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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

3.5. Na “anarquia benigna” de A.A., a consciência de Grupo esclarecida é a última autoridade.


Box 4-5-9, Fev. Mar. 1989 (pág. 5) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar89.pdf
Título original: En la ‘anarquía benigna’ de A.A. la conciencia de grupo informada es nuestra última autoridade

            Ao cofundador Bill W., comparar A.A. com uma “anarquia benigna”, com razão, A.A. é um movimento espiritual e, como diz claramente a Segunda Tradição, nossa última autoridade “é um Deus amantíssimo que se manifesta em nossa consciência coletiva”.
            Mas, o que é exatamente a consciência de Grupo? No que se diferencia de uma opinião de Grupo ou de uma votação majoritária? E, qual é a melhor maneira de alcançá-la?
            De maneira geral tem-se entendido que a consciência de Grupo busca a unanimidade através do esclarecimento espiritual e o apego aos nossos Passos Tradições e conceitos. Ao tratar assuntos delicados, o Grupo trabalha lentamente – evitando apresentar moções (*) formais até que apareça uma definição clara do ponto de vista coletivo. Antepondo os princípios às personalidades, o Grupo se previne contra as opiniões dominantes. Ouve-se a sua voz quando o Grupo bem informado chega a uma decisão. O resultado dessa decisão está fundamentado em algo mais que uma simples contagem de votos “sim” ou “não” – precisamente porque é a manifestação espiritual da consciência do Grupo.
O falecido Dean K., que serviu um período como delegado  do interior da Califórnia e depois como diretor do Escritório Central de Seattle, disse que há duas maneiras de chegar à consciência de Grupo. “A maneira competitiva permite a quem tem a voz mais alta promover sua ideia, pedir votos e chegar a uma decisão ‘majoritária’. Isto não é a consciência de Grupo esclarecida. A forma cooperativa permite ao Grupo reunir-se com confiança mútua para tomar uma decisão de Grupo que não é a vitória pessoal de um único indivíduo”.
A fórmula de Dean para uma consciência de Grupo cooperativa e esclarecida requer que se apresentem os fatos desde todos os ângulos ao tratar de qualquer questão. Enfaticamente, Dean disse: “Não se abre à discussão geral. Isso permitiria aos membros mais barulhentos dominar o debate. Sugere-se que o coordenador peça a cada membro dar sua opinião durante um tempo de dois minutos. Ninguém deveria ter uma segunda oportunidade de falar até que todos tenham falado; assim, inclusive o membro mais calado terá a mesma oportunidade de se manifestar. O coordenador não dá sua opinião até que todos demais tenham manifestado a sua.
È importante ouvir sempre a voz da minoria; entretanto, é preciso ter em mente o fato de que a voz minoritária, embora às vezes tenha razão, pode frequentemente não tê-la. A não ser que seja muito convincente, deveria ser considerada como o que é – ou seja, uma voz minoritária. Permitir que a minoria sempre influenciasse a maioria é permitir que o rabo mova o cachorro”.
Para além do nível de Grupo, A conferência de Serviços Gerais de A.A. tem a responsabilidade de atuar como a consciência de Grupo coletiva da Irmandade. A Conferência, a entidade de A.A. mais parecida com a voz coletiva, produz opiniões a respeito de assuntos importantes de política que podem afetar A.A. na sua totalidade; aprova a seleção de alguns dos candidatos à Junta de Serviços Gerais e elege outros. Entretanto, nem a Conferência nem a Junta podem dar ordens a nenhum Grupo ou membro de A.A.
Nem sempre bem compreendido como conceito, a consciência de Grupo esclarecida, tal como está expressada na Segunda Tradição, é uma poderosa ideia espiritual que torna possível a indivíduos dos mais diversos temperamentos e procedência, superar a ambição pessoal e unir-se para realizar nosso propósito comum: mantermo-nos sóbrios e estender a mão de A.A. ao alcoólico que ainda sofre.

 (*) N.T.: Moção => Do inglês e do francês motion.  Proposta. Proposta, em uma assembleia, acerca do estudo de uma questão, ou relativa a qualquer incidente que surja nesta assembleia.

Moção em A.A.: Ocorre nas assembleias e nas tomadas de consciência dos Grupos quando um membro apresenta uma proposta (moção), normalmente divergente, como alternativa àquela que está em pauta ou sendo votada. Também pode ser uma proposta complementar. A proposta é aprovada se conseguir a aprovação de dois terços dos presentes, seja através de votação secreta ou de mãos levantadas. 

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