Box 4-5-9, Out. Nov. /2007 (pág.
1-2) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov07.pdf
Título original: “Llegar joven a A.A. y mantenerse sobrio”.
Desde já faz
várias décadas, um número cada vez maior de adolescentes bebedores problema
está-se recuperando em Alcoólicos Anônimos.
Numa carta a um
companheiro, escrita em 1960, Bill
W. diz: “Para nós, os pioneiros, a chegada de tantos membros jovens em A.A. é
uma das mais profundas satisfações que possamos experimentar. Pensar que muitos
deles vão se livrar desses dez anos extras de sofrimentos infernais pelos que
tantos de nós passamos...”
Devido a que o programa depende da
capacidade de identificação com os demais membros, uma diferença grande de
idade pode ser um obstáculo. Entretanto, há membros em A.A. que alcançaram a
sobriedade quando jovens e tem-se mantido assim.
Bob S., chegou em A.A. faz 34 anos, com a idade de 19, tinha sido um
bebedor que experimentara apagamentos desde os doze anos. “Passei por uma desintoxicação num pavilhão psiquiátrico quando estava
com 16 anos e, dois anos mais tarde disseram-me que quase estava com cirrose”.
Não lembra da
primeira vez que ouviu falar de A.A. “ninguém
me disse nada a respeito de A.A. e não posso lembrar de onde partiu a ideia.
Porém, quando chamei A.A. a primeira vez, estava sentado no meu sofá com um
rifle, e tinha a ideia de me dar um tiro”.
Naquele tempo
Bob morava em Akron, Ohio, e diz que uma das pessoas que salvou sua vida foi um
membro de A.A. de 73 anos.
“Não ouvi nada a respeito de que alguém bebia mais do que
você bebia. Dois homens de A.A. vieram me recolher e levaram-me à minha
primeira reunião. Tinha sangue seco no cabelo e um olho roxo e fechado, e
ninguém me disse que tinha errado o lugar”.
Bob diz que,
quando ele chegou, A.A. era muito mais “direcionado”;
hoje, os adolescentes têm maiores possibilidades de alcançar a sobriedade
porque há mais gente jovem com quem possam se identificar.
“Fui a uma reunião de jovens quando iniciante, e a pessoa mais
jovem tinha dez anos mais que eu. Lá todos tinham quase ou mais de 40 anos”,
diz Bob. Nos dias de hoje é muito mais fácil para os jovens encontrar gente da
sua idade”.
Becky P., que alcançou a sobriedade 17 anos atrás, em Billings,
Montana, quando tinha 14 anos, acredita que segue sendo difícil para um jovem
alcançar a sobriedade. “Não vi nada para
poder dizer que é mais fácil chegar em A.A. aos 14 anos. A pressão dos
companheiros segue sendo a mesma”. Adverte-se ao recém chegado para evitar
“pessoas, lugares, coisas”. No entender de Becky isso pode resultar
impossível para o adolescente cujo mundo social está centrado na escola local. “Os companheiros e colegas sempre cruzam seu
caminho nos corredores, salas, quadras, e não há forma de serem evitados. Eles
não entenderão que você está tratando de alcançar a sobriedade”.
Ela também
percebe que a Irmandade que a impulsionou para o caminho da sobriedade, e
possível que não exista em todos os lugares. Ao falar dos membros de seu
primeiro grupo base, diz: ”Quando não
saiamos a tomar um café, íamos ao boliche ou ao cinema. Eram pessoas de trinta
ou quarenta anos e a mim parecia-me velhos demais. Sentia-me envergonhada se
meus companheiros me vissem com eles; porém, a minha sobriedade tinha que ser
mais importante que a minha vida social”.
Hoje em dia
acredita que é preciso que os recém-chegados também se disponham a estender a
mão para que outros mais antigos possam conduzi-los. Quando ela alcançou a
sobriedade, seu pai era membro de A.A. e sua mãe frequentava Al-Anon. Constatou
que outros jovens de sua mesma idade que estão em busca de sobriedade têm com
frequência o pai ou a mãe em recuperação.
Embora tivesse
apenas 14 anos ao chegar em A.A., disse ter longa experiência em bebedeiras.
Inevitavelmente percebe que há muitos aspectos nas historias dos membros de
maior idade que são muito diferentes dos seus. Ela nunca perdeu um lar ou
destruiu um casamento. Os membros de seu Grupo base lhe sugeriram que se
identificasse com os sentimentos, o qual, ela disse, não supôs nenhum problema.
“Pude me identificar completamente,
totalmente”.
Sal B., que alcançou a sobriedade faz 11 anos, quando tinha 19 anos
de idade, lembra-se de ir às reuniões com sua avó desde a idade de sete anos. “Estava encantada. Íamos aos jogos, às corridas
de cavalos, a restaurantes com membros de A.A.. Eram como uma grande família”.
Porém, não recebia informação principalmente quanto a recuperação. “Ouvia todas aquelas histórias e pensava no
quanto queria ser maior para fazer todas aquelas coisas”. Não teve que
esperar muito. Sal começou a beber aos 14 anos, e na sua curta carreira de
bebedor teve vários episódios de intoxicação alcoólica, foi internado em um
centro de reabilitação e foi preso por porte de drogas. “Aos 16 anos acreditava que poderia ter um problema e tentei várias
maneiras de parar de beber, porém, não sei o porquê, não procurei A.A.
Finalmente, depois de vários meses numa comunidade terapêutica, fui ao lugar
que conheci de criança, A.A., e me conectei”
Sal era o mais
jovem de seu Grupo base, em Nova York, conseguiu um padrinho, começou a
participar e a praticar os Doze Passos.
Na sua visão, “agora A.A. está muito diferente, com mais
gente jovem chegando, e cada vez mais jovens. A Irmandade é mais conhecida,
aparece na televisão, faz parte das novelas da tevê. É mais aceitável e mais
popular, e oferece melhor acolhida aos jovens”.
Quando Nate T. alcançou a sobriedade, faz seis
anos, com a idade de 16, inicialmente “me
sentia mais incômodo que antes porque eu no me encaixava em lugar nenhum”. Chegou
em A.A. pela primeira vez aos 14 anos, porém, “todo mundo tinha pelo menos dez
anos a mais do que eu”, e não ficou. “Continuei
a me meter em problemas incluindo o ser preso por porte de drogas”.
Aos 16 já estava
farto. “Não acreditava que fosse
alcoólico, Porém sabia que tinha que estar com pessoas que estavam sóbrias. Não
podia ficar com meus velhos amigos, os que bebiam e se drogavam, inclusive
aqueles que não bebiam mas que não estavam em recuperação; sabia que mais cedo
ou mais tarde acabaria em uma reunião, uma festa onde houvesse bebidas e,
seguramente, acabaria bebendo”.
Procurou uma
reunião de jovens em Bethseda, Maryland, onde morava, “e na medida em que assistia regularmente, ia-me encontrando cada vez
mais cômodo. Chegar jovem em A.A. não é um obstáculo porque a doença espiritual
é tão real aos 16 anos quanto numa idade mais avançada”.
Sheila S. tinha 16 anos quando alcançou a sobriedade em 1981, e na sua primeira reunião “tinha pessoas que me conheciam de toda a
vida, vizinhos que me conheciam desde que eu era bebê. Senti-me bem-vinda. Foi
um alívio saber que havia uma razão para sentir-me como me sentia e fazer o que
fazia”. Passaram-se dois anos antes de encontrar alguém de sua idade. “o que mais me incomodava era ouvir alguém
dizer ‘eu jogava fora (dar para o
santo), mais do que você bebi’. Meu
fundo de poço sofria de falta de credibilidade apenas pelo fato de ser mais
jovem”.
Porém, foi bem
aceita pelas mulheres do seu Grupo base e isso foi crucial porque, “não podia estar com as pessoas da minha
idade com que tinha bebido”. Ela mora numa cidade universitária da Flórida
e diz que, “hoje em dia A.A. está mais
acessível e mais aceitável pelos jovens. Eles podem chegar e conseguir a ajuda
que precisam e por ser mais numerosos sentem-se mais cômodos. Os problemas
quando se tem 16 anos são muito diferentes daqueles que já têm 30 anos”.
Lizz H. começou a beber com a idade de nove anos e alcançou a
sobriedade cinco anos mais tarde, ou seja, aos 14 anos. Agora sóbria há 12
anos, diz que em seus anos de bebedora, sentia-se com frequência terrivelmente
sozinha. “Não há muitas crianças no
quinto ano do ensino fundamental que colocam vodca na garrafinha de suco que
levam para a escola” disse Lizz, que passou os dois primeiros anos de
sobriedade numa instituição de tratamento para meninas. Seu maior problema
quando assistia às reuniões de A.A. na Califórnia, seu Estado de origem, era
que não a levavam muito a sério como alcoólica. Embora sua história inclui-se
ter bebido muito, internação por alcoolismo e quatro prisões – incluindo duas
por porte de drogas, “passou muito tempo
antes que as pessoas me aceitassem realmente como membro do Grupo. Mantive
minha sobriedade durante dois anos por despeito”.
Inclusive a
relação madrinha-afilhada ficou comprometida devido à diferença de idades. Ao
invés de ser tratada como uma afilhada normal recebia um tratamento maternal.
Atualmente, quando seus conselhos são solicitados quando é preciso falar com
adolescentes recém-chegados sua resposta é que, “todos somos alcoólicos, todos temos a mesma doença e que a mensagem de
A.A. não deve ser adaptada por questões de idade ou demográficas”.
La recuperação é
para aqueles que a desejam e muitos adolescentes não querem saber nada que diga
respeito a A.A.
John P. tem 18 anos e esteve bebendo menos de dois anos. Entretanto,
nesse curto período de tempo, por duas vezes foi encontrado pela policia caído
e desacordado em lugares públicos e levado ao hospital. A primeira vez foi na
estação subterrânea de Times Square, em Nova York, no meio da noite. Também foi
preso duas vezes, uma delas por porte de drogas.
Os pais de John
são membros de A.A. e ele conhece as reuniões desde que era uma criança.
Entretanto, ao considerar o que significaria deixar de beber em A.A., ele diz: “Acredito que se eu fosse para A.A. e me
mantiver sóbrio, terei que deixar de fazer parte do meu círculo social. Indo
para A.A. terei que mudar as coisas que valorizo. Teria que decidir que, ir à
casa de um amigo para passar o tempo e talvez tomar uns tragos, é algo que não
merece a pena. Teria que ver alguma coisa em A.A., alguma coisa que fosse mais
importante”.
Para o bebedor
problema jovem, a Conferência de Serviços Gerais produziu literatura dirigida
aos alcoólicos jovens.
Os Grupos de
A.A. para Jovens começaram a aparecer em 1945
em Los Angeles, Cleveland e Filadélfia e atualmente podem ser encontrados no
país todo (EUA/Canadá). Em 1957, um
grupo de membros jovens de A.A. dos EUA e Canadá iniciou a Conferência
Internacional de Jovens em A.A. (ICYPAA – International Conference Young People
in A.A.) (*) para oferecer uma
oportunidade anual de celebração da sobriedade dos jovens em A.A. Neste mês de
setembro (2007), foi celebrada a 49ª
conferência anual.
(*) Para entender melhor:
O alcoolismo não tem barreiras, idade incluída.
Jovens que sofrem de alcoolismo têm se voltado para os Alcoólicos Anônimos e encontraram
ajuda lá desde os primórdios de AA. Em 1945, um dos primeiros grupos de jovens
em Alcoólicos Anônimos foi formado em Los Angeles para ajudar a levar a
mensagem de recuperação para outros jovens.
O número de jovens que sofrem de alcoolismo, que procuram
A.A. pedindo ajuda, continua a crescer. Na convenção de A.A. em 1960, Bill W. observou que a idade de
novos membros era muito menor em 1960
do que quando ele e Dr. Bob fundaram a Irmandade 25 anos antes. Uma pesquisa
interna feita com membros de A.A. em 2007
relatou que 11,3% dos entrevistados tinham menos de 30 anos de idade e
desses 2,3% tinham menos de 21 anos de idade.
O objetivo dos grupos de jovens é ajudar os
recém-chegados a entender que eles não precisam de anos de experiência no
sofrimento causado pelo uso da bebida e de perdas familiares sociais e
financeiras, para estar prontos para a sobriedade. Eles ajudam a trazer os
recém-chegados para o ciclo da Recuperação, Unidade e Serviço através dos 12
Passos, 12 Tradições e 12 Conceitos para o Serviço Mundial, levando a mensagem
de AA ao alcoólico que ainda sofre.
Grupos de jovens não são uma organização separada
de Alcoólicos Anônimos como um todo. Seus membros estão envolvidos e comprometidos
com o trabalho do Décimo Segundo Passo em hospitais, instituições penais e de
tratamento, Informação Pública, de Serviços Gerais, e todas as outras facetas
de Serviço AA. Os recém-chegados são apresentados a pessoas da sua idade que os
iniciam nos de princípios de AA em suas vidas diárias e os motivam a se
envolver no serviço de A.A. que pode levar a uma sobriedade duradoura e
confortável.
O propósito dos grupos de jovens, é levar a
mensagem de Alcoólicos Anônimos para outros alcoólicos, não importa qual seja
sua idade. www.acypaa.org .
Estes Grupos de Jovens são conhecidos nos EUA e
Canadá, onde se originaram em 1945,
pela sigla YPAA, de Young People in A.A., ou, Jovens
em A.A. e uma de suas principais atividades é a de organizar encontros
em forma de seminários, fóruns e conferências, de âmbito setorial, regional,
nacional e internacional
cujos
programas enfocam o compartilhar de assuntos relativos a tais Reuniões nos
respectivos Grupos. Este movimento, que constitui parte integrante da
Irmandade, ultrapassou as fronteiras de sua origem e atualmente encontram-se
Grupos YPAA espalhados por países, além dos EUA e Canadá, como México,
Austrália, África do Sul, Índia, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Holanda, França,
Inglaterra, Escócia, Irlanda, etc.
No
Brasil, um grupo de pessoas composto por membros e amigos
de A.A. preocupados com o pequeno número de jovens que chegam em nossas salas,
foi buscar subsídios e informações a respeito desse movimento de Jovens para
poder instalar em nosso país esse tipo de reunião. Numa reunião realizada no
dia 15/10/2011 em Petrópolis, RJ, decidiram criar duas reuniões experimentais,
uma na Cidade do Rio de Janeiro e outra em Petrópolis. Prometem resultados.
Leia também o artigo “A Conferência Internacional de Jovens em
A.A” nesta coletânea, ou, “ICYPAA - casi cinco décadas de alcanzar a los jóvenes alcohólicos” no
endereço
=> http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/sp_box459_april-may05.pdf
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