Box 4-5-9, Fev. Mar. / 2005 (pág. 3-4) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_febmar05.pdf
Título original: “El miembro del personal de la OSG - un
trabajo singular”.
O título, membro do pessoal, não é nada especial, e
os membros de A.A. que não estão familiarizados com o Escritório de Serviços
Gerais às vezes cometem o erro de acreditar que o trabalho que eles realizam
também não o é. Na realidade se espera que estes funcionários assumam uma ampla
gama de responsabilidades que se incluem, entre muitas outras, se
corresponderem com reclusos, coordenar a elaboração de livros e folhetos,
informar o público a respeito da Irmandade e organizar uma das maiores
convenções internacionais do mundo todo – a Convenção Internacional de A.A.
Os funcionários do ESG
devem ser versáteis e flexíveis; num ciclo de rotatividade, mudam de
departamento a cada dois anos, e se espera que a transição seja feita sem
problemas tipo, trabalhar com os Solitários e os AAs em instituições de
tratamento, a passar a organizar a Conferência de Serviços Gerais anual, ou de
se ocupar com a informação ao público e passar a coordenar os trabalhos do
pessoal.
Na maioria dos
escritórios, os empregados com este tipo de responsabilidade teriam muito poder
e prestígio; em A.A. não é assim. Bill W. diz no Conceito XI que no começo, o
escritório seguia “o modelo convencional
de uma funcionária com um salário muito elevado com ajudantes com salários
muito inferiores” Isto se converteu num problema quando, de repente, a
funcionária sofreu um colapso e pouco tempo depois aconteceu o mesmo com uma de
suas assistentes. Bill reorganizou o escritório, aumentou o quadro de
funcionários e estabeleceu o princípio da rotatividade. Neste sistema cada
funcionário aprende a fazer todos os trabalhos e iguala a todos nos cargos e
nos salários, evitando assim os costumeiros incentivos de dinheiro e poder.
Bill disse que “fazendo desse jeito não
causou nenhum prejuízo. Todos os AAs tínhamos o que as empresas comerciais não
costumam ter: dedicação e desejo de servir, que substitui os típicos impulsos
egoístas. Ao mesmo tempo também se evitaram muitas politicagens e tentações
competitivas destrutivas”.
É provável que os
membros do pessoal, atuais e antigos, se lhes fosse perguntado, confessariam
que, igual a todos os demais AAs., às vezes sucumbem ao espírito competitivo,
porque ao final das contas o ESG é um escritório e os que nele trabalham são
seres humanos. Porém, esta referencia somente será feita depois de um bom tempo falando de sua gratidão por poderem conhecer
membros de todas as partes do mundo, o privilégio de trabalhar para a Irmandade
que lhes salvou a vida, e tudo que aprenderam depois de sua incorporação no
ESG, e a profundidade que adquiriu seu compromisso com o serviço.
Se
forem perguntados sobre o que mais lhes agrada em seu trabalho, invariavelmente
colocam acima de tudo a amizade e o apoio de seus companheiros. Contar com
outros e ouvir suas experiências é vital porque a função principal é a de
manter as linhas de comunicação abertas entre o ESG, os Custódios e os membros.
Quando Bill W. abriu o primeiro pequeno escritório na Rua Versey, a quantidade
de trabalho diário era muito grande. No livro A.A. atinge a maioridade, Bill
diz que “Bobbie (então a única empregada
membro de A.A. assalariada), durante vários anos teve que tratar sozinha de uma
grande quantidade de problemas dos Grupos que surgiram depois da publicação do
artigo de Jack Alexander no Saturday Evening Post. Escrevendo
centenas de cartas a membros incertos e Grupos instáveis, fez um papel de
crucial importância durante uma época em que parecia muito duvidoso que A.A.
pudesse sobreviver”.
Hoje em dia, o
Escritório de Serviços Gerais é, por suposto, maior e mais complexo da mesma
forma que a Irmandade a quem serve. Nos anos de 1940, havia apenas algumas centenas de Grupos e o trabalho podia
ser realizado por poucas pessoas. Quando Bill W. escreveu os Doze Conceitos em 1962, havia “um empregado assalariado para cada 7.000 membros”. Atualmente (2005), há onze membros do pessoal que
servem a mis de 60.000 Grupos nos EUA e Canadá, e também a membros e Grupos de
ultramar que não dispõem de um escritório de serviço nacional. (O ESG conta com 83 empregados; porém, os
membros do pessoal e outros poucos membros empregados no escritório se ocupam
da maioria da comunicação relacionada com assuntos de A.A.)
Além da comunicação com
a Irmandade, o pessoal também é o responsável por facilitar os trabalhos da
Junta de Serviços Gerais e da Conferência de Serviços Gerais. Cada pessoa se
responsabiliza por um departamento – informação pública, literatura,
correcionais, ultramar, Conferência, Fóruns Regionais, etc., e serve como
secretário dos Comitês correspondentes da Conferência e da Junta de Custódios.
Ademais, os membros do pessoal viajam com frequência, convidados, a eventos de
serviço de A.A. de todas as partes dos EUA e Canadá e outras partes do mundo como
representantes do ESG.
Ainda que os Grupos
contem com as Tradições para sua orientação, nem sempre é fácil interpretá-las.
Uma grande porcentagem das chamadas, cartas e correios eletrônicos encaminhados
ao escritório pedem ajuda para resolver problemas de Grupos locais e muitos
membros acreditam erradamente que o escritório lhes dará uma solução
definitiva. Ao invés disso, os membros do pessoal se valem dos arquivos de
Grupos e da sabedoria de seus colegas, e apenas compartilham a experiência de
outros Grupos que encontraram soluções para as mesmas ou parecidas
dificuldades.
Recomendam aos membros
que consultem as Tradições para encontrar suas próprias soluções e que consigam
que os servidores de confiança de suas Áreas e Distritos participem do processo.
Frequentemente resulta difícil convencer alguns membros de que os problemas
locais somente poderão ser resolvidos adequadamente a nível local. Um membro do
pessoal diz “o trabalho supõe o desafio
de apresentar uma vasta gama de experiências, sejam quais forem nossas opiniões
pessoais. Pode ser difícil deixar de lado sua própria opinião pessoal”.
Outro se expressou assim: “Cada Grupo tem
dentro dele a verdade; a consciência do Grupo é a vontade de Deus para esse
Grupo”.
(Ver nesta coletânea o artigo “Algumas perguntas de Grupos e membros, e respostas
do ESG” para ter ideia do tipo de
perguntas recebidas no escritório).
Talvez devido a que no mundo dos negócios não há um
posto de trabalho semelhante ao do membro do pessoal, parecem existir outras
ideias erradas a esse respeito. De fato, uma ideia desse tipo, a de que os
homens não estariam capacitados para realizar esse trabalho partiu do próprio
Bill W. Homem da sua época, quando escreveu os Conceitos em 1961. Manifestou sua crença de que os
homens não poderiam se sintonizar eficazmente com a Irmandade: “É claro que não”, escreveu. “As mulheres podem fazer este trabalho
melhor simplesmente por serem mulheres”. No final da década de 1970, quando foi contratado o primeiro
homem membro do pessoal, ainda havia vestígios daqueles sentimentos e devido a
isso, os primeiros homens que se integraram ao pessoal, passaram épocas
difíceis. Atualmente, sabemos que qualquer pessoa devidamente capacitada pode
servir nesse posto, sem importar o sexo; o pessoal dos primeiros dias, composto
unicamente por mulheres, se converteu em um harmonioso grupo de sete mulheres e
quatro homens.
Outro conceito errado bem generalizado é o de que
os trabalhos do pessoal são semelhantes aos dos servidores de confiança da
Área. Embora o costume das mudanças de departamento por rotatividade e da
paridade entre iguais seja exclusiva de A.A., em outros aspectos o trabalho é
simplesmente isso, um trabalho. Não se paga aos membros do pessoal por fazer um
trabalho de Décimo Segundo Passo. São empregados do ESG, mas, seu serviço
individual em A.A., realizam-no em seus próprios Grupos base, Áreas e
Distritos. Para a pequena minoria que acredita que a rotatividade também deve
supor uma limitação do tempo que um funcionário pode ficar trabalhando no ESG,
a exposição de Bill W. referente ao XI Conceito pode ser esclarecedora: “...resultou pouco prático fixar o tempo de
emprego. Um membro do pessoal precisa de vários anos para se capacitar. Iremos
dispensá-lo no momento em que alcança seu momento de rendimento ótimo? E se
soubesse que somente poderia trabalhar por um período de tempo pré-determinado,
poderíamos contratá-lo? Provavelmente, não. Estas vaga são difíceis de cobrir
porque requerem uma combinação adequada de ingredientes de personalidade, estabilidade,
experiência profissional e de A.A. Se exigimos um tempo fixo de serviço,
frequentemente seriamos obrigados a contratar membros de A.A. não qualificados.
Isto seria prejudicial e injusto”.
Outras ideias erradas são: “O membro do pessoal é uma pessoa especial”. Qualquer um que tenha
desempenhado o papel no passado ou atualmente, diria que “somos um grupo de pessoas que estamos fazendo um trabalho”. Ou, “os membros do pessoal passam o dia sentados
em seu escritório falando ao telefone” – querendo dizer que o trabalho não
é muito exigente. Uma funcionária que trabalha no ESG já há bastante tempo,
corrigiu esta ideia ao comentar que, quando ela começou a trabalhar no ESG 20
anos atrás, percebeu que os membros trabalhavam das 9:00h às 17:00h e normalmente
iam embora às 17:00h em ponto. Hoje, com frequência trabalham até bem entrada a
noite e às vezes passam horas nas suas salas nos fins de semana.
Em muitos aspectos, a tecnologia tornou possível
fazer mais trabalho em menos tempo, porém, a outra cara da moeda é que com a
preponderância de computadores pessoais, muitos membros se põem em contato com
o ESG através do correio eletrônico e eles recebem o mesmo cuidado e atenção
que as comunicações recebidas por correio, mensageiro ou fax. Em um dia “típico”, um membro do pessoal pode
passar a assistir uma reunião de planejamento da Conferência e se pôr ao dia
com sua correspondência, cartas, chamadas telefônicas, correio eletrônico,
procurar um contato para ajudar um membro que recaiu quando estava viajando e longe
de seu Grupo base, recolher materiais para uma remessa especial, fazer
pesquisas para um Comitê de Custódios, enviar literatura, ajudar na escolha do
conteúdo para um dos boletins, planejar uma viagem a um evento de Área ou Fórum
Regional. Às quartas feiras, a reunião semanal do pessoal oferece uma boa
oportunidade de apresentar situações problemáticas para a apreciação de todo o
pessoal para compartilhar e procurar ajuda e apoio.
Na realidade, a única coisa “típica” em qualquer dia de trabalho no ESG é a certeza de vai
acontecer alguma coisa inesperada: com frequência, uma dessas “coincidências” que acontecem
rotineiramente em Alcoólicos Anônimos. Um membro do pessoal conta a história de
alguém que se confundiu de número ao fazer uma chamada telefônica e a ocasião
se converteu numa oportunidade de transmitir a mensagem. A pessoa que chamava
era uma mulher que trabalhava para uma agência de ajuda internacional.
Procurava informação sobre uma remessa ao Haiti e ao descobrir que estava
falando com Alcoólicos Anônimos, disse que sua agência estava muito preocupada
com o alto índice de alcoolismo. Por coincidência, o membro do pessoal com quem
estava falando fazia bastante tempo que estava procurando uma forma de fazer
chegar a mensagem de A.A. a esse país. Uma hora mais tarde seguia um pacote com
literatura de A.A. a caminho de Haiti.
È um trabalho único. É um trabalho duro, com longas
horas e inúmeros desafios. Mas nunca se sabe quando um milagre lhe espera ao
dobrar a esquina.
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