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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

7.45. Os Doze Conceitos para o Serviço Mundial

Box 4-5-9, Outono 2011 (pág. 1-2) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_fall11.pdf
Título original: “Los Doce Conceptos para el servicio mundial de A.A.”.

Ao dar uma olhada no passado (em 2011), pode ser difícil formar uma ideia clara do quanto incerta era a existência de A.A. 75 anos atrás. Os membros pioneiros viam-se cercados por dificuldades relacionadas com o dinheiro, a propriedade e o prestígio, e foi da maior importância para eles a questão de encontrar a melhor maneira de seguir em frente e levar a mensagem a outros. Devido aos problemas que a Irmandade havia enfrentado na sua infância, Bill W. costumava comparar A.A. com “uma vela piscando” que, a qualquer momento poderia se apagar. Porém, a Irmandade mostrava ser resistente e com a ajuda dos seus muitos amigos e defensores começou a fincar raízes e a crescer.
Começou com os Grupos – no começo uns poucos, logo centenas e depois milhares. Em pouco tempo foi estabelecida a Fundação do Alcoólico (1938) – mais tarde (1954), denominada Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos, para se responsabilizar por todos os assuntos de A.A. Com a morte do Dr. Bob e a consciência de Bill W. sobre sua própria mortalidade, a Conferência de Serviços Gerais tomou forma e assumiu o papel na direção da Irmandade que antes correspondia aos cofundadores e membros pioneiros. Enquanto isso, uma pequena editora e escritório de serviço foram crescendo em tamanho e importância e estava publicando uma revista mensal, o A.A. Grapevine.
Existiam múltiplas dúvidas. Dessas entidades, a quais corresponderia fazer o quê? Qual a relação entre elas? Quais suas responsabilidades? E, seus direitos?
Como Bill W. reconheceu em sua palestra perante a Conferência de Serviços Gerais de 1960: “Assim como era de vital importância para nós codificar os Doze Passos, o aspecto espiritual do nosso programa, e codificar em Doze princípios Tradicionais as forças e ideias que irão fomentar a unidade e trabalharão contra a desunião, agora pode nos resultar também necessário codificar os princípios e relações sobre os que repousam nossos serviços mundiais, desde os Grupos até os Custódios da Junta de Serviços Gerais... um conjunto de princípios e relações explícitos por meio dos quais poderemos nos entender uns aos outros, e conhecer as tarefas que devemos desempenhar e os princípios em que nos baseamos para executá-las”.
Para tanto, Bill W. se encarregou de escrever os Doze Conceitos para o Serviço Mundial, e na Introdução a estes Conceitos, publicados pela primeira vez em 1962 e mais tarde introduzidos no Manual de Serviço de A.A., disse que os Conceitos foram concebidos para demonstrar o ‘porquê’ desta estrutura para que as lições do passado não sejam esquecidas ou perdidas”. Também escreveu, “É natural, e inclusive fundamental, que nossos conceitos de serviço estejam baseados num sistema de ‘equilíbrio de poderes nos diferentes organismos’. Tivemos que nos defrontar com o fato de que, com frequência, tratamos de engrandecer a nossa própria autoridade e prestígio quando estamos de posse das rédeas. Entretanto, quando elas estão nas mãos de outros, aferramo-nos às nossas posições e resistimos a qualquer administração que nos contrarie. Tenho certeza absoluta do que estou dizendo porque eu tenho essas mesmas inclinações.
Por conseguinte, ideias como as que seguem fazem parte dos Conceitos: ’Não devemos colocar nenhum grupo ou indivíduo em condições de autoridade imerecida sobre outros’, ‘Operações diferentes, devem ser agrupadas e administradas separadamente, cada uma com seu próprio pessoal e equipe de trabalho’. ‘Devemos evitar a excessiva concentração de dinheiro ou de influência pessoal em qualquer grupo ou entidade de serviço. Em cada nível de serviço a autoridade deve ser igual à responsabilidade’. Estas e outras postulações similares definem as relações de trabalho e podem ser amigáveis porém eficientes”.
Adotados pela Conferência de Serviços Gerais de 1962, os Conceitos têm sido uma força “entre bastidores” orientadora no desenvolvimento da Irmandade em seus trabalhos encaminhados a alcançar os alcoólicos de todas as partes do mundo. Dado o alcance de A.A. e seus serviços vitais, é importante conhecer e compreender como funciona a estrutura de serviço e como chegou a ser o que atualmente é, e que, da mesma maneira que os Passos e as Tradições, os princípios encarnados nos Doze Conceitos, tais como o “Direito de Decisão”, o “Direito de Participação” e o “Direito de Apelação” foram forjados na experiência de A.A.
De acordo com Martha C., antiga Custódia de Serviços Gerais, “Você e eu sabemos quem tem a autoridade final para os serviços mundiais; qual a relação entre os Custódios e as corporações de serviços; o quê fazemos para atuar equitativamente se alguém está em desacordo com a maioria; qual a relação entre a Conferência e a Junta de Custódios; porquê é importante para nós contar com uma boa direção rotativa; porquê nenhuma ação da Conferência deverá ser punitiva para pessoas nem provocar controvérsia pública...
Os Conceitos contribuem para assegurar a unidade de A.A. e produzem em nós um belíssimo efeito: no liberam, a você e a mim, para que possamos focar nossa atenção em realizar o objetivo primordial da nossa Irmandade. Então, em certo sentido, os Conceitos nos ajudam a levar a sobriedade ao alcoólico que precise de nossa ajuda onde quer que se encontre neste mundo”.
Em um artigo sobre os Conceitos, Sam S., um antigo Delegado do sul da Flórida, comentou sobre a importância perene que eles têm para o bem estar geral de A.A. e que os princípios em que estão baseados são inerentes aos membros de A,A, mesmo tendo, ou não, um conhecimento específico sobre eles. “Eles nos dizem que nunca devamos ser ávidos por dinheiro ou poder, que somos todos iguais, que devemos tomar decisões, se possível, somente quando estamos de acordo, que nossas ações não devem ser prejudiciais, que sempre devemos atuar como servidores de confiança. Estes são os guias para as relações entre a Conferência e a Irmandade como um todo; Porém, servem também como guias para qualquer Grupo de A.A. onde quer que se encontre, por meio dos quais pode trabalhar com eficácia para proteger nossa Irmandade a fim de que os que ainda estão pó vir a encontrem saudável e segura.
 Os Conceitos não deixam apenas traçadas com extrema clareza as linhas de comunicação, mas, também nos oferecem métodos e formas de comunicação que refletem a preocupação, a confiança, o amor, o respeito mútuo e o reconhecimento da dignidade de cada pessoa que caracterizam a Irmandade de A.A. Percebemos que nossos Conceitos são a base espiritual de todos os serviços mundiais de A.A.”.


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