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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

8.13. Pastor Professor Joaquim Luglio

Como vai, Jovem?’
Texto integral transcrito com permissão de Eloy T.
Em 1983, por ocasião da VII Conferência de Serviços Gerais, conheci os três custódios não alcoólicos, recém-eleitos. Entre eles, destacava-se um homem especial – o Pastor Professor Joaquim Luglio.
O Pastor Joaquim era um homem pobre que vivia de um pequeno ordenado como pregador evangélico do púlpito da Igreja Maronita de Valinhos, Estado de São Paulo. Para melhorar sua parca renda, dava aulas particulares de inglês. Mas não paravam aí as suas atividades: como voluntário, sem qualquer remuneração, fazia parte do Conselho de Curadores da Santa Casa de Misericórdia de Valinhos. Desempenhou esse mister por mais de 20 anos e em certa ocasião foi o Curador Provedor daquela Instituição.
E, agora, também sem qualquer remuneração, passou a servir aos Alcoólicos Anônimos, como custódio não alcoólico da Junta de Serviços Gerais, desempenhando a função específica de tesoureiro.
No desempenho de suas funções deslocava-se semanalmente a São Paulo, sede do Escritório de Serviços Gerais, às suas próprias expensas, já que o Escritório não tinha recursos para pagar-lhe a viagem.
Desempenhou essa função por nove anos consecutivos (três mandatos) e durante esse período trabalhamos juntos. Para que se possa aquilatar a capacidade de doação desse homem, devemos lembrar que em 1986 a Irmandade passava por sérios problemas financeiros. Havia muito serviço no escritório e não podíamos pagar mais que uma funcionária. O Pastor Joaquim passou, então, a acumular as funções de tesoureiro com a de funcionário full-time (em tempo integral) do escritório, ao lado da única funcionária paga. Passou a deslocar-se de Valinhos a São Paulo diariamente, pagando suas passagens e suas refeições (quando podia fazê-las). Jamais o vimos queixar-se ou solicitar reembolso. Ainda nesse ano aconteceria a Convenção Nacional de João Pessoa-PB, e, para auxiliar na organização, para lá se dirigiu o Pastor Joaquim que passou a dormir em uma cama improvisada (um colchonete estendido ao chão), dentro do Escritório Local do A.A. daquela cidade.

Acompanhei de perto essa jornada. Ficou muito triste quando, vencido o terceiro mandato estatutariamente permitido, teve que se afastar. Mesmo assim, passou a frequentar os Grupos de sua região, fazendo palestras sempre que solicitado. Pastor Joaquim aposentou-se de sua tarefa ministerial por decurso de tempo, auferindo, assim, uma modesta renda mensal. Às vezes me telefonava: “Ó Jovem (era assim que tratava a todos), preciso de uma informação para incluir em minha palestra, podes me ajudar?” Foi assim sempre o nosso relacionamento.

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