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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

6.5. Buscamos os principiantes onde eles estão?


Box 4-5-9, Fev. Mar 1983 (pág. 1-2) => http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_feb-mar83.pdf
Título original: ¿Encontramos a Los Principiantes ‘Dónde Ellos Están’?”.

            As necessidades que tem o alcoólico recém recuperado que vem de um presidio, de um hospital ou de uma instituição de tratamento, são as mesmas que tem um principiante “comum” ? Se é assim, de que maneira?
            No Fórum Regional do Oeste do Canadá, em Winnipeg, Manitoba, Phil C., Delegado de Manitoba, falando desta questão fundamental, disse: “Acredito que necessitam a mesma paciência, amor, compreensão, exemplo e informação que qualquer outro participante”. Entretanto, fez notar: “É possível que alguns tenham passado tanto tempo numa instituição que agora não possam pensar por si mesmos e devemos ajuda-los a ‘dar os primeiros passos’ da mesma maneira que faríamos com uma criança.
            Na maioria dos casos, o alcoólico recém-saído de uma instituição toma remédios – Antabuse (*) ou outro medicamento, e possivelmente esteja em um programa de terapia para doentes não internos. É possível que a paciência e a compreensão do padrinho sejam postas a prova até o limite. Ouvi alguns veteranos teimosos dizer ‘não falarei com você enquanto estiver tomando Antabuse’. Ou tratam de agir como psiquiatra, psicólogo ou feiticeiro; ou os três”.
            Em consequência disso, disse Phil, os principiantes continuam duvidando entre seguir os conselheiros, com quem estabeleceram uma linha de comunicação e que lhes haviam recomendado A.A., e os AAs que lhes dizem: “Esqueça tudo que lhe disseram; nós temos a resposta correta”.
A sugestão de Phil: “Devemos mostrar tolerância, cooperar com os conselheiros e não trabalhar em sentido contrário. Mais tarde, quando os principiantes tenham começado a assimilar o programa de A.A., haverá tempo de sobra para sugerir discretamente que A.A. pode oferecer-lhes soluções para outros problemas, não apenas os do seu alcoolismo, mas também os problemas normais da vida cotidiana e para sugerir que é possível que aqueles problemas desapareçam na medida em que progride a sobriedade e eles aplicam os princípios de A.A.”.
Webb J., Delegado da Columbia Britânica, Yukon, destacou também a necessidade de tolerância e de apadrinhamento sensível. “Fiz parte do Comitê da Conferencia de Centros de Tratamento durante os dois últimos anos, e percebi quantos alcoólicos que não bebem são enviados a nós com um programa abreviado. É imperioso que nossos Grupos recebam estas pessoas com um pouco de tolerância, enquanto lhes mostramos, através do nosso exemplo, que cinco Passos em 28 dias não é tudo”. Recomendou que fossem fornecidas às instituições e centros listas de padrinhos dispostos a servir para ajudar os principiantes a encontrar Grupos-base; e que os Comitês locais organizem reuniões de A.A. nas instituições quando seja possível.
Ken T., Delegado de Alberta, falou de levar a mensagem aos alcoólicos presos; observou que há mais de 1.100 Grupos de A.A. nos EUA/Canadá (em 1983).
Disse ao auditório que a maioria das vezes, os AAs são bem vindos nas instituições correcionais. Mas advertiu que “estas instituições tem que zelar pela segurança, e temos que respeitar isto se formos trabalhar numa instituição - e não ir pode implicar em que alguém não receba a mensagem. Então, fiquei sabendo que sempre irá haver coisas que a direção faz com as quais não concordo; isso não é assunto meu. Estou ali unicamente para levar a mensagem ao alcoólico sob custódia”.
Enquanto aos problemas particulares dos presídios para mulheres, Ken observou que alguns membros “tratam de identificar-se usando palavras pitorescas ou o jargão da rua. Não temos que nos transformar em outros. As mulheres querem conhecer nossa experiência – como fizemos a viagem de volta e como elas podem fazê-lo também. Iram-nos amar por quem somos, não pelo que fizemos ne porque já cumprimos uma pena na prisão”.
Um aspecto fundamental do trabalho nos presídios, disse Ken, é entrar em contato com os presos a primeira noite que saem da prisão e leva-los a uma reunião. Indicou outros meios pelos quais membros de A.A. podem ajudar os apenados: podem recolher exemplares da Grapevine (Vivência, no Brasil), para distribuição nos Grupos institucionais; formar parte dos comitês institucionais; escrever aos presos, através do Serviço de Correspondência com Instituições do ESG; escrever artigos para a Vivência ou boletins locais a respeito do trabalho de A.A. em centros de custódia.

(*) N.T.: Antabuse => (anti-abuso em inglês). Nome comercial de uma droga a base de enxofre (em latim súlfur) cujo princípio ativo é o dissulfiran e é usada como inibidora do uso de bebidas alcoólicas (no Brasil também é conhecida como “Tira-álcool”). A droga, em forma de pó, pode ser adicionada à comida ou a líquidos não alcoólicos e provoca o acúmulo de acetaldeído, um produto extremamente tóxico.

Seus efeitos, se ingerido álcool, são extrema vasodilatação e consequente queda de pressão arterial, taquicardia e cefaleia, além de um gosto horrível de enxofre (sulfiran-like). O paciente rejeita o álcool por associação aos efeitos relatados. 

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