uma votação por
maioria simples.
Pode ser feita uma reunião de consciência de Grupo no lugar de uma
Reunião de Serviço para os assuntos que afetem o Grupo e naqueles que não se
possa chegar a uma decisão através do método da maioria simples. Alguns
exemplos: decidir se o Grupo vai mudar de uma reunião aberta para uma reunião
fechada; mudar a forma de encerramento das reuniões; ou fazer um inventário de
Grupo programado.
A dificuldade de separar os dois procedimentos pode ser demonstrada no
mesmo folheto, que inclui um processo de “consciência
de Grupo” entre a seção dedicada às Reuniões de Serviço.
Correspondência do ESG
a respeito dos problemas dos Grupos
De vez em quando, um Grupo de A.A. entra em contato com o ESG pedindo
ajuda para resolver algum problema do Grupo. Alguns Grupos têm suas raízes nos
primórdios de A.A. e outros surgiram com a tecnologia e a cultura atual.
Uma pergunta que vem sendo repetida ao longo do tempo – e, por
conseguinte dispomos de farto material no nosso arquivo de correspondência “Experiência compartilhada”, refere-se à
diferença entre as reuniões “fechadas”
e as reuniões “abertas”. Alguns
membros de A.A. têm dito que uma reunião de A.A. “aberta” significa que qualquer pessoa que esteja assistindo pode
falar a respeito de qualquer coisa que lhe venha em mente – incluindo problemas
relacionados com drogas e outras adições, e as reuniões “fechadas” são as que se dedicam ao assunto da recuperação do
alcoolismo. Quando é pedida uma resposta, os membros do pessoal do ESG
encaminham a quem lhes pergunta à seção correspondente a esta questão no
folheto “O Grupo de A.A. ...onde tudo
começa”, onde na página 15 diz:
“Reuniões fechadas: são apenas para membros de A.A., ou para
aqueles que têm problemas com a bebida e ‘têm o desejo de parar de beber’.
Reuniões abertas: são disponíveis a
qualquer um que esteja interessado no programa de recuperação do alcoolismo de
Alcoólicos Anônimos. Não alcoólicos podem participar de reuniões abertas como
observadores.
Em ambos os tipos de
reuniões, o coordenador do Grupo de A.A. pode solicitar aos participantes que
restrinjam seus depoimentos às questões pertinentes à recuperação do
alcoolismo.
Sejam abertas ou
fechadas, as reuniões de um Grupo de A.A. são coordenadas por membros de A.A.,
que determinam o formato das reuniões”.
Assuntos relacionados com seguros de responsabilidade de terceiros e a
abertura de contas para o Grupo, são, com frequência, problemas novos que se
apresentam aos Grupos, e têm a ver com a relação entre os Grupos de A.A. e as
entidades externas, tais como o proprietário do imóvel ou a instituição
financeira local. Quando um Grupo pede assessoramento, o ESG orienta o Grupo a
utilizar-se de recursos tais como os “Guias
de A.A. sobre as Finanças” (*).
Este material de serviço pode ser encontrado no sítio Web de A.A. do ESG; pode
ser impresso e usado por todos os membros do Grupo em uma Reunião de Serviço ou
de consciência de Grupo.
Além das respostas extraídas da experiência compartilhada sobre perguntas
como “Como podemos saber o tipo de
impostos que incide sobre nossa conta corrente” ou, “O proprietário nos pediu para fazer um seguro de responsabilidade
civil. O ESG pode ajudar?” Os Guias de A.A. sobre Finanças oferecem
respostas a outros tipos de problemas dos Grupos tais como “Nosso tesoureiro acaba de fugir com o dinheiro. O que fazer?”. Já
que os Guias de A.A. são materiais de serviço ao que se podem acrescentar novas
experiências quando há um novo aspecto da vida de um Grupo, o conteúdo dos
Guias é uma boa referência para todo tipo de problemas dos Grupos.
Uma questão que há anos vem-se apresentando no ESG, e para a qual ainda
não há muita experiência compartilhada, diz respeito aos cães de serviço. Diferentemente dos cães-guia para cegos, que a maioria de nós já vimos com frequência,
os cães de serviço ajudam os membros de A.A. que têm uma variedade de
incapacidades tais como os veteranos de guerra com transtornos por estrese
pós-traumático, outros com transtornos convulsivos, impedimentos auditivos e
diabetes, são apenas alguns. As chamadas telefônicas e os correios eletrônicos
que chegam aos membros do pessoal do ESG indicam que pode haver uma agitada “diversidade de opiniões” nos Grupos de
A.A. a respeito desta questão, que pode ter a ver com as alergias de alguns
membros do Grupo, etc. Qualquer experiência dos Grupos que enfrentaram este
problema e encontraram uma solução será bem recebida pelo ESG.
Amor e tolerância
Voltando a ideia de que uma forma de resolver os problemas dos Grupos é “senso de humor, tempo para se acalmar,
paciência, cortesia e disposição para ouvir e esperar – além do senso de
equanimidade e confiança num ‘Poder superior a nós mesmos’”, James S., um membro de A.A. de
Manhattan com mais de trinta anos de sobriedade, compartilha as seguintes
experiências pessoais:
“Fico espantado porque
tenhamos chegado tão longe. Na semana passada estava no meu Grupo base e
durante a reunião olhei à minha volta. Um homem na última fila estava lendo um
jornal. Duas pessoas estavam cochichando e dando risadinhas enquanto o orador
falava. Uma moça na primeira fila estava tuitando ou enviando textos no seu
celular. Um indivíduo no meio da sala fazia barulho enquanto sorvia através de
um canudo e agitava gelo num copo. Também havia uma mulher com um cachorrinho
sentado no colo que grunhia de vez em quando à pessoa sentada ao lado.
Comecei a sentir dentro
de mim essa indignação virtuosa que quase sempre é a precursora de um furioso
diatribe guiada pela ânsia de poder, fosse ele real ou apenas imaginário, até
que lembrei a frase do Livro Azul – no capítulo ‘Entrando em Ação’, ‘ O
amor e a tolerância para com os outros é o nosso código’ (página 113/1/11).
Isto me acalmou o
suficiente para poder ver o homem na última fila olhar de vez em quando por
cima do jornal para absorver alguma particularidade da história do orador; ver
os que estavam cochichando deixar de fazê-lo e prestar atenção na reunião; ver
a moça na primeira fila fechar o celular e coloca-lo na bolsa; compreender que,
mais cedo ou mais tarde, o gelo iria se derreter no copo daquele que estava
sorvendo; e perceber que o cachorrinho não tinha mordido ninguém – ainda”.
Situações como estas acontecem nos Grupos dos EUA/Canadá todas as noites.
Algumas vezes os assuntos e se referem à duração ou o conteúdo da fala da
pessoa que compartilha, interrupções do orador pelos ouvintes, linguagem chula
e grosseira nas reuniões, membros que falam a respeito do uso de drogas ou
outros assuntos semelhantes que podem ser ofensivos para algumas pessoas.
Mas, de alguma maneira, A.A. tem podido superar estas dificuldades ao
longo dos anos, com o reconhecimento de que “Nós,
os alcoólicos, percebemos que temos que trabalhar juntos e manter-nos unidos ou
caso contrário a maioria de nós irá perecer”, como diz Bill W. na
introdução da forma longa das Tradições. Precisamos uns dos outros, com todos
nossos defeitos, e a unidade de A.A. acaba triunfando sobre os pecadilhos que
os membros trazem às reuniões.
De maneira alguma isto representa um problema novo; Bill W. descreveu a
situação das reuniões de A.A. por volta de 1946 desta maneira: “Os aproveitadores aproveitavam-se, os
corações solitários enlevavam-se, os comitês discutiam, os novos clubes tinham
dificuldades insólitas, os oradores não paravam de falar, os membros
tornavam-se profissionais, algumas vezes Grupos inteiros se embebedavam e as
relações públicas ficavam fora de controle”. Parece que nós, os alcoólicos,
podemos testar a paciência de qualquer pessoa.
“Percebo”, diz James, “que não posso obrigar o homem da última
fila a deixar o jornal ou legislar contra o uso do celular nas reuniões. Mas,
posso-me manter focado no porque estou na reunião. Tratar de controlar o
comportamento das pessoas nunca funcionou muito bem em A.A. e não preciso ser o
monitor de uma reunião. Apenas tenho que seguir o código. Como indicado na Nona
Tradição ‘Grande sofrimento e grande amor são os disciplinadores de A.A.;
não precisamos de quaisquer outros’” (Doze
Passos e Doze Tradições, pág. 158/2/6, Junaab código 105, R$ 23,70)
(*) http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smg-15_finance.pdf
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