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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

1.10. A origem dos Arquivos Históricos


Box 4-5-9, Out. Nov. 2005 (pag. 3 a 5) =>http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov05.pdf
Título original: Los Archivos Históricos de A.A. cumplen 30 años
             
Se aos visitantes do Escritório de Serviços Gerais lhes fosse perguntado o que gostariam de ver em primeiro lugar, a grande maioria diria os Arquivos Históricos. Os AAs estão cada vez mais fascinados com a história da Irmandade. Assim como percebemos a importância de manter fresca a lembrança da nossa vida pessoal, também percebemos a necessidade de conhecer e compreender o nosso passado coletivo para poder assegurar nosso futuro.
           
Em novembro (2009) será celebrado o 30º aniversário dos Arquivos de A.A. Os Arquivos Históricos, que estão abrigados no Escritório de Serviços Gerais – ESG, num espaço muito maior e mais impressionante que os três pequenos cômodos onde se instalaram originalmente em 1975; são o depósito principal de milhares de documentos, histórias orais, fotografias e outros artigos que contam a história do nosso passado.
            Na entrada, os visitantes se deparam com uma galeria recheada com dúzias de fotografias de pessoas e lugares importantes da história de A.A. Têm a oportunidade de ver tesouros tais como a carta que o famoso psiquiatra, o Dr. Carl Jung, escreveu a Bill em 1961, exemplares de todas as impressões das quatro edições do Livro Grande (nosso Livro Azul), o Premio Lasker, outorgado a A.A. em 1951, e o sofá original do escritório de Bill. Uma das coisas favoritas dos visitantes são os livros de recortes de artigos da imprensa a respeito da Irmandade publicados na época dos seus primórdios a partir de 1939. A primeira arquivista do ESG, Nell Wing – não alcoólica, os descreveu como sendo tesouros de “valor inestimável, não apenas porque nos oferecem uma visão panorâmica dos acontecimentos de A.A., mas também porque nos revelam como o público em geral e os repórteres viam o alcoolismo e a Irmandade e o que diziam a respeito ao longo dos anos”.
            De vez em quando, os visitantes se mostram obviamente comovidos e inclusive choram de emoção ao descobrir aspectos de suas histórias pessoais. Agora que a Irmandade tem 70 anos de existência (2005), há membros de segunda e terceira geração e não é estranho que alguns encontrem alguma referencia aos seus pais e até aos seus avós que receberam ajuda dos membros fundadores. Pessoas de outros países encontram coisas que ativam lembranças comovedoras dos primeiros dias de A.A. nos seus países, como por exemplo, a chaleira utilizada nas primeiras reuniões ou um prato feito a mão enviado por um membro polonês quando A.A. estava na sua infância na Polônia.
Mas estes artigos, embora tenham grande significado, constituem apenas um capítulo da história dos Arquivos. Judit Olah, arquivista não alcoólica, diz que durante os últimos anos colocou-se uma forte ênfase em fazer com que os AAs não considerem os Arquivos apenas com um armazém de coisas colecionáveis, mas como um depósito de coisas de grande importância histórica. Ela e o seu pessoal ajudante junto com o Comitê de Arquivos Históricos dos Custódios, estão-se concentrando em disponibilizar da maneira mais fácil possível a vasta coleção para os membros da Irmandade e dos pesquisadores científicos interessados em A.A. Fizeram um trabalho de preservação de áudio, digitalizando materiais de áudio das décadas dos anos de 1950 e 1940; Conferências de Serviços Gerais anteriores, palestras de alguns dos nossos primeiros Custódios, etc. Também está sendo melhorada a organização de cartas e folhetos criando bases de dados para que cada vez estejam mais disponíveis. No decorrer dos cinco últimos anos foi implementado um sistema computadorizado de escaneamento.
            Com a mesma finalidade, e de acordo com o recomendado pela Conferência, foi mudada a perspectiva editorial do boletim Markings; de um intercâmbio entre os arquivistas locais e de Área, passou a ser uma reflexão sobre temas que servem para aprofundar nossa familiaridade com as raízes da Irmandade. O novo enfoque foi iniciado com um número dedicado às filosofias e os movimentos precursores de A.A.; e foram publicados outros dois números: um a respeito da relação de A.A., no seu começo, com o mundo dos negócios e outro a respeito dos membros do clero e da medicina que tiveram influencia nas primeiras etapas do desenvolvimento de A.A. Ademais, os Arquivos estão disponibilizando gradualmente para a Irmandade vários recursos de áudio dos primeiros tempos: alguns CD´s com breves anedotas narradas por Bill W. e palestras de alguns dos primeiros Custódios, foram apresentados na Conferencia e em vários Fóruns Regionais em 2004.
Fez-se cada vez mais necessária a utilização de tecnologias mais sofisticadas na medida em que os pedidos de informação por parte da Irmandade foram-se incrementando a passos gigantescos. Devido à generalização do uso do correio eletrônico por parte dos membros, por exemplo, e o esforço do Escritório para ajudar os AAs a encontrar a informação que procuram o pessoal sempre está muito atarefado. Junto com Judit, o pessoal é composto pelas seguintes muito trabalhadoras pessoas não alcoólicas: Michelle Mirza, arquivista ajudante, Noella Jordan e Maureen Carthers, pesquisadoras assistentes e dois ajudantes temporários. Judit informa que recebe 100 correios eletrônicos a cada semana, e o restante do pessoal responde aos pedidos que chegam, a maioria dos quais supõe que se realizem pesquisas antes de poder dar uma resposta.
Uma das responsabilidades do pessoal dos Arquivos Históricos é a de cuidar e preservar os arquivos dos primeiros Grupos, as histórias das Áreas, manuscritos originais, livros, folhetos e jornais. O papel das velhas cartas, por exemplo, pode ser muito frágil devido ao alto conteúdo de ácido. Primeiro é necessário retirar o ácido destes documentos, depois são colocadas em pastas livres de ácido; algumas são cobertas com Mylar para mais proteção (N.T.: Mylar é a marca registrada de uma forte película de poliéster que tem resistência térmica e propriedades de isolamento. O Mylar é utilizado em fitas magnéticas, dielétricos do capacitor, empacotamentos, blueprints e em baterias magnéticas). Por motivos de segurança, muitos documentos estão armazenados fora desse lugar, e os Arquivos ampliaram sua capacidade de armazenamento fazendo uso do espaço do porão do prédio onde o Escritório de Serviços Gerais – ESG tem os escritórios, e em outros espaços em Nova Jersey e nas Catskills (N.T.: serie de montanhas localizadas a 100 km ao norte-noroeste da cidade de Nova York). Estes documentos podem ser disponibilizados aos pesquisadores conforme se fizer necessário.
A abundância e a variedade dos recursos são extraordinárias e ainda mais se levarmos em consideração seu começo precário. Nell Wing, a secretária de Bill durante muitos anos, frequentemente contava a história de seus esforços para assegurar que fossem guardados e preservados os documentos de grande importância histórica. Seu trabalho, não oficial, como arquivista começou já em 1955, quando Bill estava considerando a possibilidade de escrever uma historia de A.A. Ele, Nell e Ed. B., um escritor contratado para ajudar a realizar o projeto, reuniam-se nos fins de semana em Stepping Stones (a casa de Bill e Lois em Westchester, Nova York) para os trabalhos preliminares de investigação e redação. Numa entrevista com vários membros do pessoal da Grapevine, Nell disse: “A Ed não lhe parecia necessário guardar todo esse material. Na medida em que ele ia revisando os folhetos e as cartas, a maioria deles era jogada no lixo; e eu lhe dizia: ‘Ed, não podemos jogar tudo isso no lixo. Eu sabia por experiência que cada carta continha pelo menos cinco boas ideias. Mas, Ed acreditava que grande parte daquele material já não tinha importância alguma. Assim, deixei de discutir com ele. Mas quando Ed ia embora depois da sessão, eu apanhava o material jogado no lixo e voltava a coloca-lo no seu lugar. Se não tivesse feito assim, posso lhes assegurar que se teriam perdido muitos materiais. E também de interesse que, nos fins da década de 1980, por não dispor de muito espaço, um dos gerentes do escritório decidiu jogar fora tudo que tínhamos acumulado nos últimos dois anos. Protestei com veemência. Disse a ele: ‘Traga-os para mim e eu verei o que pode ser feito’. Senão, quem sabe? Mas, as pessoas do nosso país não aprecia a importância dos arquivos históricos. Somos pessoas do agora; não pensamos no futuro. Isso é o que Bill tinha de extraordinário, o reconhecer com tanta clareza a importância do passado”.
De acordo com Nell, “Bill percebeu a necessidade de preservar os documentos de A.A. desse quase o começo da Irmandade. No começo dos anos de 1950, Bill viajou a Akron, Cleveland e Chicago com um gravador para entrevistar os membros pioneiros e os amigos não alcoólicos”. O objetivo imediato era recolher uma seleção de histórias para uma proposta segunda edição do Livro Grande, mas a vantagem em longo prazo foi criar uma base para uma biblioteca histórica no ESG. Numa carta escrita em 1954 com a finalidade de pedir histórias orais, Bill disse: “Peço-lhes que façam uma gravação das suas experiências e lembranças dos primeiros dias... Podem fazer um bom começo contando sua historia pessoal... Espero que entrem em detalhes a respeito das dificuldades desses dias assim como do estado de humor, e relatem tantas anedotas quanto lhes seja possível. Não é difícil preparar uma lista de dados. O difícil é captar o ambiente onde tudo acontecia, e os materiais anedóticos irão fazer com que essas experiências ganhem vida”.
Bill sempre teve uma compreensão profunda da história e acreditava que os Arquivos de A.A. eram necessários “... para assegurar que a informação seja correta e que o mito não prevaleça sobre os fatos no que se refere à história da Irmandade”. Infelizmente, como contou Lois, a mulher de Bill, na cerimónia de abertura dos Arquivos, grande parte da correspondência e outros documentos dos primeiros anos não foram guardados “porque estávamos muito ocupados tratando de levar ajuda aos alcoólicos e as suas famílias”. Bill sempre percebeu a importância teórica dos Arquivos, disse Lois, “mas não era muito bom na hora de coloca-lo em prática”. E Tom S., antigo Custódio, lembra-se de ter ido visitar Bill no escritório num dia em que ele estava procurando alguma coisa em seus arquivos e não conseguindo disse “sou um desastre”.
Tais experiências motivaram a Tom S. e ao seu companheiro Custódio George G., a recomendar enfaticamente que fossem estabelecidos os Arquivos Históricos. No começo da década de 1970, um incêndio no edifício onde então se encontrava o ESG, serviu para chamar a atenção dos Custódios de forma dramática, sobre os perigos de perder documentos e artigos de vital importância histórica. Foi formado o Comitê de Arquivos Históricos dos Custódios em 1973, e no outono de 1975, foi celebrada a abertura oficial dos Arquivos localizados em três salas do oitavo andar da 468 Park Avenue South de Nova York, onde se encontrava o Escritório de Serviços Gerais – ESG. George G., coordenador do Comitê de Arquivos Históricos, presidiu a cerimonia, e Lois, Tom S., e o então presidente da Junta de Serviços Gerais, o Dr. John L. Norris pronunciaram algumas palavras.
Uma das primeiras responsabilidades do Comitê dos Custódios foi a de aumentar a coleção de experiências gravada dos membros pioneiros. Ao mesmo tempo, Nell Wing ia recolhendo histórias dos Grupos, escrevendo aos Grupos perguntando-lhes como tinham começado e quem foram seus fundadores (*) “como cresceram, quais pessoas ajudaram, datas, anedotas a respeito das pessoas e eventos, cooperação com a comunidade, problemas dos Grupos – qualquer coisa que pudessem ter guardada na memória”. As histórias dos Grupos também são um importante recurso para os muitos arquivos locais e de Área que surgiram por toda a Irmandade nas últimas décadas. A grande maioria das Áreas tem agora seus próprios Comitês de Arquivos Históricos e muitos publicaram a história das suas Áreas.
Os princípios espirituais de acordo com os quais vivemos, foram evoluindo ao longo de anos de provação. Nossos fundadores cometeram todos os erros possíveis e milagrosamente aprenderam com eles para criar um conjunto de tradições que nos podem ajudar a superar qualquer tipo de dificuldade na atualidade. Os Arquivos Históricos desempenham um papel vital nas nossas vidas, preservando as lições do passado e colocando-as à nossa disposição, lembrando-nos não apenas o que aconteceu, mas também porque aconteceu.
Num artigo no número de maio de 1995 do Box 4-5-9, Frank M., arquivista anterior, comentou sobre o papel da história na vida de A.A.: “Não é uma questão de venerar cegamente o passado, mas de apreciar a importância que o passado tem no presente. Na atividade de colecionar as lembranças de A.A. percebe-se um forte elemento de competição. Vivemos numa sociedade materialista, e as coisas ‘colecionáveis’ – seja figurinha de jogadores de beisebol ou folhetos de A.A., chegaram a ser muito cobiçadas. Temo que tenhamos começado a idolatrar as coisas e perder de vista o conteúdo. Os Arquivos Históricos têm outro propósito – o de esclarecer a importância que o passado tem para as nossas vidas e de aprofundar nossa gratidão por aquilo que nos foi dado. Não tem a ver com as coisas, mas, sim com a gratidão”.

 (*)PARA SABER MAIS:
Material de Serviço do Escritório de Serviços Gerais (EUA/Canadá)
COMO PESQUISAR A HISTÓRIA DOS GRUPOS DE A.A.
Reproduzido com autorização: www.aa.org/assets/es_ES/smf-169_sp.pdf
Título original: “Cómo investigar la historia de los grupos A.A.”
        
O departamento de Arquivos do Escritório de Serviços Gerais recebe com frequência perguntas a respeito de como os Grupos de A.A. podem escrever a história de seu Grupo. Abaixo, seguem algumas das perguntas mais habituais que o Departamento de Arquivos utiliza ao escrever a história de um Grupo. É sugerido que os Grupos tentem responder estas perguntas e, se necessário, se ponham em contato tanto com os Arquivos do Escritório de Serviços Gerais como com seus Arquivos locais para obter informação. Se os Grupos estão desenvolvendo uma história oral, os Arquivos do ESG disponibilizam um Kit de História Oral que pode ser utilizado como guia. A experiência demonstrou que muitos Grupos acham ser esta ferramenta de grande utilidade. O Kit de História Oral está disponível dos Arquivos no sítio web do ESG de A.A. em www.aa.org.

  • Quem ou quais foram os fundadores do Grupo?
  • Onde e quando foi realizada a primeira reunião? Na ordem cronológica, enumere onde foram realizadas as últimas reuniões. Inclua cidade, Estado, prédio, residência, igreja, clube, etc.
  • O Grupo já estava inscrito no ESG quando os membros se reuniram pela primeira vez?
  • Qual é o nome do Grupo? O nome do Grupo foi modificado ao longo dos anos?
  • O fato que deu origem às reuniões: ... foi o desmembramento de um Grupo de origem; uma divisão causada por desavenças ou simplesmente a decisão de alguns membros de A.A. de começar um Grupo na sua localidade, etc.
  • O que fizeram os membros fundadores para informar à comunidade que se estava formando uma nova reunião de A.A.?
  • Quantos membros assistiram à primeira reunião do Grupo?
  • Descreva a composição dos membros, por exemplo, somente homens, mulheres, jovens, etc.
  • Como o Grupo foi crescendo ao longo dos anos?
  • São feitos frequentemente inventários do Grupo, e têm sido úteis?
  • Quem ou quais foram os primeiros servidores do Grupo? Indique, por exemplo, RSG, Contato do Grupo, Coordenador/a, Secretário/a do Grupo, etc.
  • O Grupo criou um Comitê de Serviço?
  • Algum membro do Grupo já teve participação no Distrito, na Área ou outro serviço da Irmandade?
  • Qual é a frequência das reuniões e como foi modificada ao longo dos anos?
  • Que tipo de reuniões o Grupo celebra: fechadas, abertas, de debate, etc.
  • Descreva os conflitos e controvérsias que foram surgindo durante o crescimento do Grupo.
  • Como o Grupo celebra os aniversários de sobriedade de seus membros?
  • Como o Grupo celebra o aniversário da sua própria fundação?
  • Descreva como o Grupo colabora com as entidades profissionais (assinando fichas ou cartões emitidos por Tribunais, apoiando reuniões de caráter institucional, colaborando com os plantões telefônicos nos Escritórios de Serviços Locais, etc.)
  • O Grupo tem participado de eventos de A.A. especiais, locais ou regionais, tais como Convenções, Conferências, Ciclos de Estudo, Seminários, Fóruns, Oficinas, etc.? 

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