Nova
York, Nova York, 04 de março de 1891
Mount Kisco, Nova York, 05 de outubro de 1988
Box
4-5-9, Natal / 1988 (pág. 1 a 4)
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday88.pdf
Título original: “In Memoriam: Lois W. 1891-1988”.
Lois
Burnham Wilson – querida
Lois W. para milhões de membros de A.A. e Al-Anon, e viúva do cofundador de
A.A. Bill W., morreu tranquilamente no dia cinco de outubro de 1988, com
a idade de 97 anos.
Um mês antes, com aspecto um tanto delicado, mas com expressão muito
viva, sentada numa cadeira no salão da casa que havia compartilhado com Bill,
disse a uma visita, “Sabe, vou chegar aos
100”. Mas não conseguiu. Duas semanas depois de dizê-lo, ingressou no
hospital de Northern
Westchester. Padecendo de pneumonia nos últimos dias e não podendo falar,
continuou se comunicando através de bilhetinhos escritos.
Cinco dias antes da sua morte, John B., diretor geral do Escritório de
Serviços Gerais de A.A. – ESG, foi visita-la no hospital. Expressou-lhe sua
gratidão pessoal e a da Irmandade inteira, porque, como disse John, “os AAs devem suas vidas a você”. Um
ligeiro sorriso passou pelo rosto de Lois e num papel escreveu “Não a mim, mas a Deus”. John replicou “Mas foi sua servidora”. E Lois
escreveu: “Você também é”.
Ao
receber a noticia da morte de Lois, John disse: “Ela foi a última dos quatro: o Dr. Bob e Anne, Bill e Lois. Sua morte
marca o fim de uma era para Alcoólicos Anônimos”.
Michael
Alexander, não alcoólico, presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos
Anônimos, manifestou-se de maneira parecida na carta em que informou à
Irmandade a morte de Lois: “Nos primeiros
dias, o futuro inteiro da nossa Irmandade e o de incontáveis alcoólicos pendiam
do fio da resolução e capacidade de Bill W. e do Dr. Bob para perseverar nos seus
esforços de fincar Alcoólicos Anônimos em terreno firme. Uma multidão de
pessoas considera Lois Wilson como a pessoa sem cuja ajuda seu marido não teria
podido persistir neste trabalho crucial. Bill costumava classifica-la como ‘uma
sócia na participação plena’ nas penas e
prazeres daqueles tempos. De fato, muitos AAs acreditam que devem suas vidas a
Lois, a Bill, ao Dr. Bob e a Anne”.
A tarde do sábado seguinte ao falecimento de
Lois, umas cinquenta pessoas, parentes e amigos, reuniram-se para um serviço
informal, ao estilo Quaker (1), no
salão de Stepping Stones na frente do fogo crepitante que brilhava na chaminé.
Nessa ocasião, Michael Alexander, falou dos muitíssimos talentos e facetas de
Lois: foi não apenas a líder e a organizadora de Al-Anon, mas também escritora,
poetisa, artista, musicista e oradora muito solicitada e muito afetiva, amante
da natureza, dona de casa, anfitriã incansável e esposa devotada de Bill. “Era uma grande e extraordinária dama e
sentiremos muito sua falta”.
Nessa
tarde, outras pessoas compartilharam as lembranças comovedoras, agridoces e
divertidas que realçaram o indômito que era seu espirito até o fim da vida, sua
mente aguçada, seu senso de humor, seu ímpeto exuberante. Ralph B., contratado
pela antiga Fundação do Alcoólico (atual Junta de Serviços Gerais de A.A.) para
escrever alguns dos primeiros folhetos de A.A. e visitante assíduo de Stepping
Stones desde os primeiros tempos, disse quer ela era “a força que mantinha as coisas em marcha enquanto Bill ficava
pensando, escrevendo ou visualizando. De vez em quando eu contestava Bill, mas
nem sequer pensaria em discutir com Lois”.
Ron
S. narrou a respeito de ter acompanhado Lois a um Rodeio de Motos na
Califórnia, onde ela iria aparecer como oradora, havia apenas três anos.
Enquanto empurrava a cadeira de rodas através do estacionamento do hotel, ela
viu uma motocicleta grande e reluzente e lhe pediu para aproximá-la à moto para
poder admirá-la. Então pediu que a fotografasse ao lado da moto. No dia
seguinte, ao ser apresentada aos participantes do evento, foi nomeada membro
honorária do Grupo de motociclistas em A.A., enquanto o auditório assobiava e
aplaudia. “Encantou lhe”, disse Ron.
Steve S., motorista de taxi em Bedford Hills, conseguiu que os presentes
percebessem o essencial, contando em poucas palavras como Bill e Lois tocaram
pela primeira vez sua vida quando ele era um bêbado, e como o ajudaram a
transformar sua vida, oferecendo-lhe uma carinhosa amizade durante mais de 20
anos de sobriedade.
Lois
nunca se deteve. Até as últimas semanas da sua vida, continuou aceitando
convites para falar e planejando viagens. Participou dos jantares de abertura
da Conferência de Serviços Gerais de A.A. e de Al-Anon, recebeu visitas e
Stepping Stones e frequentemente ia almoçar com seus amigos. Fez um resumo da
sua própria vida, naquilo que se relacionava com Bill e com A.A. nas seguintes
palavras (extraídas do Prólogo de Lois
Remembers – Lois se lembra):
“A recuperação de Bill foi
conseguida apesar de mim. Embora tivesse trabalhado para ele alcança-la,
durante toda nossa vida de casados não o tinha feito de forma apropriada. O
amor que sentia, por muito verdadeiro que fosse, era também possesivo; e tão
grande era meu ego que acreditava que o poderia transformar... Bill era minha
vida... Durante os primeiros 17 anos da minha recuperação e da de Bill, não
existia nenhuma irmandade para as famílias dos alcoólicos... Portanto, A.A. foi
meu primeiro amor. Embora não seja alcoólica, ainda nestes dias sinto-me tão
membro de A.A. como de Al-Anon, pelo menos em espirito”.
Lois Burnham nasceu no dia quatro de março de 1891, no Brooklin, Nova York a mais
velha de seis irmãos. “Minha infância foi
muito feliz”, escreveu.
Também
tinha lembranças felizes dos verões que ia passar com seus avos na cabana de
seus pais ao lado de um lago. Alegremente andava descalça, passeava na sua
bicicleta, subia em arvores como um rapazinho mais. Com outras crianças nadava
no lago, ou fazia passeios numa canoa, e mais tarde na medida em que ia
crescendo, viajava a Manchester para jogar tênis, golfe ou dançar.
Ali
conheceu Bill que era amigo do seu irmão Rogers. Bill e sua irmã moravam em
Dorset com seus avos, porque seus pais estavam divorciados. No começo, Bill não
lhe impressionou muito, já que era quatro anos mais novo que ela e nativo de
Vermont, enquanto ela era uma veranista sofisticada. Entretanto, enquanto os
dois passavam juntos muitas horas agradáveis, fazendo excursões, passeando de
barco, fazendo piqueniques e acima de tudo, falando, seu interesse foi crescendo
até que esqueceram as diferenças.
O
casal mantinha seu amor através do correio – ela diariamente, ele mais
esporadicamente. Bill foi entrando e saindo da Universidade de Norwich, e
quando os EUA, declararam a guerra em 1917,
sua classe alistou-se no Exercito Reserva e Bill foi enviado a escola de
Treinamento para oficiais. Foi nomeado subtenente em agosto e estacionado em
New Bedford, Massachussets. Durante esse período de dois anos e meio,
visitavam-se com tanta frequência como lhes era possível no Brooklin e nos
diversos postos onde Bill era destinado.
Pronto
correu o boato de que o regimento de Bill iria embarcar para o estrangeiro, e o
dia 24 de janeiro de 1918, Bill e
Lois se casaram. Os recém casados foram morar em New Bedford, e quatro meses
depois mudaram para Newport, Rode Island. Durante a maior parte do noivado,
Bill não bebeu uma única gota de álcool, uma vez que a maneira de beber de seu
pai tinha contribuído muito para o divórcio dos seus pais. Mas agora,
ocasionalmente bebia nas festas, e quando o fazia, ficava bêbado. Isso não
preocupava a Lois porque ela acreditava que podia “consertá-lo”.
Durante
a guerra, Lois trabalhou no Hospital Walter Reed, de Washington, D.C. Quando
Bill voltou depois do Armistício, foram morar no Brooklin. Não tendo nenhum
preparo para trabalhar na vida civil, Bill teve dificuldades para se orientar. “Para poder refletir bem sobre a situação”,
disse Lois, “fizemos uma longa excursão a
pé através do Maine, New Hampshire e Vermont”, dando inicio, assim, ao que
seria um costume em toda sua vida. Bill estudou na Faculdade de Leis do
Brooklin durante quatro anos enquanto Lois trabalhava como terapeuta
vocacional.
Durante
este período e nos anos seguintes, a maneira de beber de Bill piorava. Embora
sempre sonhassem com ter filhos, Lois experimentou três gravidezes ectópicas (N.T.: gestação que ocorre fora da cavidade uterina) seguidas de
intervenções cirúrgicas. Durante a última Bill estava bêbado demais par
visita-la no hospital. Ao saber que não poderiam ter filhos fizeram um pedido
de adoção numa agencia oficial que não teve efeito porque, aparentemente, uma
das referencias informava que Bill bebia excessivamente.
Em
1925 houve um intervalo feliz,
quando os dois abandonaram seus empregos e compram uma motocicleta com sidecar
e foram trotar-mundo durante um ano.
Em
1929, “angustiada pela maneira de beber sem trégua de Bill”, Lois
desafogou seu coração num documento desgarrador, mas de uma perspicácia
extraordinária. Dizia em parte:
“O que alguém deve pensar depois de
tantos fracassos?... Se perdesse meu amor e minha fé, o que aconteceria então?
Apenas enxergo o vazio, as rijas, o sarcasmo, o egoísmo... Amo meu marido mais
do que possa expressar com palavras, e sei que ele também me ama. É um homem
esplêndido, excelente... todos o amam... um líder nato... tão generoso que
daria seu último centavo... tem um magnífico senso de humor e um vocabulário
extraordinário... um orador convincente... uma memória fora do comum... Os
detalhes o aborrecem, por ter uma mente clarividente, com perspectivas mais
amplas. Está sempre pedindo a minha ajuda, e estivemos tratando de encontrar,
sem parar durante cinco anos, uma solução para o seu problema com a bebida...”.
Ao
longo dos cinco anos seguintes, Lois teria que recorrer à sua força de espirito,
enquanto seu marido ia afundando no desespero do alcoolismo. Ele foi perdendo
emprego após emprego até se converter num desempregado. Lois conseguiu um
trabalho como atendente numa grande loja de departamentos para poder comprar
comida. Bill “converteu-se num bêbado
embrutecido pela bebida e não se atrevia a sair da casa”, diz Lois. Duas
vezes ingressou no Hospital Towns para desintoxicação e duas vezes o levou para
viajar pelo campo, em Vermont, para cuidá-lo e ajuda-lo a recuperar a saúde.
Nada disso serviu. Finalmente ele quase deixou de comer e bebia as 24 horas do
dia.
Num
dia no final do outono de 1934, Bill
voltou novamente ao Hospital Towns, e então teve a experiência espiritual que o
transformou. Lois escreveu: “Tão logo o
vi no hospital, soube havia acontecido alguma coisa esmagadora... Seu ser
inteiro expressava a esperança e a alegria... Daquele momento em diante, nunca
duvidei que era um homem livre”.
Depois
de sair do hospital, Bill esforçou-se para tornar sóbrios todos os alcoólicos
confinados no hospital, nas missões ou em qualquer lugar onde os encontra-se,
sem obter sucesso algum. Lois e ele também começaram a assistir às reuniões do
Grupo de Oxford.
Em
maio de 1935, Bill levou a mensagem
ao Dr. Bob em Akron. Ao voltar para Nova York começou a ter sucesso no seu
trabalho com outros alcoólicos. E começou a leva-los à sua casa na Rua Clinton.
“costumávamos ter até cinco em casa ao
mesmo tempo”, escreveu ele, “e às
vezes todos estavam bêbados ao mesmo tempo”. Houve brigas e um suicídio –
depois que a vítima tinha vendido a roupa e a bagagem de Bill e Lois avaliados
em algumas centenas de dólares. Lois voltava para a casa esgotada por causa do
seu trabalho na loja e ainda tinha que preparar o jantar para aquele bando de
bêbados que nem sequer pagavam a comida.
Naquele
então, Bill e Lois ainda assistiam as reuniões do Grupo de Oxford. Um domingo
ocorreu um incidente de pouca importância, mas que mais tarde Lois diria que
foi a virada da sua vida. Quando Bill disse ao acaso “temos que nos apresar porque senão chegaremos atrasados à reunião do
Grupo”, Lois pegou seu sapato e atirou-o com toda a força contra Bill
gritando “ao diabo com suas malditas
reuniões”.
Mais
tarde, ao analisar sua conduta, percebeu que sempre havia tido muita confiança
no sem próprio poder: acreditava que era “dona
do seu destino”. Agora se sentia ressentida porque os recém-encontrados
amigos de Bill no Grupo de Oxford conseguiram, num abrir e fechar dos olhos, o
que ela não havia conseguido em 17 anos. Ademais se tinha acostumado a dirigir
a casa, como enfermeira, provedora da família, a que tomava todas as decisões;
agora, Bill estava levando sua própria vida, passando uma grande parte do tempo
com os alcoólicos que começavam a formar o primeiro Grupo de Nova York. Ela escreveu:
“Percebi que as obras boas e bem
intencionadas frequentemente falham quando são feitas unicamente através do
nosso poder; as únicas coisas verdadeiramente boas são alcançadas quando se
descobre o plano de Deus e depois se põe em pratica”. Destas reflexões
nasceu, finalmente, Al-Anon.
Enquanto
Alcoólicos Anônimos começava a enraizar-se e se desenvolver – ao abrir um
escritório, escrever e publicar o Livro Grande, ao tempo em que os Grupos iam
brotando em outras cidades, tanto a vida de Lois quanto a de Bill estavam
tomadas por uma atividade febril. “Foi
uma época agitada e fecunda”, disse Lois. Foi também uma época em que não
tinham dinheiro algum. Depois de perder sua casa no Brooklin, viviam
literalmente da caridade de seus amigos. Nos anos 1939 e 1940, mudaram de
casa 51 vezes! Em fevereiro de 1940,
enquanto estavam passando pela Grand Central Station, Lois sentou-se
repentinamente na escada e desfazendo-se em lágrimas disse soluçando, “Nunca iremos ter nosso próprio lar?”
Acabaram morando num quarto pequeno no velho local do Clube da Rua 24ª, em
Manhattan mobiliado com uma cama emprestada e duas caixas de laranja vazias.
Suas
peregrinações terminaram em abril de 1941,
quando lhes foi possível comprar a bela casa em Bedford Hills, Nova York, que
mais tarde foi batizada de “Stepping
Stones”. Com seu telhado de quatro
aguas, de telhas marrons, está rodeada de árvores e situada numa colina\de onde
se pode ver um vale. Não foi apenas um lar para o resto das suas vidas, mas
também a Meca para inúmeros membros de A.A. e de Al-Anon em todos os anos
vindouros.
Na
década dos anos de 1940, Bill e Lois
fizeram muitas viagens a todas as partes do país e na primavera de 1950, a oito países de Europa. Lois
descobriu que em muitos lugares, as esposas e familiares dos AAs estavam-se
reunindo nos seus próprios Grupos, e normalmente ela falava nestas reuniões. Em
1951, Bill recomendou-lhe que
abrisse um escritório de serviços para os Grupos Familiares. No começo ela
relutou em fazê-lo porque estava muito entusiasmada cuidando da casa e do
jardim de Stepping Stones. Enquanto isso foi considerando essa necessidade e
depois de se reunir com outras esposas para expor a ideia, Lois abriu um
escritório de serviços com a ajuda de uma amiga, Anne B. Começando com uma
lista facilitada pelo Escritório de Serviços Gerais – ESG, contendo os nomes de
pessoas e Grupos que tinham se dirigido ao ESG pedindo ajuda, em pouco tempo
tinham mais trabalho do que podiam fazer sozinhas. Mudaram seu centro de
atividades de Stepping Stones para o Clube da Rua 24ª, onde recrutaram
voluntarias para ajuda-las. E assim foi que se formou Al-Anon. Atualmente (1988), existem 30.000 Grupos, incluindo
os de Alateen, em todas as partes do mundo.
Em
1955, na Convenção Internacional de
St. Louis, Bill deixou suas responsabilidade como líder de A.A. e as entregou
aos Grupos que trabalham através da Conferência de Serviços Gerais. Lois fez o
primeiro discurso depois da cerimonia da “maioridade”
de A.A. De fato, Lois assistiu e participou de todas as Convenções Internacionais
desde 1950 até 1985.
No
começo de 1970, Bill caiu ao chão
quando estava consertando o telhado da sua casa. Isto marcou o começo da
debilitação da sua saúde. Seu enfisema piorou notavelmente. Depois de sua breve
apresentação na Convenção Internacional de Miami Beach, em julho daquele ano,
passou a requerer cuidados constantes, primeiro de Lois e depois de enfermeiras
durante as 24 horas do dia. Bill morreu no dia do 53º aniversário do seu
casamento, o dia 24 de janeiro de 1971.
Lois esteve ao seu lado até as últimas horas.
Sua
presença na Convenção Internacional do 50ª aniversário de A.A. e na de Al-Anon
que coincidiu com esta, em Montreal, Canadá, em julho de 1985, foi como o ápice simbólico da vida de Lois. Com a idade de 94
anos dirigiu suas palavras a um auditório de mais de 45.000 pessoas que a
ouviram num respeitoso silencio. A mesma aparição da sua pequena figura no
palco no centro do enorme Estádio Olímpico fez ficar em pé aquela imensa
multidão com os rostos banhados pelas lágrimas, para lhe oferecer uma ovação
clamorosa que parecia não ter fim.
Desde
a morte de Bill, Lois se preocupava com que Stepping Stones continuasse aberta
para os membros de A.A. e de Al-Anon depois da sua própria morte. Também
desejava utilizar uma parte substancial do dinheiro proveniente do testamento
de Bill (principalmente dos direitos autorais dos livros de A.A. que Bill
escreveu) para patrocinar a educação a respeito do alcoolismo e a prevenção da
doença. Com essa finalidade, criou em 1979
a Fundação Stepping Stones.
Até
quase seus 90 anos, Lois insistiu em viver com independência, sem mais ninguém
que uma empregada para ajuda-la. Mais tarde, depois de sofrer várias quedas e
fraturas, rodeou-se de assistentes e ajudantes que, junto com seus dedicados
amigos, lhe fizeram possível viver sus últimos anos com comodidade. A equipe
foi encabeçada por Nell Wing, a assistente e secretária de Bill durante 27 anos
e companheira de Lois por toda sua vida; também esteve Ann Burnham Smith, prima
de Lois e outros íntimos carinhosos.
No
dia 20 de outubro de 1988 aconteceu
na histórica e bonita Marble College Church de Nova York, um serviço
comemorativo para Lois Wilson. Esta grande Igreja estava lotada para o serviço.
No seu discurso, o ministro, o Dr. Arthur Calliano, destacou o fato de que
tantas pessoas se apresentassem para assistir as exéquias de uma pessoa de 97
anos de idade – destacou que os presentes simbolizavam a grande família de
milhões de pessoas que estavam vivendo uma nova vida graças a Bill e Lois.Ethyl
Dumas, dedicada enfermeira de Lois durante mais de quatro anos – e a quem Lois
colocou o nome “Eterna Ethyl”,
lembra: “Essa dama sempre sabia o que
queria”. Ela conta que na tarde do dia 5 de outubro, Lois escreveu num
bilhete: “... quero dormir”. “E foi isso
precisamente o que ela fez” disse Ethyl.
Importante:
as citações de Lois foram extraídas de “Lois
Remembers” © 1979, pela sede dos
Grupos Familiares de Al-Anon, Inc., com permissão.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday88.pdf
N.T.
(1): O culto dos “Quakers
não programados” consiste numa reunião silenciosa, de mais ou menos
uma hora, durante a qual toda pessoa pode ser chamada a oferecer uma mensagem
proveniente do Espirito.
Entre
os “Quakers programados”, também costuma haver adoração silenciosa,
porem, durante menos tempo, e como parte de um serviço religioso mais ao estilo
Protestante.
http://es.wikipedia.org/wiki/Sociedad_Religiosa_de_los_Amigos
N.T. (2): O livro ao lado
é uma edição comemorativa para o lançamento pela rede CBS de televisão do filme
"When Love Is Not Enough",
ou, numa tradução livre, “Quando
o Amor Não é Suficiente”. Escrito, com autorização, por William G. Borchert, o mesmo autor
de “Meu
nome é Bill W.” de 1989. O filme, com 95 minutos de duração foi produzido por Terry Gould
e dirigido por John Kent Harrison; o casal Lois Burnham e Bill W. é
interpretado por Winona Ryder e Barry Pepper (na capa). O filme estreou na CBS
no dia 25 de
abril de 2010 e conta a
história de Lois Wilson, a mulher do homem que cofundou Alcoólicos Anônimos, a
quem ficou impotente por longos e atormentados 17 anos de uso abusivo de
bebidas alcoólicas, acreditando que seu amor incondicional poderia levá-lo a
alcançar a sobriedade. Mas não podia. Filha de uma família de classe
média-alta, esta mulher amorosa e determinada viu seu marido, Bill Wilson,
destruir sua carreira, seus relacionamentos e sua saúde, perambulando por
dentro e por fora de sanatórios para alcoólicos enquanto se aproximava do ponto
de insanidade e da morte. Escavando cada vez mais seu poço de angústia, em mais
uma de tantas outras vezes, o viu chegar bêbado e desmaiar no corredor de sua
casa, na Rua Clinton, no Brooklin; já não suportando mais, desta vez ela partiu
para cima dele e histericamente gritou em desespero: “Você não tem sequer a decência de morrer”.
A comovente história por trás dessa
dolorosa cena, tantas vezes repetida, e depois de uma experiência espiritual
acontecida a Bill W., levou a dois dos mais importantes movimentos do século
XX: Alcoólicos Anônimos e os Grupos Familiares Al-Anon.
O livro pode ser adquirido na hazelden.com e na amazon.com
O
filme pode ser baixado em:
http://www.baixargratis.tv/filmes/when-love-is-not-enough-the-lois-wilson-story-2010-dvdrip-xvid-aaf.html
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