Saint
Johnsbury, Vermont 08 de agosto de 1879
Akron,
Ohio, 16 de novembro de 1950
A.A.
Grapevine, janeiro 1951
Por Bill W.
Depois de serenamente dizer para quem o
atendia: “Creio que chegou a hora”, o
Dr. Bob faleceu em 16 de novembro de 1950
ao meio dia. Assim terminou a enfermidade que o consumia, e no decorrer da qual
nos ensinou tão claramente que a grande fé pode superar as graves angustias.
Morreu como havia vivido, supremamente consciente de que na casa de seu Pai há
muitas moradas.
Todos
os que o conheciam sentiram-se inundados de lembranças. Mas quem poderia saber
quais eram os pensamentos e sentimentos dos 5.000 doentes dos quais ele se
havia ocupado pessoalmente, e aos quais havia dado gratuitamente sua atenção
médica? Que poderia recolher as reflexões de seus concidadãos que o haviam
visto afundar-se até quase se perder no esquecimento para depois erguer-se
deste mundo anônimo renovado? Quem poderia expressar a gratidão das dezenas de
milhares de famílias de AAs que haviam ouvido falar tanto dele, sem tê-lo
conhecido pessoalmente? Quais eram as emoções das pessoas mais próximas a ele
enquanto refletiam com gratidão sobre o mistério da sua recuperação há quinze
anos e de suas vastas consequências? Não se poderá compreender nem a mínima
parte desta grande benção. Somente se poderia dizer: “Que grande milagre, Deus realizou”.
O
Dr. Bob nunca haveria de querer que alguém o considerasse como um santo ou um
super homem. Também não teria desejado que o enaltecêssemos ou que chorássemos
a sua morte. Quase o podemos ouvir dizer que: “Parece-me que estão exagerando. Não me devem levar tão a sério. Eu era
somente um dos primeiros elos dessa cadeia de circunstâncias providenciais que
se chama A.A. Pela graça e por sorte este elo não se rompeu; apesar de meus
defeitos e meus fracassos poderiam ter levado a esta desgraçada consequência.
Eu era mais um alcoólico que tentava se arrumar – com a graça de Deus.
Esqueçam-me, mas vão e façam o mesmo. Liguem solidamente seu próprio elo à
nossa cadeia. Com a ajuda de Deus, forjem uma cadeia forte e segura”. Assim
é como o Dr. Bob valorizaria a sí mesmo e nos aconselharia.
Era
um sábado do mês de maio de 1935.
Encontrava-me em Akron em função de um desafortunado assunto de negócios que em
seguida fracassou, deixando-me em um estado de precária sobriedade. Aquela
tarde passei dando voltas de um lado para outro no saguão do Hotel Mayflower de
Akron. Ao contemplar o grupo que ia se formando no bar, começou a me invadir um
medo de sofrer uma recaída. Era a primeira grande tentação desde que meu amigo
de Nova York me havia apresentado, em novembro de 1934, o que chegaria a ser os
princípios básicos de A.A. Durante os seis meses seguintes, havia-me sentido
totalmente seguro da minha sobriedade. Mas agora não havia esperança; sentia-me
sozinho, desesperado. Durante os seis meses anteriores havia estado trabalhando
arduamente com outros alcoólicos. Ou melhor dizendo, havia-lhes passado sermões
com um tom bastante arrogante. Cheio de uma falsa segurança, tinha a impressão
de não poder tropeçar. Mas desta vez, era diferente. Era necessário fazer algo
imediatamente.
Restava somente um nome na lista –
Henrietta Seiberling. Por alguma razão, não conseguia armar-me de suficiente
coragem para marcar o número. Porém, depois de dar uma olhada no bar, algo em
meu interior me disse: “É melhor que o
faça”. Para meu grande assombro, uma voz cálida, com sotaque do sul,
respondeu-me. Henrietta assegurou-me que me entendia e me perguntou se poderia
ir à sua casa imediatamente.
Em
virtude de que havia enfrentado outras calamidades e superou-as, ela sem dúvida
entendia a minha. Iria desempenhar um papel vital na série de acontecimentos
fantásticos que rapidamente contribuiriam para o nascimento e desenvolvimento
da nossa Irmandade. De todos os nomes que o serviçal pastor havia-me dado, ela
era a única que havia se interessado o suficiente. Quero expressar aqui a nossa
eterna gratidão.
Na
tarde seguinte, as cinco em ponto, Anne e o Dr. Bob apresentaram-se na casa de
Henrietta. Ela diretamente nos conduziu ao Dr. Bob e a mim, para a biblioteca.
O Dr. Bob me disse: “Encantado em
conhecê-lo Bill Mas acontece que não posso ficar muito tempo, somente cinco ou
dez minutos, no mais tardar”. Ri, e lhe disse: “Parece que tem muita sede, não?”. Replicou-me: “Bem, parece que depois de tudo entende bem
este assunto de bebida”. Dessa forma começou uma conversa que durou várias
horas.
Desta
vez a minha atitude foi muito diferente. Meu medo em me embebedar havia
produzido uma mais apropriada humildade. Depois de contar a minha história ao
Dr. Bob, expliquei-lhe o quanto precisava dele. Se me permitisse ajuda-lo,
talvez pudesse manter-me sóbrio. Assim começou a crescer para a luz a semente
que iria dar nascimento a A.A. Porém, como já havia adivinhado a nossa querida
Anne, esse primeiro broto era muito fácil, Era melhor que tomássemos algumas
medidas práticas. Convidou-me a passar uma temporada em sua casa. Dessa maneira
eu poderia vigiar o Dr. Bob e ele a mim. Esta era a chave da questão. Talvez
pudéssemos fazer juntos o que não podíamos fazer sozinhos. Além do mais, era
possível que pudesse reavivar esse assunto de negócios tão pouco promissor.
Durante
os três meses seguintes, vivi com este maravilhoso casal. Acreditei sempre que
eles me deram mais do que eu possa ter-lhes dado. A cada manhã havia um período
de recolhimento. Depois do longo silêncio, Anne lia uma pequena passagem da
Bíblia. Nosso favorito era Tiago. Sentada na sua poltrona num canto da sala,
terminava sua leitura dizendo suavemente: “A
fé sem obras, é fé morta”.
Mas
as angústias alcoólicas do Dr. Bob ainda não haviam chegado ao fim. Tinha que
assistir à Convenção Médica em Atlantic City. Em vinte anos não havia perdido
nenhuma. Esperando inquietamente, Anne e eu passamos cinco dias sem ter
notícias dele. Finalmente, a enfermeira de seu consultório e seu marido o
encontraram uma manhã bem cedo na estação de trem de Akron em um estado algo
confuso e desalinhado – para não dizer mais. Surgiu um terrível dilema. Três
dias mais tarde, o Dr. Bob tinha que realizar uma delicada operação cirúrgica.
Ninguém poderia substituí-lo. Simplesmente tinha que fazê-la. Mas, como íamos
conseguir coloca-lo em condições de realiza-la?
Instalaram-nos
em um quarto de duas camas. Começamos pelo rotineiro processo de reduzir
gradualmente a ingestão de álcool. Ninguém consegue dormir muito, mas ele cooperou.
No dia da operação, às quatro da manhã, Bob olhou-me e disse: “Vou fazer isto”. Perguntei-lhe: “Quer dizer que vai realizar a operação?”,
ele me respondeu: “Coloquei a operação e
a mim nas mãos de Deus. Vou fazer o que for necessário para obter e manter a
minha sobriedade”. Não me disse mais nenhuma palavra. Às nove da manhã,
enquanto o ajudávamos a se vestir, ele lamentavelmente estava tremendo.
Sentíamo-nos presos pelo pânico. Iria conseguir fazê-lo? Por estar demasiado
tenso ou tremendo muito poderia operar mal o bisturi e tirar a vida de seu
paciente. Arriscamo-nos. Dei-lhe uma garrafa de cerveja. Este foi o último gole
que ele tomou em sua vida. Era o dia 10 de junho de 1935. O paciente sobreviveu.
Logo
apareceu nosso primeiro candidato, enviado por um pastor da vizinhança. Como o
recém-chegado via-se ameaçado de perder o juízo, Anne decidiu hospedá-lo a ele
e sua família – sua esposa e dois filhos. O novato era um enigma. Quando estava
bebendo, tornava-se totalmente louco. Uma tarde, sentada na cozinha, Anne
estava olhando-o calmamente enquanto ele brincava com uma faca. Ao sentir seu
olhar fixo, ele retirou a mão. Mas não logrou sua sobriedade nesse momento. Sua
mulher desesperada foi morar com seus pais e ele desapareceu. Quinze anos mais
tarde voltou a aparecer para prestar sua homenagem ao Dr. Bob. Vimo-lo são e
felizmente sóbrio em A.A. Em 1935 não estávamos tão acostumados com os milagres
como o estamos hoje. Havíamos dado este caso por perdido.
Então,
atravessamos uma época de calma à frente do Décimo Segundo Passo. Anne e
Henrietta aproveitaram essa época para infundir em Bob e em mim uma muito grata
e frutífera espiritualidade. Lois tirou uns dias de descanso do seu penoso
trabalho em uma grande loja de Nova York, e veio a Akron para passa férias
conosco, o que nos levanto muito o moral. Começamos a assistir as reuniões do
Grupo de Oxford realizadas na casa de T. Henry Williams em Akron. A devoção
deste bom homem e de sua mulher brilha em nossas lembranças. Seus nomes
apareceram inscritos na primeira página do livro como uns dos primeiros e
melhores amigos de A.A.
Um
dia o Dr. Bob me disse: “Você não acha
que deveríamos começar a trabalhar com alguns bêbados?”. Telefonou para a
enfermeira encarregada das admissões no Hospital Municipal de Akron e
explicou-lhe que ele e outro bêbado de Nova York tinham um remédio para o
alcoolismo. O vi ruborizar-se e desconsertar-se um pouco. A enfermeira havia
comentado: “Bem doutor, o senhor já se
submeteu a esse tratamento?”.
Contudo,
a enfermeira nos enviou um cliente. Disse-nos que era um tipo difícil.
Tratava-se de um eminente advogado de Akron, que havia perdido quase tudo. Nos
últimos quatro meses, havia estado seis vezes no hospital. Tinha chegado
naquele momento; acabava de atropelar uma enfermeira que ele havia confundido
com um elefante rosa; “Servirá para os
senhores?”, perguntou-nos. O Dr. Bob disse-lhe: “Instale-o em um quarto particular. Quando melhorar o visitaremos”.
Pouco
tempo depois o Dr. Bob e eu encontramo-nos contemplando um quadro que, desde
então, dezenas de milhares de nós voltaríamos a contemplar: o de um homem
sentado na cama e que ainda não se apercebeu de que se pode recuperar.
Explicamos-lhe a natureza da sua doença, e lhe contamos a nossa própria
história de bebedores e de recuperação. Porém, o doente, sacudindo a cabeça,
nos disse: “Parece que os rapazes
passaram muito mal. Porém nunca estiveram tão mal como eu estou neste momento.
Agora é muito tarde para mim. Não me atrevo a sair daqui. Sou também um homem
de fé: costumavam ser diácono na minha igreja. Ainda tenho fé em Deus, mas
parece que Deus não bota fé em mim. O álcool me venceu; não tenho mais solução.
Mas voltem a me visitar. Gostaria de falar mais com os senhores”.
Em
nossa segunda visita, ao entrar no quarto do enfermo, vimos uma mulher sentada
ao pé da cama. Estava dizendo: “O que lhe
aconteceu marido? Você tem um aspecto muito diferente. Sinto-me muito
aliviada”. O homem olhou para nós e disse aos gritos: “Aqui estão, eles me compreendem. Ontem depois que se foram, não
conseguia tirar da cabeça o que me haviam dito. Passei a noite sem dormir.
Depois me veio a esperança. Se eles conseguiram encontrar sua libertação, eu
também posso fazê-lo. Cheguei a estar disposto a ser sincero comigo mesmo, a
reparar os danos que causei e a ajudar outros alcoólicos. Quando pensei nisso,
senti-me transformado. Sabia que iria ficar bem”. O homem na cama
continuava falando: “Agora minha querida
mulher, traga-me as minhas roupas. Vou me levantar e vamos sair daqui”. Dito
isto, o AA número três levantou-se da cama, para nunca mais voltar a beber. A
semente de A.A. havia germinado outra vez, e outro broto surgiu no novo
terreno. Embora ainda não o soubéssemos, já estava em flor. Éramos três ali
reunidos. E o Grupo Número Um de Akron havia-se tornado realidade.
Nós
três trabalhamos com centenas de alcoólicos. Eram muitos os chamados e poucos
os escolhidos. O fracasso nos acompanhava diariamente. Entretanto, quando fui
embora de Akron, em setembro de 1935,
parece que mais dois ou três doentes tinham-se unido a nós definitivamente.
Os dois anos seguintes de nossa época pioneira
constituíram o período de “voar às
cegas”. Com seu aguçado instinto de médico, o Dr. Bob continuava atendendo
e introduzindo a cada novo caso, primeiro no Hospital Municipal de Akron e
depois, durante os doze anos seguintes, no Hospital Santo Tomás, onde milhares
de enfermos contavam com sua cuidadosa vigilância e o seu toque especial de
A.A. Embora não fossem seus correligionários, o pessoal e as irmãs que trabalhavam
com ele operavam verdadeiros milagres. Ofereceram-nos um dos mais brilhantes
exemplos de amor e de dedicação que os AAs jamais haviam conhecido. Dirigiam-se
aos milhares de visitantes e pacientes AAs – aos que realmente o sabem,
perguntando-lhes qual era a sua opinião sobre a Irmã Inácia do Santo Tomás. Ou
sobre o Dr. Bob. Bem, estou-me antecipando.
Enquanto
isso, um pequeno Grupo havia-se formado em Nova York. As reuniões de Akron na
casa de T. Henry começaram a atrair alguns visitantes de Cleveland. Nessa
conjuntura, passei umas semanas visitando o Dr. Bob. Pusemo-nos a contar
quantos dentre as centenas de alcoólicos tinham ficado? Quantos se haviam
mantido sóbrios? E, por quanto tempo? Nesse outono de 1937, o Dr. Bob e eu calculamos que havia uns quarenta casos que
tinham um tempo considerável de abstinência – contando o tempo de todos talvez
somassem um total de sessenta anos de sobriedade. Brotaram-nos lágrimas de
alegria. Tinha passado uma quantidade suficiente de tempo com uma quantidade
suficiente de casos que indicava que algo novo – e talvez muito significativo,
estava acontecendo. De repente, o céu se desanuviou. Já não voávamos às cegas.
Havia-se acendido um farol. Deus havia ensinado aos alcoólicos a transmiti-lo
de mão em mão. Não esquecerei nunca esse momento de súbita e humilde
compreensão na companhia do Dr. Bob.
Mas essa nova compreensão
apresentou-nos um grande problema, víamo-nos tendo que tomar uma decisão de
imensa envergadura. Havíamos demorado quase três anos para realizar quarenta
recuperações. Porém, apenas nos EUA havia um milhão de alcoólicos. Como íamos
comunicar-lhes nossa mensagem? Não seria por acaso necessário, termos
trabalhadores assalariados, nossos próprios hospitais e grande quantidade de
dinheiro? Sem dúvida teríamos que reeditar um livro de textos. Seria sensato
irmos a passo de tartaruga enquanto nossa mensagem fosse se desvirtuando e
talvez milhares de alcoólicos morressem? Que dilema.
A
forma como conseguimos nos livrar do profissionalismo, da riqueza e da administração
de bens importantes, e como finalmente nos arranjamos para publicar o livro Alcoólicos
Anônimos, por si só, é uma história. Mas nessa época crítica, os
conselhos prudentes do Dr. Bob com frequência nos detiveram para que não nos
lançássemos em empreendimentos precipitados que poderiam ter retardado nosso
desenvolvimento durante anos e inclusive ter-nos arruinado. Também não ´podemos
esquecer a dedicação que tiveram o Dr. Bob e Jim S. (que faleceu no verão
passado) em sua tarefa para recolher histórias para o livro de A.A.: três de
cada cinco destas histórias provinham de Akron. O interesse e a sabedoria do
Dr. Bob foram fatores de primordial importância naquela época de graves dúvidas
e graves decisões.
Quando nos regozijamos de que Anne e o Dr. Bob
tenham vivido suficiente para que chegasse a todas as partes da Terra, aquela
luz que se acendeu em Akron; de que se dessem conta de que algum dia milhões de
pessoas poderiam passar por debaixo desse arco cada vez mais amplo cuja base
eles também haviam ajudado a esculpir. Entretanto, estou seguro de que eles,
por serem tão humildes, nunca chegaram a formar uma ideia clara da magnitude do
legado que nos deixaram, nem como cumpriram bem sua tarefa. Fizeram tudo que
tinham que fazer. O Dr. Bob inclusive teve a oportunidade de ver a Irmandade
chegar à sua maioridade, quando, pela última vez, dirigiu a palavra a 7.000
alcoólicos (N.T.: historiadores coincidem em relatar este
número como sendo entre três e três mil e quinhentos participantes)
reunidos em Cleveland.
Vi
o Dr. Bob no domingo anterior à sua morte. Porém, menos de um mês antes, ele
tinha-me ajudado a formular uma proposta para a Conferência de Serviços Gerais
de alcoólicos Anônimos, o Terceiro Legado de A.A. Este legado, em forma de
folheto, estava na gráfica quando ele se despediu de nós pela última vez na
quinta feira seguinte. Por representar seu último gesto e desejo para os AAs,
este documento terá para nós um grande e especial significado.
Não
tive uma relação parecida com esta com nenhum ser humano. A coisa mais bela que
eu posso dizer é que, durante todos os anos, muitas vezes difíceis para nossa
Irmandade, ele e eu nunca tivemos uma penosa diferença de opinião. Seu espírito
fraternal e a sua capacidade para o amor estavam fora do meu alcance.
Para
terminar, permitam-me que lhes ofereça um último e comovedor exemplo de sua
simplicidade e humildade. Por muito estranho que pareça, é uma história que
fala de um monumento – um monumento que se propôs erguer em sua homenagem. Faz
um ano, quando Anne morreu, muitos companheiros acharam apropriado que lhe
fosse dedicado um monumento comemorativo. As pessoas insistiam em que fosse
feito algo dessa índole. Ao chegarem esses rumores aos ouvidos do Dr. Bob, ele
não demorou em se manifestar contrário à ideia de que os AAs erguessem um
mausoléu para ele e Anne. Com apenas uma frase convincente, expressou
serenamente seu horror aos símbolos em homenagem pessoal. Disse: “Anne e eu queremos ser enterrados como uma
pessoa qualquer”.
Entretanto,
no pavilhão dos alcoólicos do Hospital Santo Tomás, seus amigos colocaram uma
placa simples que diz: “Com gratidão, os
amigos do Dr. Bob e Anne Smith, afetuosamente dedicamos esta placa comemorativa
para as irmãs e pessoal do Hospital Santo Tomás. Em Akron, o local de nascimento
de Alcoólicos Anônimos, o hospital Santo Tomás foi a primeira instituição
religiosa a abrir as portas para a nossa Irmandade. Que a carinhosa dedicação
daqueles que aqui trabalhavam em nossa época pioneira constitua sempre para
todos nós um ilustre e maravilhoso exemplo da graça de Deus”.
http://www.barefootsworld.net/aa-drbobgv011951.html
http://www.barefootsworld.net/amweeklydrbob1951.html
Também
pode ler a partir da página 416 de “A
Linguagem do Coração”, Junaab, código 104.
A
despedida do Dr. Bob
Meus bons amigos em A.A. e de A.A.:
Sinto uma grande vibração ao olhar
o vasto mar de rostos como esse, com a sensação de que possivelmente uma
pequena coisa que fiz há alguns anos, teve papel infinitamente pequeno para
fazer com que fosse possível este encontro.
Também me bem um grande
estremecimento quando penso que todos tivemos o mesmo problema. Todos fizemos
as mesmas coisas. Todos conseguimos os mesmos resultados em proporção ao nosso
zelo, entusiasmo e capacidade de aderir.
Se vocês me perdoam a inclusão de
uma nota pessoal neste momento, permitam-me dizer que tenho estado acamado por
cinco dos últimos sete meses, e minhas forças não retornaram como eu gostaria,
assim por necessidade, minhas observações serão muito breves.
Há duas ou três coisas que
irromperam em minha mente sobre as quais seria apropriado colocar um pouco de
ênfase. Uma é a simplicidade de nosso programa. Não vamos estragar tudo com
complexos freudianos e coisas que são de interesse para a mente científica, mas
tem muito pouco a ver com nosso verdadeiro trabalho de A.A. Nossos Doze Passos,
quando resumidos até o último, podem ser condensados nas palavras ‘amor’ e ‘serviço’. Entendemos o que é o amor, e entendemos o que é o
serviço. Então, vamos manter essas duas coisas em mente.
Vamos, também, lembrar de guardar
esse membro errante que é a língua, e se temos de usá-la, vamos usá-la com
bondade, consideração e tolerância.
E mais uma coisa: Nenhum de nós
estaria aqui hoje se alguém não tivesse tomado seu tempo para explicar as coisas
a nós, para nos dar uma palmadinha nas costas, para nos levar a uma reunião ou
duas, para fazer em nosso benefício numerosas pequenas ações generosas e
atenciosas. Por isso não permitam nunca que cheguemos a um grau de complacência
tal que nos impeça de estarmos dispostos a estender, ou tentar estender a
nossos irmãos menos afortunados, essa ajuda que tem sido tão benéfica para nós.
Muito
obrigado.
Considerações
feitas pelo Dr. Bob na abertura da Primeira Convenção Internacional de
Cleveland, em 28 de julho de 1950, perante mais de três mil pessoas. Foi sua
última aparição pública.
Dr.
Bob nasceu em St. Johnsbury, Vermont, EUA, em oito de agosto de 1879; morreu em
Akron, Ohio, EUA, no dia 16 de novembro de 1950, aos 71 anos de idade, em
decorrência de um câncer no cólon. Repousa ao lado de sua mulher Anne, morta em
01.06.1949 e tida por Bill W. como a “mãe
de A.A.”, no cemitério Mount Peace em Akron.
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