Box 4-5-9, Natal / 1988 (pág 3-4)
=> http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may82.pdf
Titulo original: “Aquellas
Otras Adicciones. El Dilema De Los Grupos De A. A.”
O
afluxo dos drogadictos não alcoólicos às reuniões de A.A. é um assunto que está
crescendo e preocupando os Grupos de A.A. dos EUA e Canadá. Os Grupos também
estão preocupados com o efeito que os alcoólicos com dupla ou múltiplas
dependências podem causar e alterar a essência das reuniões de A.A.
Emma G., de Springfield, Missouri,
escreveu a respeito da “infiltração dos
drogadictos que têm problema de dupla dependência, de narcóticos e álcool,
porém mais inclinados para a adição aos narcóticos. Nas reuniões identificam-se
como ‘dependentes químicos’ e ‘drogadictos’. Percebemos que aquele originalmente
alcoólico, cujo problema maior é o álcool, está-se tornando cada vez menos
visível”.
“Aquele
originalmente alcoólico?”. Sim, parece haver uma impressão bastante
difundida entre os membros de que o problema da dupla dependência é novo em
A.A. Mas no livro “Dr. Bob e os Bons
Veteranos” (Junaab, código 116, R$ 28,70), pode-se ler “Em vez de tomar o drinque matinal, pelo qual ele ansiava, Dr. Bob
mudou para o que descreveu como ‘grandes doses de sedativos’, a fim de acalmar as tremedeiras que o
afligiam terrivelmente. Ele contraiu o que nos anos seguintes seria chamado de
dependência de remédios ou dupla dependência” (pág. 36/2).
Nem
era o álcool o único problema do cofundador Bill W. No artigo da edição de
novembro de 1945 da Grapevine titulado “Essas
bolinhas que enlouquecem”, Bill dizia o seguinte: “A morfina, codeína, hidrato de coral, Luminal, Seconal, Nembutal,
Amital, estes, e outras drogas semelhantes mataram muitos alcoólicos, e uma vez
quase me mato com o hidrato de coral. Nem é única no seu gênero a minha própria
experiência, uma vez que muitos dos antigos AAs pode discorrer com convicção e
fervor sobre o tema das ‘bolinhas que enlouquecem’”.
Aparentemente, as mudanças que estão
ocorrendo fora da nossa Irmandade, fazem com que o problema pareça mais
urgente. Referindo-se a uma instituição de tratamento local, uma recém-chegada
a A.A., Katherine L., da Califórnia, escreveu ao Escritório de Serviços Gerais
– ESG, o seguinte: “Os médicos e
conselheiros deram ênfase ao fato de que todos os adictos, fossem adictos ao
álcool ou a outra substância química, eram semelhantes em suas personalidades e
situação. Somos todos adictos; o que varia é a nossa droga de escolha”. Ela
continuou manifestando sua crença de que a razão do porque se dava tanto ênfase
ao álcool no começo da história da nossa Irmandade foi porque era a droga mais
comumente usada. As outras drogas não eram tão fáceis de conseguir.
Nos anos recentes, chegaram ao ESG
numerosas cartas nos contando a respeito das instituições de tratamento onde o
pessoal trata tanto o alcoólico com dupla dependência como ao drogadictos não
alcoólico como “dependentes químicos”.
Essas instituições podem aconselhar estes dois tipos de pacientes que assistam
às reuniões de A.A.
Alguns Grupos, através do seu Comitê
para Instituições de Tratamento – CIT, trataram de explicar a essas
instituições que não é a intenção de A.A., como Irmandade, ser exclusivista;
más que, afim de ser efetivos com os alcoólicos que procuram ajuda, A.A. evita
as atividades de propósito múltiplo. Deixa claro que os alcoólicos que têm
dupla dependência estão qualificados para ser membros de A.A. e podem receber
ajuda para o seu problema alcoólico nas reuniões de A.A. Também indicam que
existem Irmandades ou associações que prestam ajuda aos que têm problemas com
drogas, por exemplo, como Narcóticos
Anônimos e outras.
Com frequência, são ouvidas queixas
vindas dos Grupos de A.A., que os alcoólicos com dupla adição têm a tendência a
dominar as reuniões de A.A. colocando ênfase no seu problema com a droga.
Alguns membros de A.A., que não têm essa dupla dependência, se ressentem porque
não conseguem se identificar; também sentem que as reuniões se desorganizam e
se dividem. Os membros de A.A. ressentem-se também com os drogadictos não
alcoólicos que também tem a tendência a dominar as reuniões. Estas duas
inquietações refletem-se nas seguintes citações extraídas da correspondência
recebida pelo ESG:
De Minneapolis, Minnesota, G.J.L.
refere-se à “infiltração” de
drogadictos não alcoólicos: “Muitos dos
nossos bons membros vão embora desgostosos porque, dia após dia, está-se
tornando mais difícil encontrar um autêntico grupo de A.A. onde a filosofia não
esteja diluída até o ponto onde ‘nosso problema comum’ tenha virado uma frase do passado”.
Brian S., de Sydney, Austrália: “Podem falar numa reunião aberta de A.A. as
pessoas adictas às drogas e que não tenham problemas com o álcool?”.
De Lindsay, Ontário, Canadá, Ted H.:
“Podem levar a mensagem de A.A. ao
alcoólico que ainda sofre as pessoas que deixam por entendido que usam drogas
além do álcool?”.
Ao ESG chega inúmeras cartas
solicitado um posicionamento, ou “sentença”,
em relação a estes problemas e a muitos outros, esperando que o Escritório dite
uma sentença – até uma carta dirigida ao “Corpo
de Governo”. Certamente a Segunda Tradição se aplica tanto aos “servidores de confiança” do ESG como
aos membros dos Grupos. Quando ao pessoal do ESG é pedido uma “sentença”, frequentemente apenas
indicam onde pode ser encontrada ajuda na literatura de A.A. aprovada pela
Conferência, a qual está baseada na experiência da Irmandade acumulada ao longo
do tempo.
O livro “Doze Passos e Doze Tradições” é citado com frequência e o folheto “As Tradições de A.A. – Como se
desenvolveram”, proporcionam uma introdução de fácil compreensão. “O Grupo de A.A.... Onde tudo começa” é
outra fonte valiosa. Por exemplo, faz a distinção entre uma “reunião” e um “Grupo” e até indica que as “reuniões
especiais” podem satisfazer as necessidades especiais dos membros com dupla
dependência.
No folheto “Outros Problemas Além do Álcool”, Bill W. manifesta sua convicção
de que o drogadictos com história de alcoolismo ativo está qualificado para ser
membro de A.A., mas, também conclui que “não
há nenhum meio possível para fazer não alcoólicos tornarem-se membros de A.A.
Temos que limitar nossa Irmandade aos alcoólicos e também nossos Grupos de A.A.
a um único propósito. Se não nos agarrarmos a estes princípios, certamente fracassaremos.
E se fracassarmos, não poderemos ajudar ninguém”.
“Outros
Problemas Além do Álcool” é a reimpressão de um artigo que foi publicado
pela primeira vez na Grapevine em fevereiro de 1958. Os princípios que Bill recomenda não mudaram, mas o alcance do
problema sem dúvida aumentou, como demonstram as estatísticas dos nossos
membros.
Entre 1977 e 1980, a
porcentagem de AAs que responderam nosso questionário dizendo que tinham dupla
dependência aumentou de 18% para 24%. Entre os que chegaram a A.A. durante esse
período de três anos, 27% identificaram-se como adictos com dupla dependência.
Mais
uma vez, nem o ESG, nem a Junta de Serviços Gerais (no Brasil, a JUNAAB), nem a
Conferência de Serviços Gerais irão ditar “sentenças”.
O ESG agradece todas as cartas que fazem surgir perguntas vitais para a
Irmandade. Mas, as respostas deverão vir da mesma fonte, a experiência dos
Grupos autônomos.
Seu
Grupo encontrou maneiras efetivas para fazer frente a este problema complexo?
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