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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

2.12. Sobre os problemas de um Grupo de A.A.


Box 4-5-9, Inverno (Dez.) 2012 (pág. 7 a9) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday12.pdf Título original: “Acerca de esos problemas del grupo de A.A.”

Um pouco mais à frente da metade do folheto “O Grupo de A.A. ...onde tudo começa” (Junaab, cód. 205, R$ 10,00), no final da seção “Princípios acima das personalidades”, o membro de A.A. pode encontrar alguns curtos parágrafos sob o título “Sobre os problemas do Grupo de A.A.”. Essa seção, na página 38, começa dizendo aquilo que a mais de um membro – a primeira vista, lhe pareceu ser uma declaração um tanto quanto estranha “Os problemas do Grupo são evidência de uma saudável e desejável diversidade de opiniões entre os membros do mesmo”.
            Quer dizer então, que os problemas do Grupo são bons e desejáveis? Como isso pode ser? Esse parágrafo continua dizendo “Eles nos dão a chance, nas palavras do Decimo Segundo Passo, para ‘praticar estes princípios em todas as nossas atividades’”.
            Também lemos que “Os problemas do Grupo podem incluir questões comuns em A.A. como: O que deveria fazer um Grupo quanto aos membros que voltam a beber? Como poderíamos estimular o comparecimento às reuniões? Como podemos ter mais pessoas para ajudar nas tarefas rotineiras do Grupo? O que podemos fazer sobre a quebra do anonimato de um membro ou alguma tentativa de interesse romântico de novatos? Como podemos nos desviar daqueles veteranos que dizem que sabem o que é melhor para o Grupo? E, como podemos estimular esses veteranos a compartilharem mais suas experiências para resolver dilemas do Grupo?”.
            Quase todos os problemas do Grupo podem ser solucionados através do mecanismo de uma consciência de Grupo esclarecida. Em alguns Grupos o RSG ou MCD podem ser de grande ajuda. Vale citar que o senso de humor, tempo para se acalmar, paciência, cortesia e disposição para ouvir e esperar – além do senso de equanimidade e confiança num “Poder superior a nós mesmos”, resultaram ser mais eficazes que os argumentos legalistas ou acusações pessoais.

Consciência de Grupo esclarecida
e Reunião de Serviço
            Então, se “quase todos os problemas do Grupo podem ser solucionados através do mecanismo de uma consciência de Grupo esclarecida”, o que é exatamente esse mecanismo e no que se diferencia de uma Reunião de Serviço? Talvez não surpreenda que na mesma seção de “Princípios acima das personalidades”, do folheto “O Grupo de A.A. ...onde tudo começa” se incluam títulos como “O que é uma consciência de Grupo esclarecida? - página 35, “Reuniões de Serviço de A.A.” - página 37, separados por outro título “Inventário do Grupo”, na página 35.
A experiência compartilhada no folheto e na correspondência que chega ao escritório de Serviços Gerais – ESG sugere que as práticas dos Grupos variam amplamente. Alguns Grupos consideram que uma reunião de consciência de Grupo e uma Reunião de Serviço são a mesma coisa. Outros Grupos celebram Reuniões de Serviço para os assuntos cotidianos dos Grupos tais como: a rotatividade dos servidores de confiança; orçamentos para as despesas do Grupo – aluguel, literatura, café, etc.; distribuição de fundos do Grupo para ajudar a levar a mensagem de A.A. e contribuições aos Órgãos de Serviço – Distrito, ESL, Área, ESG. Para decidir estas questões cotidianas pode-se recorrer a uma votação por maioria simples.
Pode ser feita uma reunião de consciência de Grupo no lugar de uma Reunião de Serviço para os assuntos que afetem o Grupo e naqueles que não se possa chegar a uma decisão através do método da maioria simples. Alguns exemplos: decidir se o Grupo vai mudar de uma reunião aberta para uma reunião fechada; mudar a forma de encerramento das reuniões; ou fazer um inventário de Grupo programado.
A dificuldade de separar os dois procedimentos pode ser demonstrada no mesmo folheto, que inclui um processo de “consciência de Grupo” entre a seção dedicada às Reuniões de Serviço.

Correspondência do ESG
a respeito dos problemas dos Grupos
De vez em quando, um Grupo de A.A. entra em contato com o ESG pedindo ajuda para resolver algum problema do Grupo. Alguns Grupos têm suas raízes nos primórdios de A.A. e outros surgiram com a tecnologia e a cultura atual.
Uma pergunta que vem sendo repetida ao longo do tempo – e, por conseguinte dispomos de farto material no nosso arquivo de correspondência “Experiência compartilhada”, refere-se à diferença entre as reuniões “fechadas” e as reuniões “abertas”. Alguns membros de A.A. têm dito que uma reunião de A.A. “aberta” significa que qualquer pessoa que esteja assistindo pode falar a respeito de qualquer coisa que lhe venha em mente – incluindo problemas relacionados com drogas e outras adições, e as reuniões “fechadas” são as que se dedicam ao assunto da recuperação do alcoolismo. Quando é pedida uma resposta, os membros do pessoal do ESG encaminham a quem lhes pergunta à seção correspondente a esta questão no folheto “O Grupo de A.A. ...onde tudo começa”, onde na página 15 diz:
Reuniões fechadas: são apenas para membros de A.A., ou para aqueles que têm problemas com a bebida e ‘têm o desejo de parar de beber’.
Reuniões abertas: são disponíveis a qualquer um que esteja interessado no programa de recuperação do alcoolismo de Alcoólicos Anônimos. Não alcoólicos podem participar de reuniões abertas como observadores.
Em ambos os tipos de reuniões, o coordenador do Grupo de A.A. pode solicitar aos participantes que restrinjam seus depoimentos às questões pertinentes à recuperação do alcoolismo.
Sejam abertas ou fechadas, as reuniões de um Grupo de A.A. são coordenadas por membros de A.A., que determinam o formato das reuniões”.
Assuntos relacionados com seguros de responsabilidade de terceiros e a abertura de contas para o Grupo, são, com frequência, problemas novos que se apresentam aos Grupos, e têm a ver com a relação entre os Grupos de A.A. e as entidades externas, tais como o proprietário do imóvel ou a instituição financeira local. Quando um Grupo pede assessoramento, o ESG orienta o Grupo a utilizar-se de recursos tais como os “Guias de A.A. sobre as Finanças” (*). Este material de serviço pode ser encontrado no sítio Web de A.A. do ESG; pode ser impresso e usado por todos os membros do Grupo em uma Reunião de Serviço ou de consciência de Grupo.
Além das respostas extraídas da experiência compartilhada sobre perguntas como “Como podemos saber o tipo de impostos que incide sobre nossa conta corrente” ou, “O proprietário nos pediu para fazer um seguro de responsabilidade civil. O ESG pode ajudar?” Os Guias de A.A. sobre Finanças oferecem respostas a outros tipos de problemas dos Grupos tais como “Nosso tesoureiro acaba de fugir com o dinheiro. O que fazer?”. Já que os Guias de A.A. são materiais de serviço ao que se podem acrescentar novas experiências quando há um novo aspecto da vida de um Grupo, o conteúdo dos Guias é uma boa referência para todo tipo de problemas dos Grupos.
Uma questão que há anos vem-se apresentando no ESG, e para a qual ainda não há muita experiência compartilhada, diz respeito aos cães de serviço. Diferentemente dos cães-guia para cegos, que a maioria de nós já vimos com frequência, os cães de serviço ajudam os membros de A.A. que têm uma variedade de incapacidades tais como os veteranos de guerra com transtornos por estrese pós-traumático, outros com transtornos convulsivos, impedimentos auditivos e diabetes, são apenas alguns. As chamadas telefônicas e os correios eletrônicos que chegam aos membros do pessoal do ESG indicam que pode haver uma agitada “diversidade de opiniões” nos Grupos de A.A. a respeito desta questão, que pode ter a ver com as alergias de alguns membros do Grupo, etc. Qualquer experiência dos Grupos que enfrentaram este problema e encontraram uma solução será bem recebida pelo ESG.

Amor e tolerância
Voltando a ideia de que uma forma de resolver os problemas dos Grupos é “senso de humor, tempo para se acalmar, paciência, cortesia e disposição para ouvir e esperar – além do senso de equanimidade e confiança num ‘Poder superior a nós mesmos’”, James S., um membro de A.A. de Manhattan com mais de trinta anos de sobriedade, compartilha as seguintes experiências pessoais:
“Fico espantado porque tenhamos chegado tão longe. Na semana passada estava no meu Grupo base e durante a reunião olhei à minha volta. Um homem na última fila estava lendo um jornal. Duas pessoas estavam cochichando e dando risadinhas enquanto o orador falava. Uma moça na primeira fila estava tuitando ou enviando textos no seu celular. Um indivíduo no meio da sala fazia barulho enquanto sorvia através de um canudo e agitava gelo num copo. Também havia uma mulher com um cachorrinho sentado no colo que grunhia de vez em quando à pessoa sentada ao lado.
Comecei a sentir dentro de mim essa indignação virtuosa que quase sempre é a precursora de um furioso diatribe guiada pela ânsia de poder, fosse ele real ou apenas imaginário, até que lembrei a frase do Livro Azul – no capítulo ‘Entrando em Ação’, ‘ O amor e a tolerância para com os outros é o nosso código’ (página 113/1/11).
Isto me acalmou o suficiente para poder ver o homem na última fila olhar de vez em quando por cima do jornal para absorver alguma particularidade da história do orador; ver os que estavam cochichando deixar de fazê-lo e prestar atenção na reunião; ver a moça na primeira fila fechar o celular e coloca-lo na bolsa; compreender que, mais cedo ou mais tarde, o gelo iria se derreter no copo daquele que estava sorvendo; e perceber que o cachorrinho não tinha mordido ninguém – ainda”.
Situações como estas acontecem nos Grupos dos EUA/Canadá todas as noites. Algumas vezes os assuntos e se referem à duração ou o conteúdo da fala da pessoa que compartilha, interrupções do orador pelos ouvintes, linguagem chula e grosseira nas reuniões, membros que falam a respeito do uso de drogas ou outros assuntos semelhantes que podem ser ofensivos para algumas pessoas.
Mas, de alguma maneira, A.A. tem podido superar estas dificuldades ao longo dos anos, com o reconhecimento de que “Nós, os alcoólicos, percebemos que temos que trabalhar juntos e manter-nos unidos ou caso contrário a maioria de nós irá perecer”, como diz Bill W. na introdução da forma longa das Tradições. Precisamos uns dos outros, com todos nossos defeitos, e a unidade de A.A. acaba triunfando sobre os pecadilhos que os membros trazem às reuniões.
De maneira alguma isto representa um problema novo; Bill W. descreveu a situação das reuniões de A.A. por volta de 1946 desta maneira: “Os aproveitadores aproveitavam-se, os corações solitários enlevavam-se, os comitês discutiam, os novos clubes tinham dificuldades insólitas, os oradores não paravam de falar, os membros tornavam-se profissionais, algumas vezes Grupos inteiros se embebedavam e as relações públicas ficavam fora de controle”. Parece que nós, os alcoólicos, podemos testar a paciência de qualquer pessoa.
“Percebo”, diz James, “que não posso obrigar o homem da última fila a deixar o jornal ou legislar contra o uso do celular nas reuniões. Mas, posso-me manter focado no porque estou na reunião. Tratar de controlar o comportamento das pessoas nunca funcionou muito bem em A.A. e não preciso ser o monitor de uma reunião. Apenas tenho que seguir o código. Como indicado na Nona Tradição ‘Grande sofrimento e grande amor são os disciplinadores de A.A.; não precisamos de quaisquer outros’ (Doze Passos e Doze Tradições, pág. 158/2/6, Junaab código 105, R$ 23,70)
(*) http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smg-15_finance.pdf


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